Tumores cerebrais: quais os tipos principais? Quais as causas? Como são o diagnóstico e o tratamento? Como evolui?
O que são tumores cerebrais?
Tumores cerebrais são crescimentos anormais, "benignos" ou malignos, de células1 dentro do crânio2, levando à compressão e lesão3 das células1 normais do cérebro4. Pode ser um tumor5 primitivamente do crânio2 ou um tumor5 metastático que tem origem em outro órgão e que se espalhou pelo corpo, atingindo o cérebro4. Os tumores primitivos do cérebro4 frequentemente localizam-se na fossa craniana posterior6 (crianças) ou nos dois terços anteriores do cérebro4 (adultos). Os tumores cerebrais representam cerca de 1,4% de todos os cânceres e cerca de 2,4% das mortes causadas por câncer7.
Quais são os tipos de tumores cerebrais?
Existem mais de 100 tipos diferentes de tumores cerebrais, de acordo com o tipo de células1 que os constituem. Os principais são:
- Meningiomas: representam uma grande parcela dos tumores cerebrais (cerca de 25%), normalmente provenientes das meninges8 do cérebro4 e medula espinhal9. Alguns meningiomas são especialmente agressivos e podem retornar após a sua remoção.
- Gliomas: mais da metade dos tumores cerebrais em adultos são gliomas, que estão divididos em três tipos:
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- Astrocitoma: desenvolvem-se a partir de células1 denominadas astrócitos10. Alguns astrocitomas são bem delimitados enquanto outros são mais difusos. Nesses primeiros, a remoção cirúrgica completa é possível se o tumor5 estiver no início do seu desenvolvimento.
- Ependimoma: desenvolvem-se a partir das células1 ependimais e do quarto ventrículo. Os ependimomas podem apresentar metástases11 dentro do próprio sistema nervoso central12, pelo contato com o líquor13.
- Oligodendroglioma: desenvolvem-se a partir das células1 da oligodendroglia14, um tipo de células1 de sustentação do tecido15 cerebral.
- Meduloblastoma: são tumores que podem se desenvolver rapidamente e se espalhar para outras partes do sistema nervoso16 através do líquor13.
- Tumores da hipófise17: geralmente os tumores da hipófise17 são benignos e secretam quantidades excessivas de hormônios estimulantes, mas também podem destruir tecidos secretores e provocar níveis insuficientes de hormônios.
- Craniofaringioma: os craniofaringiomas são tumores que crescem na base do cérebro4. Eles não costumam se espalhar, mas estão perto de estruturas importantes no cérebro4 e podem causar problemas sérios por compressão à medida que se desenvolvem.
- Hemangioblastoma: tumores que crescem a partir de células1 dos vasos sanguíneos18 e podem se desenvolver no tronco cerebral19.
- Neuroma20 acústico: tumor5 que cresce no nervo acústico. A perda de audição em um dos ouvidos pode ser o primeiro sintoma21 do neuroma20 acústico.
- Tumores da região pineal: são tumores raros da glândula pineal22.
- Tumores da medula espinhal9: tumores raros, localizados na medula23. Dependendo da localização, são capazes de comprometer várias funções orgânicas.
Quais são as causas dos tumores cerebrais?
As causas dos tumores cerebrais são variadas e muitas vezes desconhecidas. O cérebro4 é uma sede frequente de metástases11 de tumores de outras origens.
Embora a grande maioria dos casos ocorra ao acaso, há alguns fatores relacionados a um risco aumentado para o câncer7 do sistema nervoso central12 (SNC24), são eles:
- Mais comum em homens do que em mulheres.
- Incide mais acima de 65 anos, embora possa desenvolver-se em qualquer idade.
- Pessoas que anteriormente tenham sido submetidas à radioterapia25 na cabeça26.
- Crianças que tenham passado por tratamento de leucemia27 durante a infância.
- Também ocorrem com maior frequência em pessoas que tenham se exposto ao cloreto de vinil (utilizado na produção de plástico).
