Tendinose - ruptura de tendão sem inflamação
O que é tendinose?
Os tendões1 são estruturas anatômicas de fibras paralelas de tecido conjuntivo2 que unem um músculo a um osso, transmitindo a força gerada pelo músculo à estrutura óssea. As tendinopatias são muito comuns, tanto no ambiente de trabalho como nos exercícios físicos e desportos.
Há alguns poucos anos, o termo “tendinite3” era utilizado para descrever quase todo tipo de patologia4 localizada num tendão5. Atualmente, o termo “tendinose” tem sido utilizado para descrever uma alteração degenerativa6 de um tendão5 sem sinais7 inflamatórios, o que significa que ele começa a se romper.
A distinção entre tendinite3 e tendinose nem sempre é fácil, porque os sintomas8 são muito semelhantes, mas é importante para que o tratamento seja o mais apropriado.
Quais são as causas da tendinose?
A tendinose é causada pelo uso excessivo do tendão5. Também pode ser causada por trauma físico, como queda ou lesão9 esportiva. Atletas e trabalhadores cujas atividades exigem colocar pressão repetida nos tendões1 são mais propensos a esse transtorno.
Os problemas nos tendões1 são mais comuns em idosos porque as articulações10 se tornam menos flexíveis à medida que a pessoa envelhece. Pessoas com condições articulares, como artrite11 por exemplo, também podem ser mais propensas à tendinose.
Leia sobre "Artrite11", "Artrose12" e "Tendinite3".
Qual é o mecanismo fisiopatológico da tendinose?
A tendinose ocorre quando os tendões1 se degeneram e começam a se romper. Os tendões1 podem passar a conter pequenas porções ou fibras de colágeno13 desorganizadas em vez de fibras retas.
Quais são as principais características clínicas da tendinose?
A tendinose é mais frequente que a tendinite3 e mais comum nos tendões1 do cotovelo, ombro, joelho, quadril e calcanhar14. A tendinose pode também estar ligada a outras condições subjacentes, como cotovelo de tenista e ombro do nadador. Ela causa dor que piora durante e depois da atividade física e persiste por vários meses, além de perda de flexibilidade na articulação15, inchaço16 ao redor do tendão5 e movimento articular restrito.
Como o médico diagnostica a tendinose?
A história clínica e o exame físico permitem avaliar a presença da tendinose. Mas, muitas vezes, são necessários exames complementares tais como radiografia do local onde está presente a sintomatologia ou também uma ressonância magnética17 para definir a presença ou ausência da rotura de um tendão5.
Como o médico trata a tendinose?
Os tendões1 levam muito tempo para se reabilitarem. Para termos uma noção de comparação em termos de tempo de tratamento, o tempo de recuperação da tendinite3 é de cerca de 6 semanas, dependendo se o tratamento é iniciado numa fase precoce ou avançada da doença. Já para a tendinose, tratada desde o seu início, esse tempo é de 6 a 10 semanas e para a fase crônica, de 3 a 9 meses.
Os tratamentos para a tendinose visam acelerar os processos naturais de cura do corpo e consistem em estimular a síntese do colágeno13. Já o tratamento da tendinite3 consiste na administração de anti-inflamatórios, não usados nos casos de tendinose.
Além disso, os tratamentos incluem repouso, ajustamento na postura, suporte apropriado para o tendão5 afetado, alongamentos para impedir a retração muscular e estimular a cicatrização, uso de gelo durante períodos de 15 a 20 minutos várias vezes ao dia, exercícios que estimulem a produção de colágeno13 e sessões de massagens para estimular a circulação18 e a atividade celular.
Uma nutrição19 incluindo vitaminas B6, C e E, manganésio e zinco é importante para a produção de colágeno13 e saúde20 dos tendões1. Ao contrário, os medicamentos anti-inflamatórios e as injeções de corticoides, tão usadas nas “tendinites”, podem acelerar o processo degenerativo21 e tornar o tendão5 ainda mais susceptível a novas lesões22, com risco mais elevado de rotura.
A cirurgia só deve ser utilizada no tratamento da tendinose em último recurso, para remoção dos tecidos afetados. Contudo, ela não estimula a síntese de colágeno13 e sua taxa de sucesso varia entre 75% e 85%.
Saiba mais sobre "Epicondilite", "Uso de corticoides" e "Alongamentos e seus benefícios".
Como evolui a tendinose?
Embora seja pouco provável que as lesões22 associadas à tendinose regridam por completo, os tratamentos melhoram a força do tendão5 e interrompem o ciclo de lesão9, permitindo a introdução de colágeno13 saudável na área afetada, e melhoram a circulação18.
Como a tendinose provoca alterações nos tecidos e os tornam mais susceptíveis a novas lesões22, é importante ter uma atenção especial sobre o tendão5 afetado mesmo após a conclusão do tratamento. Massagens, alongamentos e aquecimento antes de exercícios físicos são indicados e devem ser acompanhados por especialistas.
Veja também sobre "Reeducação postural global ou RPG", "Método de Busquet" e "Pilates".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.