Doenças do pênis: quais são as mais comuns e como elas se manifestam?
Considerações iniciais
O pênis1 pode ser afetado por todo tipo de doenças: inflamatórias, infecciosas, traumáticas, tumorais, congênitas2 e hereditárias; gerando alterações estruturais ou funcionais, as quais podem ocasionar dificuldades em suas funções normais de urinar e manter relações sexuais. Por outro lado, muitas doenças que comprometem o pênis1 têm também importantes e, às vezes, graves repercussões gerais. Aqui, nos deteremos apenas às mais comuns e aos aspectos que afetam diretamente o pênis1. Quem desejar maiores informações sobre o comprometimento geral das enfermidades deve dirigir-se aos sites específicos.
Quais são as principais doenças do pênis1?
- Fimose3: diz que há fimose3 quando o prepúcio4 (uma dobra de pele5 e membrana mucosa6 retrátil que cobre a extremidade do pênis1) não pode ser completamente retraído para expor totalmente a glande (”cabeça” do pênis1). O prepúcio4 normal geralmente recobre a glande quando o pênis1 está flácido e se retrai quando ele está ereto7, deixando a glande à mostra. A dificuldade em expor a glande ocorre quando o prepúcio4 possui uma abertura muito pequena para a passagem da glande. No bebê, existe naturalmente uma aderência do prepúcio4 à glande (fimose3 fisiológica8), a qual desaparece na grande maioria dos meninos até os três anos de idade. Incidentalmente, chama-se parafimose à situação em que a glande é exposta apesar da dificuldade, mas não consegue novamente ser recolhida, causando um estrangulamento dela, impedindo o fluxo venoso e linfático9 ou a higiene adequada. Devemos lembrar que a circuncisão (remoção cirúrgica da prega de pele5 que envolve a glande), prática usada para corrigir a fimose3, tem implicações culturais e religiosas importantes e existe há mais de cinco mil anos, tendo um aspecto ritual entre egípcios, gregos e hebreus.
- Balanopostite10: na balanopostite10 um fungo11 ou uma bactéria12 que estejam vivendo debaixo do prepúcio4 causa uma inflamação13 na cabeça14 do pênis1 e no prepúcio4. Esta inflamação13 geralmente ocorre em um pênis1 não circuncisado e provoca dor, vermelhidão e edema15 e pode levar a uma constrição16 da uretra17 e dificuldade para urinar. A balanopostite10, quando duradoura, predispõe a outras doenças, inclusive ao câncer18.
- Disfunção erétil: a disfunção erétil, popularmente chamada impotência19 sexual, é uma disfunção em que o homem não consegue sustentar uma ereção20 do pênis1 que lhe permita manter uma relação sexual normal. A disfunção erétil pode ter várias causas, orgânicas ou psicológicas e é acentuada pelo fumo, álcool, colesterol21 elevado, certos medicamentos, hipertensão arterial22 e diabetes mellitus23. O tratamento da disfunção erétil depende da sua causa, mas vai desde a psicoterapia até a prótese24 peniana, passando pelas medicações.
- Tumores no pênis1: o câncer18 do pênis1 não é comum, mas existe. Embora raro, ele é mais comum nos homens não circuncisados. A parte do pênis1 mais frequentemente afetada é a base da sua cabeça14. O sinal25 inicial costuma ser uma ferida avermelhada e indolor. Habitualmente, é um carcinoma26 de células27 escamosas. Quando detectado no início, pode ser extirpado preservando-se ao máximo o tecido28 peniano.
- Doença de Peyronie: é um distúrbio caracterizado pelo surgimento de placas29 fibrosas no tecido conjuntivo30 do pênis1, causando nele, quando em ereção20, uma curvatura anormal. Ocorre uma perda da capacidade de se distender um lado do pênis1, encurtando-o naquele lado e provocando o desvio. A princípio a doença pode causar dor, a qual se alivia à medida que a condição se torna crônica. Nos estágios mais avançados da doença pode haver disfunção erétil. Diversos homens com esse problema exibem também doenças do tecido conjuntivo30 em outras partes do corpo, mormente nas mãos31 e pés. O único tratamento existente é a cirurgia.
- Doenças sexualmente transmissíveis: embora muitas das principais repercussões das doenças sexualmente transmissíveis sejam sistêmicas, algumas delas deixam lesões32 localizadas no pênis1. A infecção33 pela clamídia, conhecida como Chlamydia trachomatis, causa uretrite34 (inflamação13 da uretra17), sensação de ardor35 ao urinar, coceira no pênis1 e dor nos testículos36. A gonorreia37, causada pela bactéria12 Neisseria gonorrhoeae, se caracteriza por um corrimento uretral38 amarelado, queimação e ardor35 ao urinar. O herpes genital acomete a pele5 e as mucosas39 do pênis1. No começo, a pele5 mostrará um aumento de sensibilidade, formigamento, queimação e dor. A seguir, a área torna-se avermelhada e aparecem vesículas40 que contêm um líquido branco-amarelado. A ruptura dessas vesículas40 gera úlceras41, sobre as quais posteriormente se formam crostas. O herpes propaga-se por meio de contato físico e sexual. As verrugas genitais (ou condilomas42 acuminados) são causadas pelo vírus43 do papiloma humano (HPV). Elas são muito contagiosas e a melhor maneira de se proteger contra elas é usar camisinha durante as relações sexuais. Podem ser tratadas com podofilina, aplicada localmente, com crioterapia44 (eliminação das verrugas por congelamento) ou excisão cirúrgica. A sífilis45, no passado, chegou a ser um flagelo quase comparável ao que hoje é a AIDS. Ela é causada pela bactéria12 Treponema pallidum que, além de lesões32 locais no pênis1, pode afetar órgãos vitais como o coração46, vasos sanguíneos47, cérebro48 ou medula espinhal49, em alguns casos dando manifestações graves, anos depois da infecção33 inicial. As manifestações penianas da sífilis45 são aparentemente simples e constam de feridas vermelhas que se curam sem tratamento, dentro de uma semana. No entanto, a doença continua seu curso, às vezes grave.
- Anomalias congênitas2, genéticas ou hereditárias: em alguns casos pode ocorrer uma ambiguidade genital externa e os órgãos sexuais podem ter características anatômicas dos dois sexos, de tal forma que não permitem definir com segurança sua natureza masculina ou feminina. A Síndrome50 de Klinefelter é um transtorno cromossômico que afeta apenas os meninos e que ocasiona várias repercussões sistêmicas importantes, mas no que se refere ao pênis1 o torna marcadamente pequeno (micropênis). A hipospádia51 é uma malformação52 congênita53 caracterizada pela abertura anormal do orifício por onde sai a urina54, na parte de baixo do pênis1. Chama-se epispádia quando essa abertura se dá no dorso55 do pênis1. Durante o desenvolvimento embriológico ocorre uma fusão incompleta das pregas uretrais, dando origem a uma abertura anormal da uretra17. Outra anomalia é a estenose56 congênita53 do meato uretral38, que também pode ocorrer, às vezes gerando retenção e patologias urinárias consequentes. Existe também uma curiosa síndrome50 de duplicação do pênis1, em que o indivíduo pode nascer com dois pênis1.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.