Alveolite pulmonar ou alveolite alérgica extrínseca
O que é alveolite pulmonar?
A alveolite pulmonar, pneumonite1 de hipersensibilidade ou alveolite alérgica extrínseca é uma reação inflamatória imune que acomete o interstício2 pulmonar, bronquíolos3 e alvéolos pulmonares4 de indivíduos susceptíveis em virtude de uma hipersensibilidade dos pulmões5 a substâncias irritantes do ar. A expressão “alveolite alérgica extrínseca” é a que melhor descreve a doença, porque “alveolite” se refere à inflamação6 dos alvéolos7, “alérgica” fala da reação de hipersensibilidade e “extrínseca” indica uma causa externa. O tipo mais comum da doença é conhecido como “pulmão de fazendeiro”, causado pela inalação do mofo do feno.
Quais são as causas da alveolite pulmonar?
A alveolite pulmonar é causada, em pacientes susceptíveis, por uma grande variedade de precipitantes orgânicos inalados como finas partículas de aerossol. Entre estes precipitantes encontram-se bactérias, fungos, proteínas8 animais, proteínas8 de inseto, amebas e agentes químicos de baixo peso molecular. Ela é mais frequentemente associada a alergenos9 ocupacionais e por isso é mais comum em homens na faixa dos 30 aos 50 anos, em plena atividade laborativa.
Qual é a fisiopatologia10 da alveolite pulmonar?
O pulmão11 acha-se exposto a uma grande variedade de agressores ambientais e responde por meio de um número limitado de mecanismos fisiopatológicos. As pequenas partículas inaladas (entre 1 e 5 mm de diâmetro), se depositam nos espaços aéreos distais12 e produzem uma resposta inflamatória imunomediada em indivíduos sensibilizados, causando a alveolite. A alveolite reduz a elasticidade13 dos pulmões5, na inspiração14 e na expiração15, e diminui a eficiência do transporte de gás entre os pulmões5 e os vasos sanguíneos16, levando a problemas respiratórios como dispneia17 e tosse seca. Com a exposição crônica aos antígenos18 causais, a resposta imune e a inflamação6 são as causas das mudanças no tecido19 do pulmão11 e da ocorrência dos sintomas20. Essas doenças apresentam um acentuado comprometimento monocítico–macrofágico e com frequência são acompanhadas pela formação de granulomas21.
Quais são as principais características clínicas da alveolite pulmonar?
A alveolite pulmonar pode ser aguda, subaguda22 ou crônica. A apresentação aguda consiste em sintomas20 semelhantes a uma infecção23 respiratória aguda: febre24, calafrios25, tosse, dor torácica, fadiga26 e mal-estar. Pode haver dispneia17 com sibilos, simulando um quadro de hiperreatividade brônquica, cefaleia27 frontal, dores musculares e dores nas juntas. A forma subaguda22 pode produzir tosse e falta de ar. Na forma crônica, a pessoa pode formar cicatrizes28 difusas nos pulmões5 e até desenvolver fibrose29 pulmonar. Com a passagem do tempo, agrava-se a dispneia17 durante exercício físico, a tosse com expectoração30, o cansaço e a perda de peso. No entanto, só um número reduzido de pessoas que inalam os pós tóxicos ou contaminados desenvolvem reações alérgicas e só uma pequena parte destas sofrem deteriorações irreversíveis nos pulmões5.
Como o médico diagnostica a alveolite pulmonar?
Além do histórico médico do paciente, o diagnóstico31 da alveolite pulmonar pode se valer de uma radiografia do tórax32. Um dado diagnóstico31 importante é a ocupação do paciente e a história de sua exposição aos alergenos9. Podem também contribuir para o esclarecimento do quadro as provas de função respiratória, que medem a capacidade pulmonar de retenção de ar; as capacidades inspiratória e expiratória e o exame de sangue33 para detectar a presença e o tipo de anticorpos34. Em casos mais extremos, pode-se efetuar uma biópsia35, que pode ser feita durante uma broncoscopia36, uma toracoscopia ou uma toracotomia. É importante diferenciar a alveolite de outras condições das vias respiratórias, tais como, infecções37, doença pulmonar intersticial38, asma39, sarcoidose40 e histoplasmose.
Como o médico trata a alveolite pulmonar?
Os casos agudos de alveolite pulmonar, com aflição respiratória, podem exigir a atenção médica de emergência41, inclusive com a administração de oxigênio. Em alguns casos, os pacientes respondem bem ao tratamento com corticosteroides. Os casos crônicos frequentemente podem ser controlados por um afastamento do alérgeno42 suspeitado. Se houver inflamação6 ou infecção23 associada, ela deve ser tratada pelos meios próprios. Esses casos respondem de maneira pior aos corticosteroides.
Como evolui a alveolite pulmonar?
A alveolite pulmonar pode evoluir para insuficiência respiratória43.
Como prevenir a alveolite pulmonar?
A maneira mais eficaz de se prevenir contra a alveolite pulmonar é evitar os alergenos9 que podem causá-la. Nas situações em que isso for impossível, o uso de máscaras protetoras pode contribuir para prevenir a doença ou uma recidiva44 dela.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.