Pericondrite - conceito, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
O que é pericondrite?
A pericondrite é uma infecção1 que acomete o tecido conjuntivo2 que envolve a cartilagem3 do pavilhão auricular e/ou o canal auditivo. Normalmente, ela atinge toda a orelha4, com exclusão do lóbulo, que não possui cartilagem3.
Quais são as causas da pericondrite?
A pericondrite pode ser causada por traumas, lesões5, queimaduras, picadas de insetos, colocação de piercings, cirurgia na orelha4 ou furúnculos na orelha4. A infecção1 também costuma ocorrer em pessoas com distúrbios inflamatórios, nas quais o sistema imunológico6 está enfraquecido, ou com diabetes7.
A Pseudomonas aeruginosa é a bactéria8 mais comumente observada em casos de pericondrite.
Leia sobre "Protetores auditivos", "Audiometria9", "Surdez" e "Perfuração do tímpano10".
Qual é o substrato fisiológico11 da pericondrite?
A cartilagem3 é o tecido12 espesso que confere forma, entre outros órgãos, ao nariz13 e ao pavilhão da orelha4. Essa cartilagem3 é recoberta por uma fina camada de tecido conjuntivo2, denominado pericôndrio, responsável por nutrir o tecido12 cartilaginoso. Quando inflamado, esse tecido12 gera um quadro clínico chamado pericondrite.
Dentre os fatores constitucionais que mais contribuem para o desenvolvimento da pericondrite estão a escassez de tecido subcutâneo14 entre a cartilagem3 e a pele15 e a diminuta irrigação sanguínea da cartilagem auricular16, deixando-a mais predisposta ao desenvolvimento de infecções17 bacterianas.
Quais são as principais características clínicas da pericondrite?
Os sinais18 e sintomas19 iniciais da pericondrite da orelha4 são: dor intensa, vermelhidão, edema20 das orelhas21 e temperatura local e corporal aumentadas. Em casos graves, o derretimento purulento22 da cartilagem auricular16 ocorre e o pus23 aparece entre o pericôndrio e a cartilagem3. O lóbulo permanece inalterado, ajudando a distinguir pericondrite de otite24 externa.
A pericondrite pode ser uma doença devastadora e, se não for adequadamente tratada, a infecção1 pode se agravar em uma condrite liquefeita, resultando em desfiguração e mesmo perda da orelha4.
Como o médico diagnostica a pericondrite?
O diagnóstico25 é feito com base nas manifestações clínicas, juntamente com o histórico de danos à orelha4 e exame físico. Como a orelha4 é um órgão externo, a observação direta é possível e isso contribui ainda mais para o diagnóstico25.
Um diagnóstico25 diferencial deve ser feito com a sensibilidade ou flutuação do processo mastoide26 do osso temporal, bem como envolvimento facial, orbital ou do ouvido médio27.
Como o médico trata a pericondrite?
O tratamento é feito com o uso de antibióticos, que podem ser administrados por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do quadro. Nos casos mais graves, quando há o aprisionamento de pus23 na lesão28 (abscesso29), a cirurgia pode ser necessária para drenar o pus23. Uma cirurgia plástica pode ser necessária para devolver uma aparência normal a uma orelha4 que tenha sido deformada.
O médico deve remover quaisquer corpos estranhos que estejam presos à orelha4, como brincos ou piercings, por exemplo. Compressas quentes também podem ajudar e analgésicos30 podem ser usados, se necessários.
Quais são as complicações possíveis da pericondrite?
A pericondrite pode levar à condrite, que é uma infecção1 da própria cartilagem3, o que pode causar danos graves à estrutura da orelha4, deformando-a. Nos casos de maior gravidade, partes da orelha4 talvez precisem ser removidas e o pavilhão da orelha4 tenha de ser refeito por uma cirurgia plástica.
Veja também sobre "Otite24", "Zumbido no ouvido31", "Doença de Ménière?" e "Labirintite32".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Nicklaus Children’s Hospital e do Penn State Hersley Medical Center.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.