Gostou do artigo? Compartilhe!

Osteossarcoma - como é? Qual a evolução? Como tratar?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é o osteossarcoma?

Osteossarcoma é o tipo mais comum de câncer1 que afeta os ossos, normalmente encontrado nas extremidades dos ossos longos2 ou em torno do joelho, envolvendo as camadas de osteoblastos responsáveis pela construção do osso.

Quais são as causas do osteossarcoma?

Ainda não se conhece exatamente a causa da maioria dos osteossarcomas, mas sabe-se que eles podem se desenvolver como resultado de radiação ou que podem estar associados a alterações genéticas específicas.

Quais são as principais características clínicas do osteossarcoma?

Os osteossarcomas são mais prováveis de serem encontrados em crianças e adultos jovens, em torno dos períodos de surtos de crescimento. A doença é muito rara em crianças de muito pouca idade. A incidência3 máxima ocorre entre a idade de 15 e 19 anos. Os indivíduos de pele4 mais escura têm um risco ligeiramente mais alto de serem afetados e os homens são mais inclinados à condição do que as mulheres.

Os osteossarcomas podem acontecer em qualquer osso do corpo, contudo, a maioria dos tumores incide no fêmur5, na tíbia6 proximal7, nos ossos próximos ao joelho e no úmero8, perto do ombro.

Osteossarcoma

De início, os sintomas9 são pouco específicos e por isso grande número de pacientes experimenta os sintomas9 da doença diversas semanas ou meses antes que procurem ajuda médica, atribuindo-os a causas banais. Muitos pacientes só procuram um médico quando sentem algum prejuízo na área afetada ou quando ocorre uma fratura10 óssea patológica. O sintoma11 mais comum é a dor, que se torna mais evidente com a atividade física.

Ao exame físico, os sinais12 mais evidentes incluem a massa tumoral e uma possível estase13 de linfa14, em casos mais avançados, mas esta não é detectada na maioria dos casos. Telangiectasias15 podem ocorrer em um subtipo específico do osteossarcoma, geralmente ligado a uma fratura10 patológica do osso. A dor e o inchaço16 possíveis na área podem ocasionar dificuldades de movimento ou mesmo conduzir o paciente a mancar.

Saiba mais sobre "Atividade física", "Telangiectasias15" e "Fratura10 óssea".

Como o médico diagnostica o osteossarcoma?

Uma radiografia costuma ser o primeiro teste de diagnóstico17 para pacientes18 com osteossarcoma. No entanto, existem vários testes adicionais que devem ser solicitados. Uma ressonância magnética19 de todo o osso, com foco na região em que o tumor20 primário está localizado, ajuda a avaliar a extensão dele e a eventual disseminação para outras áreas do osso.

Um exame de raios-X e uma tomografia computadorizada21 do tórax22 permitem excluir ou detectar metástases23 pulmonares. Uma varredura dos ossos do corpo deve ser feita para verificar se há propagação distante da doença. Por fim, uma biópsia24 do tumor20 fornece um diagnóstico17 definitivo com base nas características microscópicas do tumor20, mostrando se ele é de alto ou de baixo grau de evolução.

Saiba mais lendo nosso artigo sobre "Tumores ósseos".

Como o médico trata o osteossarcoma?

Os osteossarcomas de baixo grau de malignização só necessitam de cirurgia, mas para os tumores de alto grau tem-se de administrar um tratamento mais agressivo. Normalmente, o osteossarcoma é tratado com cirurgia, quimioterapia25 e radioterapia26.

A quimioterapia25 pode ser iniciada cerca de três meses antes da cirurgia. A maioria dos tumores pode ser removida com segurança, poupando o membro envolvido. Um implante27 metálico ou um enxerto28 (ou uma combinação de ambos) pode ser feito a fim de substituir os tecidos removidos durante a cirurgia. Ocasionalmente, uma amputação29 pode ser necessária.

Saiba como são a "Quimioterapia25" e a "Radioterapia26".

Como evolui o osteossarcoma?

Nos pacientes diagnosticados com a doença, a taxa de sobrevivência30 de cinco anos é de aproximadamente 63%. O prognóstico31 é ligeiramente melhor nas mulheres que nos homens. A maioria dos osteossarcomas é altamente maligna. Acredita-se que cerca de 80% dos pacientes com osteossarcomas de alto grau evolutivo já tenham metástases23 que ainda não são visíveis em exames de imagem.

