Osteopatia - conceito, técnicas, benefícios e contraindicações
O que é osteopatia?
A osteopatia (grego: osteon = osso + páthos = doença) é uma forma de medicina alternativa que utiliza técnicas manuais para movimentar, posicionar e alongar partes do corpo, visando a prevenção e tratamento de distúrbios musculoesqueléticos. A osteopatia foi desenvolvida pelo médico norte-americano Andrew Taylor Still no final do século XIX; sua premissa básica é a ideia de que o corpo tem a capacidade inata de se curar e que qualquer distúrbio na estrutura e função do corpo pode afetar a saúde1 geral.
Os osteopatas procuram identificar e corrigir disfunções no corpo para facilitar a autorregulação e o processo natural de cura. É frequente confundir-se a osteopatia com a quiropraxia, uma vez que são parecidas. Porém, a osteopatia é mais abrangente e atua sobre todos os sistemas corporais. Já a quiropraxia é uma técnica mais pontual, que só atua na parte estrutural do corpo, sobretudo na coluna vertebral2, corrigindo bloqueios vertebrais, alinhando os ossos e aliviando o incômodo.
A condição profissional e a aceitação da osteopatia varia de país para país. Muitos representantes da Medicina tradicional argumentam que não há evidência suficiente de que as práticas osteopáticas sejam úteis no tratamento de qualquer condição médica. No Brasil, os profissionais Osteopatas são registrados no Registro Brasileiro dos Osteopatas. Para o exercício da ocupação Osteopata (a osteopatia não é considerada uma profissão e, sim, uma ocupação), é exigida formação osteopática, segundo modelos de formação sistematizados pela OMS, para profissionais com diploma de graduação prévia em medicina ou fisioterapia3 ou graduação específica em osteopatia. Em 2001, o Conselho Federal de Fisioterapia3 reconheceu a Osteopatia como especialidade da Fisioterapia3.
Leia mais sobre "Fibromialgia4", "Hérnia de disco5", "Hérnia de disco5 extrusa" e "Alterações posturais".
Quais são as técnicas usadas pelos osteopatas?
O foco principal de atenção dos osteopatas é a dor. Para tratá-la, eles usam uma variedade de técnicas de manipulação, incluindo:
- Manipulação das articulações6, que consiste em movimentos rápidos e controlados, e mobilização articular, que consiste em movimentos lentos e rítmicos. Ambas têm como objetivo produzir relaxamento, melhorar a mobilidade e reduzir a dor.
- Técnicas de tecidos moles, compreendendo massagens e alongamentos para liberar a tensão nos músculos7 e tecidos conjuntivos. Os tecidos moles referem-se a estruturas não ósseas do corpo, como músculos7, tendões8, ligamentos9, fáscias, nervos e vasos sanguíneos10. As técnicas específicas para tratar os tecidos moles são conhecidas como "técnicas de tecidos moles" ou "técnicas de liberação miofascial". Essas técnicas têm como objetivo relaxar e alongar os músculos7 e liberar aderências e restrições na fáscia11 (invólucro de tecido conjuntivo12 que envolve os músculos7 e órgãos).
- Técnicas viscerais, que correspondem à manipulação suave de órgãos internos do corpo, como vasos sanguíneos10, nervos e outros tecidos moles que compõem o sistema visceral, para melhorar a mobilidade e função deles e ativar a circulação13 sanguínea e linfática.
- Técnicas cranianas para restaurar equilíbrio das estruturas do crânio14, da coluna cervical15 e das membranas que os envolve, para melhorar a função do sistema nervoso16 e outros sistemas do corpo.
- Técnicas musculoesqueléticas, que envolvem avaliação e tratamento de músculos7 e ossos, visando restaurar o equilíbrio muscular e corrigir possíveis desalinhamentos.
Para escolher a técnica mais adaptada a cada caso, os osteopatas avaliam o paciente levando em consideração o histórico médico, os sintomas17 e realizam exames físicos. Com isso, determinam o diagnóstico18 e o plano de tratamento. Além disso, os osteopatas podem recomendar exercícios específicos para ajudar a fortalecer áreas enfraquecidas, melhorar a postura e aumentar a flexibilidade.
Quais são os benefícios da osteopatia?
A osteopatia é frequentemente usada para tratar condições musculoesqueléticas, como dores nas costas19, lesões20 esportivas, enxaquecas21 e distúrbios articulares. Entre seus benefícios contam-se o alívio das dores musculares e articulares, incluindo dores nas costas19, pescoço22 e ombros e outros problemas relacionados ao sistema musculoesquelético.
A osteopatia pode:
- ajudar a melhorar a amplitude de movimento das articulações6;
- reduzir a tensão muscular, ao ajudar a relaxar músculos7 tensos e reduzir a rigidez muscular;
- promover uma melhor circulação13 sanguínea e linfática, auxiliando nos processos de cicatrização e remoção de toxinas23 do corpo;
- aliviar as dores crônicas, como enxaquecas21, dores articulares crônicas e fibromialgia4;
- melhorar a postura, reduzindo a tensão em áreas específicas do corpo;
- além de dar suporte ao sistema imunológico24, tornando-o mais forte.
A osteopatia pode ser indicada:
- para pessoas com dores crônicas;
- para atletas ou pessoas que sofreram lesões20 durante a prática esportiva;
- para ajudar a aliviar certos desconfortos comuns da gravidez25, como dores nas costas19, má postura e desconforto pélvico26;
- para bebês27 com cólicas28, refluxo, problemas de sono e assimetrias cranianas;
- para crianças com problemas posturais ou dores relacionadas ao crescimento;
- para idosos, para aliviar dores decorrentes do envelhecimento;
- e para pessoas que estejam sofrendo com condições específicas, como:
- fibromialgia4;
- enxaquecas21;
- síndrome29 do túnel do carpo;
- dores ciáticas;
- lombalgias;
- dorsalgias;
- cervicalgias;
- hérnias30 discais;
- escolioses;
- torcicolos;
- entorses31;
- epicondilites;
- tendinites;
- dores nos ombros;
- contraturas musculares;
- tensões;
- distúrbios da articulação temporomandibular32 (ATM);
- além de problemas decorrentes de acidentes, quedas, fraturas ou cirurgias.
Quais são as contraindicações da osteopatia?
Algumas das contraindicações mais comuns da osteopatia incluem:
- fraturas recentes ou instabilidade óssea;
- infecções33 ou inflamações34 graves;
- tumores ou câncer35;
- distúrbios hemorrágicos36 ou problemas de coagulação37;
- doenças do tecido conjuntivo12;
- doenças cardíacas ou vasculares38 graves;
- gravidez25;
- osteoporose39 grave;
- hérnias30 de disco;
- problemas vertebrais graves;
- e lesões20 recentes ou feridas abertas.
Veja também "Fisioterapia3", "Reeducação Postural global", "Método de Busquet", "Pilates" e "Acupuntura".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.