Intubação endotraqueal: o que é? Quando é feita? Como é realizada? Quais são as possíveis complicações?
O que é intubação endotraqueal?
Intubação endotraqueal ou entubação endotraqueal (os prefixos latinos “en” e “in” se equivalem na acepção de "movimento para dentro") é um procedimento pelo qual o médico introduz um tubo na traqueia1 do paciente, através da boca2 ou do nariz3, para mantê-lo respirando quando alguma condição impede sua respiração espontânea.
Quando realizar uma intubação endotraqueal?
A intubação endotraqueal pode ser feita em situações de urgência4, como no edema5 de glote6, por exemplo, ou eletivamente, como nas cirurgias que demandam anestesia7 geral. Ela é feita para proporcionar uma via aérea desobstruída, quando o paciente tem dificuldades respiratórias que não podem ser tratadas por meios mais simples.
Em geral, as suas indicações em quadros patológicos são:
- Parada respiratória e/ou cardíaca.
- Insuficiência respiratória8 grave.
- Obstruções das vias aéreas.
- Presença de secreções abundantes da árvore pulmonar profunda.
A grande utilidade e o uso mais frequente da intubação endotraqueal, no entanto, é possibilitar que os pacientes possam continuar respirando durante as cirurgias que exigem anestesia7 geral. Na sala de operação ou de cuidados intensivos, a intubação endotraqueal visa assegurar livre acesso traqueal, atenuar o risco de aspiração de conteúdo gástrico9, facilitar a aspiração traqueal, facilitar ventilação10 sob pressão positiva e manter a oxigenação adequada. Em muitos casos, como nos edemas11 de glote6, por exemplo, a intubação endotraqueal pode salvar vidas.
Como é realizada uma intubação endotraqueal?
De um modo geral, antes de introduzir o tubo endotraqueal o paciente deve ser colocado em decúbito dorsal12, deve-se remover dentaduras e todas as próteses removíveis que ele esteja usando, selecionar um tubo de diâmetro adequado, fazer hiperextensão13 da cabeça14 do paciente e uma peça bucal deve ser colocada para estabilizar o tubo e impedir que o paciente o morda.
O procedimento deve ser realizado por duas pessoas, uma que realize o procedimento e outra que deve manter a estabilização manual da cabeça14 e da coluna cervical15, a qual deve estar protegida também por um colar cervical. Com o paciente sedado ou anestesiado, o médico passa através do seu nariz3 ou da sua boca2, com a ajuda de um laringoscópio, um tubo que vai até a traqueia1. O laringoscópio é um aparelho normalmente utilizado para visualizar a laringe16, mas que na intubação endotraqueal serve para facilitar a introdução do tubo endotraqueal, que será usado para ventilar mecanicamente o paciente. Depois de realizada a intubação, o tubo traqueal deve ser ajustado à traqueia1 por meio de um balonete inflável e o doente é ligado ao respirador, que promove a aeração adequada e onde são misturados três gases: ar, oxigênio e óxido nitroso, de maneira a manter a anestesia7 pelo tempo necessário.
Nas cirurgias, cerca de dois minutos antes do procedimento é aplicado um medicamento conhecido como opioide e um relaxante muscular, para facilitar a intubação. Cerca de quarenta segundos antes é administrado um anestésico.
Além de permitir a ventilação10 necessária, a intubação endotraqueal impede que corpos estranhos (sangue17, vômito18 e secreções, por exemplo) caiam na traqueia1, causando obstruções.
Como é feita a extubação ou a retirada do tubo endotraqueal?
Antes de retirar o tubo endotraqueal, deve-se fazer a aspiração completa dele, da orofaringe19 e das vias aéreas, com cuidados para prevenir contaminação e infecção20. Ao retirar o tubo, um médico deve ter à mão21 um “ambu”, para o caso de haver necessidade de assistência ventilatória imediatamente após a extubação. O “ambu”, também chamado de “reanimador manual”, é composto por um balão, uma válvula unidirecional, uma válvula para o reservatório de gás, uma máscara facial e um reservatório de gás, e é adequado para ventilação10 manual do paciente.
Como evolui a intubação endotraqueal?
Uma avaliação vocal e laríngea deve ser feita nos pacientes submetidos à intubação endotraqueal, assim que tiverem alta da unidade de terapia intensiva22 (UTI).
Quais são as complicações possíveis da intubação endotraqueal?
As complicações pós-intubação endotraqueal têm causas e gravidade muito diversas. Mais comumente são complicações laríngeas locais e quanto maior o tempo de intubação maior será o risco de elas existirem. Pode haver também complicações extra-laríngeas, como intubação esofágica; intubação seletiva, atingindo apenas um dos brônquios23; indução ao vômito18, levando à aspiração; luxação24 da mandíbula25; laceração de partes moles das vias aéreas; trauma das vias aéreas, podendo resultar em hemorragia26; fratura27 de dentes; ruptura ou vazamento do balonete do tubo, resultando em perda da vedação; lesão28 da coluna cervical15, etc.
As complicações da intubação endotraqueal podem ser evitadas, entre outras medidas, por:
- Cuidado na introdução do tubo.
- Escolha do tamanho ideal do tubo.
- Imobilização adequada dos pacientes, que não devem mexer a cabeça14 em hipótese nenhuma, durante a colocação do tubo.
- Cuidados na aspiração traqueal.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.