Tamanho do pênis
A questão objetiva
Os dados sobre as medidas do pênis1 são muito variáveis, mas de um modo geral considera-se como normais os pênis1 eretos de pessoas adultas que meçam entre 8 e 23 centímetros. O tamanho médio do pênis1 dos brasileiros fica entre 12 e 16 cm e em cerca de 60% dos homens a circunferência média fica entre 10 e 12,5 cm. Como esses são valores médios, há pênis1 normais abaixo e acima dessas medidas. Somente 0,5% das pessoas têm pênis1 com menos de 10 cm e apenas 4,5% o têm com mais de 17,5 cm. Os pênis1 abaixo de 8 ou acima de 23 cm são variações raras do normal ou fruto de alguma enfermidade. Existem várias teorias populares que procuram relacionar o tamanho do pênis1 com tamanhos anatômicos de certos órgãos como pés, nariz2, dedos da mão3 etc., mas segundo pesquisadores do St. Marys Hospital e do University College Hospital, de Londres, publicado no British Journal of Urology International, essas crenças não têm fundamento.
Há pênis1 de diferentes tamanhos, dependendo da compleição corporal, de fatores hormonais e constitucionais. Há, inclusive, variações raciais: na média, os orientais têm pênis1 menores que os caucasianos e estes pênis1 menores que os africanos. Contudo, do ponto de vista estritamente orgânico não há relação entre o tamanho peniano e a satisfação sexual do homem ou da sua parceira sexual.
Considerações sobre o tamanho do pênis1 estão mais presentes nas anedotas, no folclore e na patologia4 emocional, que no cotidiano da vida sexual. No entanto, como a questão é também psicológica, ela pode, por essa via, sofrer alguma influência desse fator.
A questão psicológica
Em geral, os homens experimentam grande ansiedade quando supõem uma possível, e geralmente imaginária, insuficiência5 do próprio pênis1, seja por sua forma ou tamanho. Na maioria das vezes isto é uma fantasia e não corresponde à realidade objetiva. O julgamento de alguns homens a respeito de seus pênis1 padece da mesma inadequação que a do anoréxico a respeito de seu corpo e eles se aferram a este julgamento apesar de toda e qualquer demonstração em contrário. A questão sempre existiu. Freud considerou que essas preocupações seriam resquícios do que ele descreveu como Complexo de Castração6, segundo o qual todo menino experimenta medo de que o pênis1 lhe seja retirado.
Por outro lado, sem dúvida, estas preocupações também devem-se à importância crucial que esse órgão tem no processo de reprodução7 e de fatores culturais que levam o homem a supor que um pênis1 de maior tamanho produz maior satisfação às mulheres, embora a maioria delas não esteja tão preocupada com isso e não leve esse fator em conta quando escolhem um parceiro sexual. Os fatores emocionais, intelectuais e estéticos importam mais para elas que os dados anatômicos. Existem menções na literatura de que, para elas, possa importar mais a circunferência do pênis1, porque um órgão mais grosso estimula melhor as paredes vaginais que outro mais fino. Um pênis1 excessivamente longo, que atinja o cérvix uterino (colo do útero8) pode, inclusive, gerar incômodo. Pode-se dizer que “se um pênis1 é de comprimento médio (...) e cada parceiro está familiarizado com as áreas prazenteiras do corpo do outro o tamanho do pênis1 provavelmente importa menos do que a maneira como ele é usado” (The orgasm answer guide – Barry R. Komisaruk, Beverly Whipple, Sara Nasserzardeh e Carlos Beyer-Flores – pg. 24- 2009).
Ademais, grande parte da excitabilidade feminina que induz o orgasmo está situada no clitóris, que é um órgão externo, e a maior excitabilidade da vagina9 encontra-se localizada em seu primeiro terço. (Exploring the dimensions of human sexuality - Jerrold S. Greenbergd, Clint E. Bruess, Sarah C. Conklin – pg. 132 – 2010). Além disso, existem também vaginas de diferentes dimensões, as quais se adaptam diferentemente aos diversos tamanhos de pênis1. Tudo isso torna extremamente relativa essa questão do “tamanho do pênis”.
Técnicas, cirurgias ou terapias?
As técnicas usadas para aumentar o comprimento ou a largura do pênis1 são muitas vezes anunciadas como milagrosas, mas na verdade apresentam resultados confusos ou podem levar a complicações futuras como deformidades, perda de sensibilidade ou impotência10. Os urologistas titulares da Sociedade Brasileira de Urologia não costumam recomendar técnicas como bombas a vácuo, exercícios, massagens ou aparelhos “esticadores”.
Por isso, é importante ouvir o julgamento médico a respeito e seguir as suas indicações. O apoio psicológico de um psicoterapeuta pode ser, objetivamente, a melhor forma de lidar com a questão.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.