Você conhece a doença de Addison?
O que é a doença de Addison?
A doença de Addison (ou insuficiência1 adrenal crônica ou hipocortisolismo) é uma insuficiência1 primária das glândulas2 suprarrenais (chamadas também de glândulas2 adrenais), responsáveis pela liberação de hormônios como cortisol e de catecolaminas, como a adrenalina3. Ocorre por uma atrofia4 das glândulas2 suprarrenais, fazendo com que por vezes elas não produzam o cortisol e a aldosterona em quantidade suficiente para as necessidades orgânicas. O cortisol é importante no processamento do metabolismo5 dos carboidratos, proteínas6 e lipídios, entre outras ações, e a aldosterona é um mineralocorticoide7 responsável pela homeostasia8 do sódio e do potássio e pelo equilíbrio hidroeletrolítico9.
Esta condição pode afetar tanto homens como mulheres, em qualquer idade. A doença é rara, atingindo apenas uma ou duas pessoas num grupo de 100.000 indivíduos. Ela deve ser distinguida da insuficiência1 suprarrenal secundária, na qual a hipófise10 não produz o hormônio11 adrenocorticotrófico (ACTH) suficiente para estimular a glândula12 suprarrenal. O problema, então, é uma insuficiência1 hipofisária.
As glândulas2 suprarrenais localizam-se logo acima dos polos superiores dos rins13, uma de cada lado, sendo que a direita tem forma triangular e a esquerda a forma de meia-lua.
O nome da doença é devido ao médico inglês Thomas Addison, que a descreveu em 1855.
Quais são as causas da doença de Addison?
Para que a insuficiência1 suprarrenal se manifeste é necessário que 90% do tecido14 suprarrenal tenha sido destruído. A grande maioria dos casos de doença de Addison é em razão de processos autoimunes15 dirigidos contra as células16 adrenais. Nos países onde a incidência17 da tuberculose18 é alta, essa é uma causa importante da doença. Outros casos devem-se à infecção19 pelo vírus20 da imunodeficiência21 humana (HIV22), sarcoidose23, amiloidose24, hemocromatose25, câncer26, hemorragia27 adrenal e defeitos congênitos28 das glândulas2 adrenais.
A doença de Addison pode também fazer parte de uma síndrome29 poliendócrina geral que afeta outros órgãos e pode estar associada a outras endocrinopatias30.
Quais são os principais sinais31 e sintomas32 da doença de Addison?
Os principais sinais31 e sintomas32 da doença estabelecida são, entre outros:
- Fadiga33 crônica e progressiva.
- Tonteiras.
- Perda de força muscular.
- Perda de apetite e de peso.
- Como perdem sal pela urina34, há uma avidez pelo consumo de sal na dieta.
- Coloração escura da pele35, sobretudo nas regiões de dobras.
- Febre36, náuseas37 e vômitos38.
- Hipotensão39.
- Hipoglicemia40 (queda da taxa de açúcar41 no sangue42).
- Hiperpigmentação cutânea43.
Situações de estresse agudo44 ou a interrupção do uso do hormônio11 exógeno pode levar a uma crise addisoniana, potencialmente grave, caracterizada por hipotensão39 severa, dores súbitas e penetrantes, hipoglicemia40, perda da memória, fadiga33 extrema e, às vezes, coma45.
Como o médico diagnostica a doença de Addison?
Em geral, a destruição da glândula12 é bastante lenta e os sintomas32 são de difícil distinção, sendo o diagnóstico46 quase sempre feito em estados avançados da doença. Os sintomas32 da doença de Addison podem ter início agudo44 ou insidioso. No primeiro caso, o diagnóstico46 pode ser mais fácil e no segundo, mais difícil. Como os sintomas32 são muito variados e às vezes de instalação lenta, o diagnóstico46 nem sempre é facil. Ele requer uma história clínica detalhada, com avaliação dos sintomas32, a qual deve ser complementada pela dosagem sanguínea dos hormônios adrenais, os quais normalmente estarão abaixo do normal, e do ACTH, que deverá estar alto, demonstrando haver estímulos hipofisários sobre as glândulas2 adrenais, que não respondem a eles. A estimulação artificial das glândulas2 suprarrenais pode ser feita também com ACTH exógeno sintético, administrado por via venosa, a qual mostrará um nível baixo de resposta suprarrenal. Além disso, devem ser dosados a creatinina47, a glicose48, o sódio e o potássio séricos.
Além de constatar-se, se for o caso, a existência de uma insuficiência1 suparrenal primária, é necessário determinar a sua causa. Para isso, talvez seja necessário fazer exames de imagens das glândulas2 suprarrenais. As dosagens da 21-hidroxilase, uma enzima49 envolvida na produção de cortisol e de aldosterona, pode ajudar a diagnosticar os casos autoimunes15. Em alguns poucos casos pode ser necessária uma biópsia50 das suprarrenais.
Como o médico trata a doença de Addison?
Além do tratamento da doença de base, que em alguns casos pode reverter a insuficiência1 suprarrenal, deve ser feita a reposição oral dos hormônios faltantes e, em alguns casos, também da aldosterona.
Como evolui a doença de Addison?
O paciente com doença de Addison adequadamente tratado pode levar uma vida praticamente normal.
Os pacientes com doença de Addison devem evitar situações estressantes, interrupção abrupta da medicação ou situações clínicas (infecções51, cirurgias, traumatismos físicos ou psicológicos) capazes de desencadear uma crise addisoniana, potencialmente perigosa.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.