Doenças desmielinizantes
O que são doenças desmielinizantes1?
Uma doença desmielinizante2 é qualquer doença do sistema nervoso3 em que a bainha de mielina4 dos neurônios5 esteja danificada. A bainha de mielina4 é um envoltório dos axônios6 de maior diâmetro, semelhantes ao encapamento de fios elétricos. Contudo, a bainha de mielina4 não é contínua, pois ela apresenta intervalos reguladores, chamados nódulos de Ranvier7. Ela tem a função de proteger o axônio8, além de acelerar a velocidade da condução dos impulsos nervosos que transitem através dele.
Quais são as causas das doenças desmielinizantes1?
Algumas doenças desmielinizantes1 são determinadas geneticamente, outras são causadas por agentes infecciosos, algumas por reações autoimunes9 e outras ainda por fatores desconhecidos. Os organofosfatos, que são os ingredientes ativos em inseticidas comerciais, também desmielinizam os nervos. No exemplo mais conhecido de doença dismielinizante, a esclerose múltipla10, há boas evidências de que o sistema imunológico11 do próprio corpo é pelo menos parcialmente responsável. Os neurolépticos12 e a deficiência de vitamina13 B12 também podem causar desmielinização.
Quais são as principais características clínicas das doenças desmielinizantes1?
Os danos à bainha de mielina4 prejudicam a condução de sinais14 nos nervos afetados e, por sua vez, esse prejuízo causa deficiência de sensibilidade, movimento, cognição15 ou outras funções, dependendo de quais nervos estão envolvidos. Os sintomas16 e sinais14 presentes nas doenças desmielinizantes1 são diferentes para cada uma delas e de acordo com a respectiva gravidade.
De um modo geral, podem ocorrer: diplopia17 (visão18 dupla e turva), ataxia19, clônus20 muscular, disartria21, fadiga22, falta de jeito, paralisia23 das mãos24, hemiparesia25, anestesia26 genital, incoordenação dos movimentos, parestesias27, paralisia23 ocular, perda de sensibilidade, vários sintomas16 neurológicos, marcha instável, paraparesia28 espástica, incontinência urinária29 e/ou fecal e problemas de audição e de fala.
As doenças desmielinizantes1 são tradicionalmente classificadas em dois tipos: (1) doenças mielinoclásticas desmielinizantes1 e (2) doenças leucodistróficas desmielinizantes1. No primeiro grupo, uma mielina30 normal e saudável é destruída por uma substância tóxica, química ou autoimune31. No segundo grupo, a mielina30 é anormal e se degenera. Algumas doenças desmielinizantes1 afetam o sistema nervoso central32 e outras afetam o sistema nervoso periférico33. Elas também podem ser divididas em inflamatórias e não inflamatórias.
As desordens desmielinizantes1 do sistema nervoso central32 incluem: esclerose múltipla10, doença de Devic, doenças desmielinizantes1 inflamatórias, neuropatias, mielinólise pontina central, tabes dorsalis e leucodistrofias34. Estes distúrbios estão normalmente associados também às condições de neurite35 óptica e mielite36 transversa.
As doenças desmielinizantes1 do sistema nervoso periférico33 incluem a síndrome37 de Guillain-Barré, a polineuropatia desmielinizante2 inflamatória crônica, a neuropatia periférica38 anti-MAG, a doença de Charcot-Marie-Tooth, a neuropatia39 hereditária, condições associadas à deficiência de cobre, a neuropatia periférica38 e, mais raramente, a neuropatia39 óptica.
Saiba mais sobre "Esclerose múltipla10", "Incontinência urinária29", "Incontinência fecal40" e "Doenças degenerativas41".
Como o médico diagnostica as doenças desmielinizantes1?
Os critérios diagnósticos referem-se a uma combinação específica de sinais14, sintomas16 e resultados de testes que o médico usa na tentativa de determinar o diagnóstico42 correto. O diagnóstico42 da desmielinização pode ser mais fácil que determinar o tipo específico da doença que a esteja causando. Em primeiro lugar, a aproximação diagnóstica deve levar em conta a exclusão de outras condições que apresentam sintomas16 assemelhados e/ou sobrepostos.
A ressonância magnética43 faz uso da propriedade da ressonância magnética43 nuclear para formar núcleos de átomos dentro do corpo. Assim, ela avalia mudanças na densidade de prótons e detecta "pontos" que podem ocorrer como resultado de mudanças no conteúdo de água no cérebro44.
O potencial evocado, outro recurso diagnóstico42, é um potencial elétrico registrado do sistema nervoso3 após a apresentação de um estímulo detectado por eletroencefalografia45, eletromiografia46 ou outro método de registro eletrofisiológico.
A análise do líquido cefalorraquidiano47 pode ser extremamente benéfica no diagnóstico42 de infecções48 do sistema nervoso central32. Um exame da cultura do líquido cefalorraquidiano47 pode revelar o microrganismo que causou a infecção49.
A espectroscopia de ressonância magnética43 de prótons quantitativa é uma técnica analítica que também tem sido usada como recurso de investigação diagnóstica.
Como o médico trata as doenças desmielinizantes1?
O tratamento das doenças desmielinizantes1 deve ser específico para cada paciente e depende dos sintomas16 que se apresentam com o transtorno e do estágio da progressão da condição. O tratamento deve envolver a melhoria da qualidade de vida do paciente, o que é conseguido através da gestão dos sintomas16 e diminuindo da taxa de desmielinização.
O tratamento pode incluir medicação, mudanças no estilo de vida (por exemplo, deixar de fumar, ajustar horários diários para incluir períodos de descanso e mudanças na dieta), aconselhamento, relaxamento, exercícios físicos, educação do paciente e, em alguns casos, estimulação talâmica profunda no cérebro44, como no caso de tremores.
Até agora, não existem terapias que visem as células50 imunes inatas, especificamente. Como o papel da imunidade51 inata nas doenças desmielinizantes1 torna-se cada vez melhor definido, pode ser possível, no futuro, tratar melhor essas doenças, visando o sistema imunológico11 inato.
Como evoluem as doenças desmielinizantes1?
O prognóstico52 das doenças desmielinizantes1 depende do tipo de doença e de vários atributos do paciente, como idade, sexo, sintomas16 iniciais e do seu grau de incapacidade. Em geral elas são progressivas e vão variando de sintomas16 à medida que evoluem.
Leia também sobre "Mielite36 transversa", "Neuropatia periférica38", "Eletroencefalograma53", "Eletroneuromiografia" e "Punção lombar".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.