- Pacientes com baixa imunidade28 ou com infecções29 pelo vírus30 da AIDS.
Quais são os principais sinais31 e sintomas32 dos tumores cerebrais?
Os principais sinais31 e sintomas32 dos tumores cerebrais dependem da sua localização e tipo. Eles podem afetar diferentes funções e causar os mais diferentes sintomas32, mas os mais comuns e gerais são:
- Dores de cabeça26 (o cérebro4, em si, não dói, mas as dores podem advir das meninges8, dos vasos sanguíneos18 ou de outras estruturas endocranianas. Pode também não haver dores de cabeça26).
- Náuseas33 e vômitos34.
- Distúrbios visuais e/ou auditivos.
- Convulsões (principalmente se ocorrem pela primeira vez em pessoas com 18 anos ou mais).
- Agitação psicomotora35.
- Alterações da contratilidade, força muscular ou sensibilidade.
- Deficiência de coordenação muscular.
- Dificuldade de falar ou entender.
- Esquecimentos.
- Movimentos involuntários, etc.
Pela multiplicidade de funções do sistema nervoso16, os demais sintomas32 que o paciente apresentará dependem substancialmente da função acometida. Tumores menos agressivos, de crescimento relativamente lento, quase nunca retornam após remoção completa e geralmente não se espalham para outras regiões; os mais agressivos, por sua vez, são de crescimento relativamente rápido, tendem a retornar mesmo após serem completamente removidos e a apresentar metástases11.
Como o médico diagnostica os tumores cerebrais?
O diagnóstico36 de suspeita dos tumores cerebrais deve começar pelo histórico médico do paciente e por um minucioso exame neurológico que permita uma avaliação das diversas funções nervosas e de suas eventuais alterações. Em seguida, o médico deverá pedir exames complementares, tais como: radiografia do crânio2, eletroencefalograma37, tomografia computadorizada38, ressonância magnética39, entre outros. A tomografia computadorizada38 e a ressonância magnética39, sobretudo, permitirão determinar a exata localização e as dimensões do tumor5. Uma biópsia40, realizada antes (biópsia40 estereostática) ou durante a cirurgia permitirá determinar em definitivo, se o tumor5 é benigno ou maligno.
Como o médico trata os tumores cerebrais?
Como o crânio2 é uma "caixa fechada", todos os tumores cerebrais, sejam benignos ou malignos, causam um aumento de pressão no seu interior e podem comprimir estruturas vitais, impondo um pronto tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico, contudo, depende, essencialmente, da localização e do tipo do tumor5. Alguns tumores cerebrais podem ser removidos sem causar lesão3 no tecido15 cerebral normal, mas alguns outros se situam em áreas que tornam difícil a remoção, pelo risco de comprometer estruturas essenciais. Por outro lado, a ressecção do tumor5 cerebral pode ser necessária mesmo que a cirurgia não seja curativa, se o seu crescimento afetar estruturas nervosas importantes. Muito frequentemente, o tratamento tem de ser acompanhado de radioterapia25 e quimioterapia41. A radioterapia25 pode ser usada isoladamente ou em combinação com a cirurgia, a quimioterapia41 ou com ambas. A quimioterapia41 ataca as células1 tumorais, mas também as células1 normais e por isso é frequente aparecerem efeitos colaterais42 sérios. Atualmente, tem-se usado medicações que inibem o crescimento dos vasos sanguíneos18 que alimentam o tumor5. A combinação individualizada das diversas modalidades de tratamento (cirurgia, radioterapia25, tratamento sistêmico43) oferece as melhores possibilidades terapêuticas aos pacientes.
Como evoluem os tumores cerebrais?
A evolução dos tumores cerebrais depende de sua localização, tipo histológico44, da idade e do estado geral do paciente. De maneira geral, quanto menor o tumor5, mais periférico e de menor grau de malignidade, melhor o prognóstico45. Alguns tumores se curam completamente e outros podem levar à morte rapidamente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.