Os osteossarcomas de alto grau evolutivo têm uma taxa de sobrevivência30 de cerca de 70% e essa taxa é ainda maior para pacientes18 com tumores de baixo grau. Ela é menor para aqueles cuja doença já tenha se espalhado pelo corpo e para aqueles cujos tumores têm uma baixa resposta à quimioterapia25.

Quais são as complicações possíveis do osteossarcoma?

Em alguns casos podem ocorrer fraturas ósseas patológicas ou ser necessária a amputação29 de membros para evitar a propagação da doença.

 

ABCMED, 2016. Osteossarcoma - como é? Qual a evolução? Como tratar?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1272833/osteossarcoma-como-e-qual-a-evolucao-como-tratar.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Ossos longos: Exemplo: Fêmur
3 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
4 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
5 Fêmur: O mais longo e o maior osso do esqueleto; está situado entre o quadril e o joelho. Sinônimos: Trocanter
6 Tíbia: Osso localizado no lado ântero-medial da perna. Ela apresenta duas epífises e uma diáfise e articula-se proximalmente com o fêmur e a fíbula e distalmente com o tálus e a fíbula.
7 Proximal: 1. Que se localiza próximo do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Em anatomia geral, significa o mais próximo do tronco (no caso dos membros) ou do ponto de origem (no caso de vasos e nervos). Ou também o que fica voltado para a cabeça (diz-se de qualquer formação). 3. Em botânica, o que fica próximo ao ponto de origem ou à base. 4. Em odontologia, é o mais próximo do ponto médio do arco dental.
8 Úmero:
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Fratura: Solução de continuidade de um osso. Em geral é produzida por um traumatismo, mesmo que possa ser produzida na ausência do mesmo (fratura patológica). Produz como sintomas dor, mobilidade anormal e ruídos (crepitação) na região afetada.
11 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Estase: 1. Estagnação do sangue ou da linfa. 2. Incapacidade de agir; estado de impotência.
14 Linfa: 1. Pode referir-se à água, especialmente a límpida, no uso formal. 2. Líquido orgânico originado do sangue, composto de proteínas e lipídios, que circula nos vasos linfáticos e transporta glóbulos brancos, especialmente os linfócitos T. 3. Qualquer humor aquoso.
15 Telangiectasias: Dilatações permanentes da parede de um pequeno vaso sanguíneo localizado na derme.
16 Inchaço: Inchação, edema.
17 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
18 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
19 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
20 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
21 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
22 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
23 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
24 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
25 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
26 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
27 Implante: 1. Em cirurgia e odontologia é o material retirado do próprio indivíduo, de outrem ou artificialmente elaborado que é inserido ou enxertado em uma estrutura orgânica, de modo a fazer parte integrante dela. 2. Na medicina, é qualquer material natural ou artificial inserido ou enxertado no organismo. 3. Em patologia, é uma célula ou fragmento de tecido, especialmente de tumores, que migra para outro local do organismo, com subsequente crescimento.
28 Enxerto: 1. Na agricultura, é uma operação que se caracteriza pela inserção de uma gema, broto ou ramo de um vegetal em outro vegetal, para que se desenvolva como na planta que o originou. Também é uma técnica agrícola de multiplicação assexuada de plantas florais e frutíferas, que permite associar duas plantas diferentes, mas gerações próximas, muito usada na produção de híbridos, na qual uma das plantas assegura a nutrição necessária à gema, ao broto ou ao ramo da outra, cujas características procura-se desenvolver; enxertia. 2. Na medicina, é a transferência especialmente de células ou de tecido (por exemplo, da pele) de um local para outro do corpo de um mesmo indivíduo ou de um indivíduo para outro.
29 Amputação: 1. Em cirurgia, é a remoção cirúrgica de um membro ou segmento de membro, de parte saliente (por exemplo, da mama) ou do reto e/ou ânus. 2. Em odontologia, é a remoção cirúrgica da raiz de um dente ou da polpa. 3. No sentido figurado, significa diminuição, restrição, corte.
30 Sobrevivência: 1. Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. 2. Característica, condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro. Condição ou qualidade de quem ainda vive após a morte de outra pessoa. 3. Sequência ininterrupta de algo; o que subsiste de (alguma coisa remota no tempo); continuidade, persistência, duração.
31 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.