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Astrocitoma: conceito, causas, clínica, diagnóstico, tratamento, evolução

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O que é astrocitoma?

Existem diversos tipos de tumores no cérebro1, cada um originário de um determinado tipo de célula2 nervosa. Os astrocitomas são tumores primários do cérebro1, benignos ou malignos, originados de um astrócito, uma célula2 em forma de estrela que serve de sustentação para os neurônios3.

Quais são as causas do astrocitoma?

Ainda não existe uma definição quanto às causas do câncer4 no cérebro1. Sabe-se, apenas, que ele é mais comum acima dos 65 anos de idade, no sexo masculino e em pacientes com baixa imunidade5. Existe também uma relação nítida entre tumores cerebrais e radioterapia6 feita na juventude. Há também uma influência genética para o surgimento do câncer4 cerebral.

Quais são as principais características clínicas do astrocitoma?

Há doenças relacionadas a esse tipo de tumor7, tais como (1) a neurofibromatose, que é constituída por uma série de nódulos na pele8 acompanhados de manchas cor de café com leite, que podem crescer de forma desenfreada, causando deformações no paciente e (2) a síndrome9 von Hippel Lindau, doença rara, caracterizada pelo crescimento anormal de tumores em partes do corpo irrigadas por sangue10, como rins11 e pâncreas12, por exemplo. Os sinais13 e sintomas14 do astrocitoma dependem da área afetada pelo tumor7, no entanto, os episódios de convulsão15 e dor de cabeça16 são comuns, assim como a todos os outros tipos de câncer4 cerebral. A dor de cabeça16 é um sintoma17 muito pouco específico e pode indicar diversas outras condições. Dependendo da área afetada os sintomas14 podem ser alterações visuais e auditivas, agitação motora, fraqueza ou rigidez muscular, perda de sensibilidade em qualquer parte do corpo, falta de coordenação, dificuldade para falar ou compreender o que é dito, esquecimento das palavras, problemas com a leitura e a escrita e movimentos involuntários. Os tumores localizados na região do cerebelo18 podem bloquear a circulação19 do líquor20, um líquido que circula pela medula espinhal21 e pelo cérebro1, causando hidrocefalia22.

Como o médico diagnostica o astrocitoma?

Os primeiros passos para o diagnóstico23 de um tumor7 cerebral são a história clínica e o exame neurológico. A partir da suspeita, o diagnóstico23 de câncer4 no cérebro1 é feito por meio de exames de imagens, como radiografias, tomografia computadorizada24 e/ou ressonância magnética25. Além disso, deve-se fazer uma punção lombar para análise do líquor20. Para identificar o tipo e o grau do tumor7, é feita uma análise anatomopatológica de tecido26 retirado por uma biópsia27, se ela for exequível. Para avaliar a necessidade ou conveniência da cirurgia é necessário avaliar o risco a que o paciente será submetido. Pacientes com comorbidades28 como diabetes29 e doenças cardiovasculares30 e aqueles que cultivam hábitos como fumar ou beber, possuem um risco maior de morrer.

Como o médico trata o astrocitoma?

Dependo da sua natureza e do estágio evolutivo, o tratamento do astrocitoma engloba cirurgia para retirada do tumor7, seguida de radioterapia6 e quimioterapia31.

Como evolui o astrocitoma?

O câncer4 cerebral não possui cura completa e ele deve ser acompanhado durante toda a vida do paciente. Quanto maior o grau do tumor7, maiores as chances dele recidivar.

Quais são as complicações possíveis do astrocitoma?

A radioterapia6 é bem localizada na área do tumor7, mas ainda assim possui uma margem de até um milímetro para além do câncer4, podendo afetar células32 saudáveis. Se a radioterapia6 for aplicada em todo o crânio33, pode, com o passar do tempo, causar demência34. Se forem afetadas apenas algumas células32 pontuais, podem se apresentar problemas relacionados à parte do corpo comandada por aquela área do cérebro1, como a fala, a visão35 ou os movimentos. A quimioterapia31, por sua vez, é um processo que não afeta somente as células32 cancerosas, podendo afetar também as células32 saudáveis.

ABCMED, 2016. Astrocitoma: conceito, causas, clínica, diagnóstico, tratamento, evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/828899/astrocitoma-conceito-causas-clinica-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
2 Célula: Unidade funcional básica de todo tecido, capaz de se duplicar (porém algumas células muito especializadas, como os neurônios, não conseguem se duplicar), trocar substâncias com o meio externo à célula, etc. Possui subestruturas (organelas) distintas como núcleo, parede celular, membrana celular, mitocôndrias, etc. que são as responsáveis pela sobrevivência da mesma.
3 Neurônios: Unidades celulares básicas do tecido nervoso. Cada neurônio é formado por corpo, axônio e dendritos. Sua função é receber, conduzir e transmitir impulsos no SISTEMA NERVOSO. Sinônimos: Células Nervosas
4 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
5 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
6 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
7 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
8 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
9 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
10 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
11 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
12 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
13 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
14 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
15 Convulsão: Episódio agudo caracterizado pela presença de contrações musculares espasmódicas permanentes e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas). Em geral está associada à perda de consciência e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida a medicamentos ou doenças.
16 Cabeça:
17 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
18 Cerebelo: Parte do encéfalo que fica atrás do TRONCO ENCEFÁLICO, na base posterior do crânio (FOSSA CRANIANA POSTERIOR). Também conhecido como “encéfalo pequeno“, com convoluções semelhantes àquelas do CÓRTEX CEREBRAL, substância branca interna e núcleos cerebelares profundos. Sua função é coordenar movimentos voluntários, manter o equilíbrio e aprender habilidades motoras.
19 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
20 Líquor: Líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluido cérebro espinhal, é definido como um fluido corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnoideo no cérebro e na medula espinhal (entre as meninges aracnoide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. Possui também a função de fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos do mesmo. É sintetizado pelos plexos coroidais, epitélio ventricular e espaço subaracnoideo em uma taxa de aproximadamente 20 mL/hora. Em recém-nascidos, este líquido é encontrado em um volume que varia entre 10 a 60 mL, enquanto que no adulto fica entre 100 a 150 mL.
21 Medula Espinhal:
22 Hidrocefalia: Doença produzida pelo aumento do conteúdo de Líquido Cefalorraquidiano. Nas crianças pequenas, manifesta-se pelo aumento da cabeça, e nos adultos, pelo aumento da pressão interna do cérebro, causando dores de cabeça e outros sintomas neurológicos, a depender da gravidade. Pode ser devido a um defeito de escoamento natural do líquido ou por um aumento primário na sua produção.
23 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
24 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
25 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
26 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
27 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
28 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
29 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
30 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
31 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
32 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
33 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
34 Demência: Deterioração irreversível e crônica das funções intelectuais de uma pessoa.
35 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
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