Fratura óssea: definição, causas, sinais e sintomas, tipos de fraturas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é fratura1 óssea?
Uma fratura1 óssea é a perda da continuidade de um osso, que o divide em dois ou mais fragmentos2. As fraturas ósseas são acontecimentos muito frequentes. Embora haja várias causas acidentais de fraturas, cerca de 40% das fraturas acontecem no ambiente doméstico. Algumas fraturas são tão simples que nem chegam a ser percebidas ou resolvem-se espontaneamente, mas outras podem ser tão graves que acarretam risco de morte. Fraturas podem ocorrer aleatoriamente a todas as pessoas, mas há uma maior incidência3 em certos grupos específicos, tal como em mulheres após a menopausa4, devido à osteoporose5 (diminuição da densidade do osso pela menor produção de hormônios estrogênicos) e em idosos, devido ao maior número de quedas e à fragilidade óssea e muscular.
Quais são as principais causas de uma fratura1 óssea?
Os traumatismos que incidem sobre os ossos com forças superiores a sua capacidade de deformação são as causas mais frequentes de fraturas. Isso acontece, sobretudo, em quedas, pancadas e acidentes, mas há também fraturas que ocorrem devido a impactos mínimos ou até espontaneamente, chamadas fraturas patológicas, as quais se devem a um anormal enfraquecimento dos ossos, devido à osteoporose5 ou a tumores ósseos.
Quais são os principais sinais6 e sintomas7 de uma fratura1 óssea?
As queixas mais comuns são dores, inchaço8, incapacidade total ou parcial de movimentos, deformidades e posturas anormais, sinais6 do traumatismo9, como hematomas10, lesões11 cutâneas12, etc. Nas fraturas expostas ou complicadas podem aparecer outros sinas e sintomas7 além desses, dependendo do tipo de evento.
Quais são os principais tipos de fraturas ósseas?
Há uma grande variedade de fraturas. Elas podem ser múltiplas ou únicas, por encurtamento muscular violento ou por torção13, completas ou incompletas, oblíquas14, epifisárias15, fechadas ou abertas, etc. Podem ainda ser classificadas segundo outros critérios:
- Segundo as suas causas:
- Fraturas traumáticas: representam a maioria das fraturas e são causadas pela aplicação sobre o osso de uma força maior que sua resistência. Podem ocorrer no local do impacto (por exemplo, uma fratura1 de úmero16 por uma pancada) ou à distância (por exemplo, uma fratura1 da clavícula17 quando se apoia com a mão18, após uma queda). Podem ocorrer também por uma contração muscular violenta ou serem devidas à aplicação repetida e frequente de pequenas forças sobre um osso, enfraquecendo-o progressivamente.
- Fraturas patológicas: muitas vezes ocorrem espontaneamente ou em razão de traumatismos mínimos sobre um osso previamente fragilizado por osteoporose5 ou por um tumor19 ósseo.
- Segundo a lesão20 envolvida:
- Fraturas simples: apenas o osso é atingido e não há perfuração da pele21 ou lesão20 de outras estruturas adjacentes.
- Fraturas expostas: a pele21 é rompida e o osso fica exposto ao exterior. Nesse tipo de fratura1 com frequência ocorre infecção22 bacteriana e mesmo que ela ainda não esteja presente, justifica-se o uso preventivo23 de antibióticos.
- Fraturas complicadas: quando são atingidas outras estruturas além dos ossos, como vasos sanguíneos24, nervos, músculos25, etc.
Usa-se chamar de politraumatizado ao paciente que tenha sofrido ao mesmo tempo várias fraturas num mesmo ou em diversos ossos. Fraturas cominutivas são aquelas em que o osso se parte em vários pequenos fragmentos2.
Como o médico diagnostica uma fratura1 óssea?
Em geral um exame radiográfico é suficiente para confirmar uma fratura1 e para classificar o seu tipo. Conforme as circunstâncias do caso e se for necessária cirurgia, outros exames laboratoriais podem estar indicados para avaliar o estado geral do paciente. Em alguns casos, exames de imagens mais precisos, como a ressonância magnética26, por exemplo, podem ser necessários para diagnóstico27 e/ou acompanhamento do caso.
Como o médico trata as fraturas ósseas?
O tratamento das fraturas ósseas depende do tipo e das características delas, mas a cirurgia deve ser considerada como a última opção, reservada para casos especiais como fraturas expostas ou complicadas. O tratamento conservador procura favorecer condições para que ocorra o processo natural de reparação do osso e é variável conforme o osso que tenha sido atingido e o tipo de lesão20 em causa. Nas fraturas em que tenha havido desvio ósseo é necessário fazer-se a redução da fratura1, exercendo tração sobre o membro afetado e fazendo com que as extremidades ósseas voltem a ficar alinhadas e na sua posição anatômica natural. Depois desse alinhamento, o membro afetado deve ser imobilizado, para que não haja dor e possa ocorrer uma reparação da fratura1, o que pode ser feito por vários meios. O mais frequente é que seja usada uma tala28 gessada ou o suporte com ligaduras elásticas. Conforme o osso atingido ou o tipo de fratura1, essa imobilização pode variar de três a oito semanas, ou ainda mais. Concomitantemente, podem ser usados analgésicos29 e anti-inflamatórios para alívio da dor e da inflamação30 local. Alimentos que contenham cálcio favorecem a consolidação óssea.
O tratamento cirúrgico fica reservado para aqueles casos em que não possa ser feito um tratamento conservador e ele também procura restabelecer o alinhamento normal do osso e manter esse alinhamento até a reparação da fratura1. Adicionalmente, permite também corrigir algumas lesões11 de partes moles, como vasos sanguíneos24 rompidos, por exemplo. O restabelecimento da continuidade óssea por meio cirúrgico pode ser feito com a utilização de placas31, parafusos, varetas endomedulares32 ou fios metálicos.
Quais são as complicações que podem ocorrer nos casos de fraturas ósseas?
A imobilização de um membro fraturado motiva uma perda mineral do osso e, se for nos membros inferiores, há uma tendência à formação de trombos33.
Uma das sequelas34 mais frequentes das fraturas é a consolidação viciosa, em que o osso cicatriza numa posição anatômica incorreta.
Fraturas expostas podem levar a uma infecção22 óssea especialmente grave devido à baixa irrigação sanguínea e escassez de células35 vivas nos ossos.
Na pseudoartrose os topos da fratura1 não se juntam após um determinado período de tempo. O tratamento da pseudoartrose exige correção cirúrgica.
Algum tempo depois de uma fratura1 pode ocorrer necrose36 (morte de parte do osso), se ocorrer interrupção dos vasos sanguíneos24 que levam sangue37 a essa parte do osso.
Como evoluem as fraturas ósseas?
- Após a redução habitualmente há uma diminuição da dor.
- Na maioria das vezes as fraturas são curadas sem deixar sequelas34.
- Uma possível consequência de uma imobilização deficiente ou de removê-la antes da hora é a formação de uma pseudoartrose.
- A imobilização às vezes longa de um membro ou segmento corporal pode levar a uma atrofia38 muscular e posterior dificuldade de executar a função correspondente, pelo que uma fisioterapia39 deve ser iniciada de imediato.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Stanford Health Care e do National Health Service do Reino Unido.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.