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Dificuldade em manter a ereção? Pode ser fuga venosa peniana

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O que é fuga venosa peniana?

"Fuga venosa peniana", também conhecida como disfunção erétil venogênica ou insuficiência1 veno-oclusiva, é um distúrbio que acontece quando as veias2 penianas não conseguem armazenar sangue3 suficiente para manter uma ereção4. Isso se dá quando as veias2 do pênis5 não conseguem fechar corretamente e reter o sangue3 durante uma ereção4.

Existem dois tipos de fuga venosa: (1) fuga venosa orgânica, causada por um problema físico subjacente, como lesões6 vasculares7 ou neurológicas; e (2) fuga venosa psicogênica8, ligada a fatores emocionais, psicológicos ou relacionais.

Do ponto de vista vascular9, como se processa a ereção4 do pênis5?

Do ponto de vista vascular9, a ereção4 do pênis5 envolve principalmente a interação entre os vasos sanguíneos10 e o tecido11 erétil do pênis5. O processo de ereção4 começa com a estimulação sexual, que leva à liberação de óxido nítrico pelas terminações nervosas nos corpos cavernosos do pênis5. O óxido nítrico ativa uma cadeia de eventos que acabam por provocar o relaxamento do músculo liso12 das artérias13 e arteríolas14 que irrigam os corpos cavernosos. A dilatação dessas artérias13 aumenta significativamente o fluxo sanguíneo para os corpos cavernosos. O sangue3 entra nos espaços sinusoidais dentro dos corpos cavernosos, que se expandem com o aumento do volume sanguíneo, e isso fornece rigidez ao pênis5.

À medida que os corpos cavernosos se expandem com o sangue3, eles comprimem as veias2 que normalmente drenam o sangue3 para fora do pênis5 e isso garante a continuidade da ereção4. Enquanto os estímulos sexuais continuarem, o processo de vasodilatação arterial fica mantido, assegurando que o pênis5 permaneça ereto15. Quando a estimulação sexual cessa, ocorre a contração das artérias13, reduzindo o fluxo sanguíneo para os corpos cavernosos. As veias2 deixam de ser comprimidas, permitindo que o sangue3 seja drenado dos corpos cavernosos, fazendo com que o pênis5 retorne ao seu estado flácido.

Em resumo, a ereção4 peniana do ponto de vista vascular9 envolve a dilatação das artérias13 que levam sangue3 ao pênis5, o enchimento dos corpos cavernosos com sangue3 e a compressão das veias2 que normalmente drenam esse sangue3, mantendo a ereção4. O processo é revertido quando os estímulos sexuais cessam e as artérias13 se contraem novamente.

Quais são as causas da fuga venosa peniana?

As causas da fuga venosa peniana incluem:

  1. condições que afetam os vasos sanguíneos10, como aterosclerose16, hipertensão17 e doenças cardiovasculares18, que podem comprometer a capacidade das veias2 de reter o sangue3 no pênis5;
  2. lesões6 ou cicatrizes19 nos corpos cavernosos ou nas veias2 do pênis5, devido a traumas físicos ou procedimentos cirúrgicos;
  3. distúrbios do tecido conjuntivo20 do pênis5, como a síndrome21 de Peyronie, por exemplo;
  4. lesões6 na medula espinhal22, neuropatias ou outras condições que afetam o sistema nervoso central23 ou periférico;
  5. níveis inadequados de hormônios, como testosterona, que contribui para problemas vasculares7 no pênis5;
  6. diabetes24, que pode causar danos aos nervos e vasos sanguíneos10, aumentando o risco de fuga venosa;
  7. certos medicamentos que podem afetar a saúde25 vascular9, contribuindo para a fuga venosa;
  8. e fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, falta de exercício e dieta inadequada.
Leia sobre "Micropênis", "Tamanho do pênis5", "Fratura26 de pênis5" e "Impotência27 sexual".

Qual é o substrato fisiopatológico da fuga venosa peniana?

A fisiopatologia28 da fuga venosa peniana está relacionada à incapacidade dos mecanismos veno-oclusivos de reter o sangue3 dentro dos corpos cavernosos do pênis5 durante a ereção4. Isso pode ser resultado de várias alterações anatômicas e funcionais. Qualquer alteração que prejudique a compressão das veias2 que deveria impedir a saída do sangue3 venoso pode resultar em fuga venosa.

Uma túnica albugínea insuficiente, por exemplo, que não seja capaz de comprimir as veias2, pode comprometer essa função. A presença de veias2 emissárias anômalas ou em excesso também pode facilitar a drenagem29 do sangue3 dos corpos cavernosos, resultando em fuga venosa. A eventual fibrose30 do tecido conjuntivo20 do pênis5 pode interferir na capacidade de oclusão venosa. O mesmo efeito pode ser produzido por danos vasculares7, alterações neurológicas, desequilíbrios hormonais e microangiopatias de vasos sanguíneos10 no pênis5.

Ou seja, a fisiopatologia28 da fuga venosa peniana envolve uma combinação de fatores anatômicos, vasculares7, neurológicos e hormonais que resultam na incapacidade de reter o sangue3 nos corpos cavernosos durante a ereção4.

Quais são as características clínicas da fuga venosa peniana?

