Coronavírus: como é o vírus? Como uma pessoa se infecta? Como evitar a contaminação?
O que é e como se comporta o coronavírus?
O coronavírus não é um organismo vivo, mas uma molécula de RNA que usa uma enzima1 em sua replicação. O vírus2 tem o aspecto de uma Coroa Solar à microscopia eletrônica (latim: corona = coroa), daí o seu nome. Sua frágil estrutura é constituída de partículas esféricas envoltas por uma bicamada lipídica que o protege quando está fora da célula3 hospedeira.
Existem várias cepas4 de coronavírus que sabidamente infectam humanos, conhecidas desde a década de 60 do século passado, a maior parte das quais causa infecção5 respiratória leve. Até agora, os coronavírus que circulavam entre os seres humanos eram tipicamente benignos. Na verdade, muitos coronavírus são uma das principais causas do resfriado comum.
Na presente pandemia6, estamos diante de uma cepa7 NOVA de coronavírus (SARS-CoV-2), que pode causar desde uma infecção5 leve em algumas pessoas (80% dos casos) até problemas graves, como síndrome8 da angústia respiratória aguda e pneumonia9 viral. Nessas últimas eventualidades, líquidos se acumulam ao redor e dentro dos pulmões10, impedindo a respiração normal. Além disso, a infecção5 grave pode causar septicemia11, choque12 séptico e morte. A doença causada por esse novo coronavírus recebeu o nome de COVID-19.
Leia sobre "Gripe13", "Resfriado", "Septicemia11" e "Choque12 séptico".
Como a pessoa se infecta com o novo coronavírus?
A infecção5 começa quando a glicoproteína da superfície viral se liga ao seu receptor. Após a ligação, uma protease da célula3 hospedeira ativa uma proteína do receptor que permite que o vírus2 entre no citoplasma14 da célula3 hospedeira. Dentro da célula3, certo número de proteínas15 coalesce (se junta) para formar um complexo diretamente envolvido na replicação e transcrição do RNA. Uma das principais funções do complexo é replicar o genoma viral e fazer a síntese do RNA genômico.
Pensa-se que a transmissão do coronavírus de humano a humano ocorra principalmente por meio de contatos próximos, através de gotículas respiratórias geradas por espirros e tosse. A interação da proteína da superfície do coronavírus com seu receptor na célula3 hospedeira é central na determinação da infecciosidade.
Como combater o coronavírus?
Como o vírus2 se acha protegido por uma camada gordurosa, tudo que dissolva a gordura16 é capaz de aniquilá-lo: sabão, álcool acima de 65%, hipoclorito (soda cáustica), detergentes, etc. Além disso, o vírus2 decai por si próprio, na dependência da superfície em que se encontra, da temperatura e da umidade.
Para evitar ser contaminado pelo vírus2, deve-se:
* Lavar as mãos17 frequentemente ou ao ter contado com pessoas, objetos ou superfícies que possam veicular o vírus2, esfregando pelo menos por 20 segundos, para que a espuma desfaça a gordura16.
* Passar nas mãos17, objetos ou superfícies que possam estar contaminadas álcool ou qualquer mistura que contenta álcool acima de 65%. Os detergentes parecem ter o mesmo efeito. Toda mistura contendo 1 parte de alvejante e 5 partes de água também cumpre esse objetivo.
Outros fatores, embora não tão decisivos, podem contribuir na desestabilização do vírus2:
- Temperatura: o calor derrete gordura16 e é por isso que é bom lavar as mãos17, objetos ou roupas, etc. em água morna (acima de 25º C). Por outro lado, as moléculas do vírus2 permanecem muito estáveis no frio ambiente ou no frio gerado artificialmente por condicionadores de ar em casas ou em carros.
- Umidade, luminosidade e raios UV: as moléculas do vírus2 também precisam de umidade e escuridão para permanecerem estáveis. Portanto, ambientes desumidificados, secos, quentes e muito luminosos são mais desconfortáveis para elas. Também a luz UV que incida sobre qualquer objeto que contenha o vírus2 decompõe a proteína que o compõe.
Alguns outros cuidados e observações sobre o atual coronavírus:
- Depositado em uma superfície, desintegra-se em 3 horas em tecido18 poroso; em 4 horas no cobre e em madeira; em 24 horas no papelão; em 42 horas no metal e em 72 horas no plástico. No ar, as moléculas do vírus2 flutuam por até 3 horas e podem se alojar no nariz19.
- Como o vírus2 não é um organismo vivo como as bactérias, nenhum bactericida ou antibiótico tem utilidade. Eles só devem ser usados em casos de alguma infecção5 intercorrente ou, em alguns casos, como preventivos.
- O vírus2 não consegue atravessar a pele20 saudável, mas pode penetrar por alguma ferida ou laceração. A penetração usual dele é pelas mucosas21.
- Quanto mais confinado o espaço, maior a concentração do vírus2. Quanto mais aberto ou naturalmente ventilado, melhor.
- As mãos17 podem ficar ressecadas de tanto serem lavadas. É necessário hidratá-las porque as moléculas podem se esconder nas micro rachaduras. Quanto mais espesso o hidratante, melhor. Mantenha também as unhas22 curtas, para que o vírus2 não se oculte embaixo delas.
Veja também sobre "Ibuprofeno e Coronavírus", "Síndrome8 respiratória aguda grave (SARS)" e "Intubação endotraqueal".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Centro de Vigilância Epidemiológica do Governo do Estado de São Paulo e do EBSERH – Ministério da Educação - BR.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.