Entendendo as síncopes
O que é síncope1?
A síncope1, ou desmaio, é uma perda brusca e transitória da consciência e da força muscular, associada à incapacidade de manter-se de pé, caracterizada por um rápido início e curta duração, com recuperação espontânea. Os termos "desmaio" ou "desfalecimento" são sinônimos populares do termo médico “síncope”. Chama-se lipotímia à sensação de desmaio, sem que esse efetivamente ocorra. A síncope1 não é uma doença em si, mas sim um sintoma2 que pode ocorrer em diversas condições patológicas.
Quais são as causas da síncope1?
A síncope1 sempre é consequente a uma deficiência de irrigação sanguínea transitória do encéfalo3, geralmente associada a episódios curtos de espasmos4 vasculares5. Os motivos da síncope1 variam de causas não-graves até outras potencialmente mortais. Existem três grandes categorias de causas:
- As relacionadas ao coração6 e/ou aos vasos sanguíneos7 (síndromes cardíacas).
- As mediadas pelo sistema neural8 (síndrome9 vasovagal).
- As devidas à hipotensão10 ortostática (postural).
Algumas outras causas de síncopes11 incluem acidentes vasculares5 cerebrais, concussão cerebral12, baixa de oxigênio ou açúcar13 no sangue14, intoxicação por drogas e alguns transtornos psiquiátricos e fatores psicológicos, como estados de estresse agudo15, por exemplo.
Outros fatores que podem causar desmaios são o jejum por longas horas, a pressão arterial16 baixa, a hipoglicemia17, comoção emocional, falta de sono e acesso de tosse, dores fortes, reação à visão18 de sangue14 ou a uma agulha prestes a penetrar no corpo e a um corpo morto ou atividade específica, tais como a micção19 ou vômitos20. A síncope1 mediada neuralmente também pode ocorrer quando uma área do pescoço21 conhecida, como a cavidade carótida ou outras áreas do corpo, é pressionada.
Qual é a fisiopatologia22 da síncope1?
No geral, a síncope1 é devida à ligeira e transitória diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro23. Problemas com o coração6 e com os vasos sanguíneos7 geralmente são a causa mais grave, embora as mediadas neuralmente (síndrome9 vasovagal) sejam as mais comuns. Quase sempre elas ocorrem quando a frequência cardíaca diminui de forma inadequada. Uma queda acentuada da pressão arterial16 ocorre quando a pessoa se põe bruscamente de pé e isso pode ocasionar uma síncope1, principalmente em pessoas idosas ou como efeito colateral24 de alguns medicamentos, em estados de desidratação25 ou em pessoas com hemorragias26 ou infecções27.
Quais são as principais características clínicas da síncope1?
Em geral, as síncopes11 são de início brusco. Algumas síncopes11 apresentam sintomas28 prodrômicos29, que acontecem antes do desmaio, os quais advertem o paciente da sua iminência. Um início gradual da síncope1 sugere que ela seja de natureza vasovagal, devida à hiperventilação ou mais raramente, à hipoglicemia17. Os sintomas28 imediatamente antes ou depois do desmaio podem incluir tontura30, sudorese31, palidez, visão18 turva, náuseas32, vômitos20, sensação de calor, respiração rápida e fraqueza dos membros, particularmente das pernas, entre outros.
Causas relacionadas ao coração6 podem incluir um ritmo cardíaco anormal, problemas com as válvulas ou músculos33 do coração6 e bloqueios dos vasos sanguíneos7 a partir de uma embolia34 pulmonar ou dissecção aórtica. É de máxima importância distinguir a síncope1 cardíaca da síncope1 não-cardíaca, seja pela potencial gravidade delas, seja porque demandam recursos terapêuticos diversos.
Como o médico diagnostica a síncope1?
A síncope1 é mais comum em mulheres que em homens e em pessoas mais velhas que em jovens. É de máxima importância descobrir a causa subjacente à síncope1. Uma história médica bem feita, um exame físico detalhado e um eletrocardiograma35 (ECG) são as formas mais eficazes para descobrir essas causas. O interrogatório do paciente deve incluir as circunstâncias que precipitaram o desmaio e se houve ou não pródromos36, sendo fundamental também o relato das testemunhas do evento.
O ECG é útil para detectar alterações cardíacas. Pressão arterial16 baixa e frequência cardíaca rápida após o evento podem indicar a perda de sangue14 ou desidratação25, enquanto baixos níveis de oxigênio no sangue14 podem ser vistos após o evento naqueles com embolia34 pulmonar. Testes mais específicos, tais como massagem do seio carotídeo37, por exemplo, podem ser úteis em casos duvidosos.
A tomografia computadorizada38, a ressonância magnética39 e o doppler da carótida geralmente só são necessários se houver suspeitas específicas a esclarecer. Exames como Holter40, ecocardiograma41 e eletroencefalograma42 poderão ser necessários para elucidar o caso.
Como o médico trata a síncope1?
A síncope1 é um evento brusco e inusitado e o seu tratamento consiste sobretudo em evitar novos episódios, tratando sua causa subjacente, quando identificada.
Como evolui a síncope1?
A síncope1 neuralmente mediada, apesar de assustar bastante, costuma ser benigna e tem bom prognóstico43, inversamente do que se observa na síncope1 de etiologia44 cardíaca, que quando não detectada e tratada pode levar à morte. Os casos considerados de alto risco devem ser admitidos em hospital, para monitorização contínua do coração6.
Como prevenir a síncope1?
Quando dos sintomas28 prodrômicos29, se houver, o paciente deve sentar-se ou, de preferência deitar-se. A prevenção mais efetiva consiste em tratar as causas subjacentes.
Quais são as complicações possíveis da síncope1?
Grande número de síncopes11 tem uma evolução muito benigna, mas as complicações maiores podem ser causadas por quedas. As síncopes11 cardíacas, no entanto, comportam o risco de prenunciarem um acidente vascular cerebral45 isquêmico46.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da American Heart Association, Mayo Clinic e Johns Hopkins Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.