O principal sintoma31 é a dificuldade em manter a ereção4. A ereção4 pode ocorrer inicialmente, mas costuma ter rigidez insuficiente e duração curta, o que pode comprometer a relação sexual. Mesmo com estímulo adequado ou uso de medicamentos, o pênis5 frequentemente perde a rigidez antes do final do ato sexual.

Muitos homens relatam que a ereção4 “não se sustenta” como antes, apesar do desejo e da excitação estarem presentes. Essa perda progressiva de rigidez costuma gerar frustração, preocupação com o desempenho e, em alguns casos, evitação de tentativas de relação sexual, o que pode acentuar a ansiedade e impactar negativamente a autoestima.

Como o médico diagnostica a fuga venosa peniana?

O diagnóstico32 da fuga venosa peniana deve partir do histórico clínico, em que o médico procurará obter, de forma detalhada, uma descrição dos sintomas33, história médica do paciente, dos medicamentos que ele esteja usando e de seu estilo de vida. Um exame físico deve ser realizado para detectar quaisquer anormalidades do pênis5 ou dos testículos34.

O teste positivo de ereção4 noturna pode sugerir que a disfunção erétil tenha causas psicológicas. O Ultrassom Doppler Peniano é um dos testes mais comuns e importantes para diagnosticar a fuga venosa, porque ele avalia o fluxo sanguíneo no pênis5. A cavernosografia envolve a injeção35 de um contraste no pênis5, seguida de radiografias, para visualizar o sistema venoso36 e identificar escapes. Exames de sangue3 podem ser realizados para verificar níveis hormonais, glicemia37 e outros fatores que possam contribuir para a disfunção erétil.

Como o médico trata a fuga venosa peniana?

Quando o problema é leve, o tratamento para fuga venosa pode ser medicamentoso, auxiliado por uma mudança de estilo de vida, uso de suplementos e reposição hormonal. No entanto, se isso não for suficiente, podem ser tentadas outras soluções, como associação com terapia de ondas de choque38 e terapia de plasma39 rico em plaquetas40.

Há ainda a possibilidade de remédios injetáveis, que promovem um relaxamento maior do tecido11 peniano para produzir a ereção4 eficiente. Por último, resta o recurso à prótese41 peniana dos corpos cavernosos.

Veja também sobre "Priapismo42", "Doenças do pênis5" e "Disfunção erétil".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site Science Direct.

ABCMED, 2025. Dificuldade em manter a ereção? Pode ser fuga venosa peniana. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/1484275/dificuldade-em-manter-a-erecao-pode-ser-fuga-venosa-peniana.htm>. Acesso em: 7 mai. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
2 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
3 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
4 Ereção: 1. Ato ou efeito de erigir ou erguer. 2. Inauguração, criação. 3. Levantamento ou endurecimento do pênis.
5 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
6 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
8 Psicogênica: 1. Relativo à psicogenia ou psicogênese, ou seja, relativo à origem e desenvolvimento do psiquismo. 2. Relativo a ou próprio de fenômenos somáticos com origem psíquica.
9 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
10 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
11 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
12 Músculo Liso: Um dos músculos dos órgãos internos, vasos sanguíneos, folículos pilosos etc.; os elementos contráteis são alongados, em geral células fusiformes com núcleos de localização central e comprimento de 20 a 200 mü-m, ou ainda maior no útero grávido; embora faltem as estrias traversas, ocorrem miofibrilas espessas e delgadas; encontram-se fibras musculares lisas juntamente com camadas ou feixes de fibras reticulares e, freqüentemente, também são abundantes os ninhos de fibras elásticas. (Stedman, 25ª ed)
13 Artérias: Os vasos que transportam sangue para fora do coração.
14 Arteríolas: As menores ramificações das artérias. Estão localizadas entre as artérias musculares e os capilares.
15 Ereto: 1. Que se mantém erguido, levantado; erecto. 2. Que se encontra em equilíbrio ou aprumado. 3. Que endureceu, que se tornou túrgido.
16 Aterosclerose: Tipo de arteriosclerose caracterizado pela formação de placas de ateroma sobre a parede das artérias.
17 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
18 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
19 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
20 Tecido conjuntivo: Tecido que sustenta e conecta outros tecidos. Consiste de CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO inseridas em uma grande quantidade de MATRIZ EXTRACELULAR.
21 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
22 Medula Espinhal:
23 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
24 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
25 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
26 Fratura: Solução de continuidade de um osso. Em geral é produzida por um traumatismo, mesmo que possa ser produzida na ausência do mesmo (fratura patológica). Produz como sintomas dor, mobilidade anormal e ruídos (crepitação) na região afetada.
27 Impotência: Incapacidade para ter ou manter a ereção para atividades sexuais. Também chamada de disfunção erétil.
28 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
29 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
30 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
31 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
32 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
33 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
34 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
35 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
36 Sistema venoso: O sistema venoso possui a propriedade de variação da sua complacência, para permitir o retorno de um variável volume sanguíneo ao coração e a manutenção de uma reserva deste volume.
37 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
38 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
39 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
40 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
41 Prótese: Elemento artificial implantado para substituir a função de um órgão alterado. Existem próteses de quadril, de rótula, próteses dentárias, etc.
42 Priapismo: Condição, associada ou não a um estímulo sexual, na qual o pênis ereto não retorna ao seu estado flácido habitual. Essa ereção é involuntária, duradora (cerca de 4 horas), geralmente dolorosa e potencialmente danosa, podendo levar à impotência sexual irreversível, constituindo-se numa emergência médica.

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