Hiper-homocisteinemia - o que é isso?
O que é a homocisteína?
A homocisteína é um homólogo do aminoácido natural cisteína, diferindo dela por conter uma pequena variação estrutural, um gupo metileno adicional na sua cadeia lateral. A cisteína, por sua vez, é um dos aminoácidos naturais codificados pelo código genético, sendo um dos componentes próprios das proteínas1 dos seres humanos.
O que é hiper-homocisteinemia?
Fala-se em hiper-homocisteinemia quando as taxas sanguíneas de homocisteína estão acima do normal. O valor de referência para a homocisteína plasmática varia de 5 a 15 micromol/L. O aumento é considerado leve se os valores estiverem entre 16 e 30 micromol/L, intermediário entre 31 e 100 micromol/L e grave se maior do que 100 micromol/L. A determinação do nível de homocisteína é útil para a avaliação de pacientes em risco para doenças cardiovasculares2.
Quais são as causas da hiper-homocisteinemia?
A concentração plasmática de homocisteína é influenciada tanto por fatores nutricionais quanto hereditários. A hiper-homocisteinemia ocorre quando o corpo digere muita proteína, em especial a partir da carne vermelha. Além disso, a homocisteína também pode estar associada a:
- Baixa ingestão de alimentos com ácido fólico, vitamina3 B6 ou B12.
- Doenças como hipotireoidismo4, doença renal5 ou psoríase6.
- Uso de alguns remédios.
- Outros estados patológicos como artrite reumatoide7 e doenças inflamatórias intestinais.
- Certos hábitos de vida, como tabagismo, consumo excessivo de café, chá e vegetarianismo.
Leia mais sobre "Doenças cardiovasculares2", "Hipotireoidismo4" e "Ácido fólico".
Qual é o mecanismo fisiológico8 de ação da homocisteína?
A homocisteína degrada e inibe a formação dos três principais componentes estruturais das artérias9: colágeno10, elastina e proteoglicanos e assim danifica as células11 endoteliais, aumentando o risco de formação de trombos12. Um aumento nas taxas sanguíneas dessa substância faz crescer esses efeitos.
Quais são as principais características clínicas da hiper-homocisteinemia?
Homocisteína em excesso prejudica o revestimento interno das artérias9 e pode promover a formação de trombos12, aumentando o risco de doenças arteriais cardiovasculares, neurológicas, trombose13 e outras. Também está associada com microalbuminúria14, que é um forte indicador de disfunção renal5 futura.
Existem evidências que relacionam níveis elevados de homocisteína e doença de Alzheimer15, bem como de que níveis elevados de homocisteína e baixos níveis de vitamina3 B6 e B12 são fatores de risco para comprometimento cognitivo16 leve e demência17. A homocisteína também pode desempenhar um papel ainda não esclarecido na esquizofrenia18. Além disso, níveis elevados de homocisteína também têm sido associados a fraturas ósseas em idosos.
Como o médico diagnostica a hiper-homocisteinemia?
Normalmente, o médico pedirá um exame de sangue19 para medir a quantidade deste aminoácido no sangue19.
Como o médico trata a hiper-homocisteinemia?
O tratamento para a hiper-homocisteinemia deve ser feito com a diminuição da ingesta de proteínas1, especialmente carne vermelha. Além disso, é aconselhada a suplementação20 alimentar com ácido fólico, vitaminas B6 ou B12, taurina ou betaína para ajudar a diminuir a quantidade de homocisteína no sangue19.
Veja também "Trombose13", "Esquizofrenia18", "Demência17" e "Mal de Alzheimer21".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.