Osteocondroma - conceito, causas, características clínicas, diagnóstico e tratamento
O que é osteocondroma?
Os osteocondromas são saliências ósseas cobertas de cartilagem1 que ocorrem na extremidade dos ossos, próximo à placa2 de crescimento. Eles são os tumores benignos mais comuns dos ossos. Embora quase sempre afetem os ossos longos3 da perna, da pelve4 ou da escápula5, podem ocorrer em qualquer outro osso do esqueleto6.
Quais são as causas do osteocondroma?
A causa exata do osteocondroma não é conhecida. A maioria é de ocorrência hereditária e aproximadamente 15% são exostoses7 múltiplas hereditárias. Os osteocondromas múltiplos parecem obedecer a uma hereditariedade8 autossômica9 dominante.
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Qual é o mecanismo fisiológico11 do osteocondroma?
Nos osteocondromas ocorrem mutações nos genes localizados nos cromossomos12 8 e 11. Eles se localizam nas adjacências das placas13 de crescimento, mas são placas13 de crescimento isoladas. Eles são afetados e respondem a vários fatores de crescimento e a hormônios, da mesma maneira que as placas13 de crescimento epifisário. Os osteocondromas são longos e delgados, pedunculados em um talo, muitas vezes tomando a forma de uma couve-flor.
A capa da cartilagem1 é coberta por pericôndrio fibroso e continua com o periósteo14 do osso subjacente. Essa capa em geral tem menos de dois centímetros de espessura, no entanto, uma formação de mais de dois centímetros de espessura sugere a transformação maligna do tumor15.
Uma bursa (bolsa) aí localizada pode sofrer uma inflamação16 que afete sua parede revestida pela sinóvia. Como resultado, os pacientes podem ter um inchaço17 local, limitação mecânica, impacto do nervo, pseudo-aneurisma18 do vaso sobrejacente, fratura19 no pedículo20 da lesão21 ou formação de bolsa sobre o osteocondroma.
Quais são as principais características clínicas do osteocondroma?
Os osteocondromas são mais comuns na segunda ou terceira décadas da vida e afetam homens e mulheres na mesma proporção. Exostoses7 (crescimentos ósseos anômalos benignos) múltiplas, hereditárias, geralmente já estão presentes desde a infância, embora só se manifestem clinicamente a partir da adolescência. Os osteocondromas ocorrem em 3% da população geral e representam 35% de todos os tumores benignos e 8% de todos os tumores ósseos. Esses tumores afetam mais comumente os ossos longos3 do joelho e do antebraço22, mas, menos frequentemente, podem aparecer também nos ossos chatos, como a pelve4 e a escápula5.
A maioria dos osteocondromas é assintomática e é encontrada incidentalmente. Quando há sintomas23, eles podem ser muito variados e se manifestam por uma massa dura, indolor e imóvel; altura menor do que a estatura esperada para a idade; uma das pernas mais comprida que a outra; pressão ou irritação com exercício e dor dos músculos24 próximos.
Os osteocondromas podem vir a limitar funções e movimentos normais dos indivíduos, mas os principais sintomas23 surgem quando ocorrem complicações, como fraturas, deformidades ósseas, compressões de estruturas adjacentes ou problemas articulares mecânicos. Alguns dos sinais25 e sintomas23 clínicos de osteocondromas malignos são dor, inchaço17 e aumento progressivo de massa.
Como o médico diagnostica o osteocondroma?
De início, o médico analisará o histórico médico do paciente e procederá a um exame físico. No entanto, como os osteocondromas são frequentemente assintomáticos, eles muitas vezes só são encontrados acidentalmente quando uma radiografia é feita em razão de outro motivo.
A tomografia computadorizada26 pode identificar a lesão21 óssea em grandes detalhes e mostrar a presença de calcificação27, se houver. A ressonância magnética28 é o método mais preciso para descrever a morfologia precisa de um tumor15 e é usada também para diferenciar um osteocondroma de outras lesões29 na superfície do osso. A ressonância magnética28 também pode ser usada para detectar qualquer complicação vascular30 causada pelo tumor15. A ultrassonografia31 serve para examinar a capa cartilaginosa do osteocondroma e para identificar uma eventual bursite32. Uma biópsia33 do tumor15 também pode ser feita para verificar se há ou não degeneração34 maligna.
Como o médico trata o osteocondroma?
O tratamento para o osteocondroma varia desde não fazer nada até a remoção cirúrgica da lesão21, e dependerá da idade do paciente, do seu histórico médico, da gravidade da situação, de preocupações estéticas e de outros fatores pessoais.
A cirurgia pode ser usada para remover uma massa solitária ou fazer a excisão parcial do crescimento, quando os sintomas23 causam limitações de movimento ou invasões de nervos e vasos sanguíneos35. Os indicadores de sucesso cirúrgico em relação às características da doença e do paciente são muito discutíveis.
Quando há dor, podem ser usados medicamentos para controlar a dor. Em caso de enfraquecimento ou crescimento ósseo pode ser recomendado um acompanhamento médico para monitorar a situação.
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Referências:
As informações contidas neste texto foram extraídas dos sites do JOHNS HOPKINS MEDICINE e do MEDSCAPE.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.