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Tosse. Ela também te incomoda? O que fazer?

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O que é tosse?

 A tosse é uma contração repentina, frequentemente repetitiva, da cavidade torácica que resulta numa violenta expulsão de ar dos pulmões1, geralmente acompanhada por um som característico. A tosse é uma reação reflexa do organismo (o que quer dizer: automática e involuntária2) a um estímulo irritante das vias respiratórias, que visa expulsar alguma substância que esteja irritando ou obstruindo essa via de passagem do ar.

A tosse eventual e passageira pode estar ligada a um fator mecânico simples, como um engasgo. Já a tosse persistente geralmente indica a presença de uma doença, que pode ser simples ou grave e, portanto, precisa ser investigada.

Quais são os tipos de tosse?

A principal distinção que se usa fazer, porque ela tem implicações diagnósticas e terapêuticas importantes, é entre a tosse seca, sem eliminação de substâncias, e a tosse produtiva, que se acompanha da eliminação de muco ou catarro.

Além disso, existem tosses contínuas e intermitentes3, de predomínio pela manhã ou à noite e as relacionadas ou não ao exercício físico, etc. Cada um desses dados, associados a outros sintomas4 do quadro clínico, podem ter valor diagnóstico5 importante.

Quais são as causas da tosse?

As causas da tosse são muitas e praticamente inumeráveis. Entre as mais comuns encontram-se o enfisema6 pulmonar (quase sempre associado ao tabagismo), a bronquite crônica7, a asma8, as infecções9 de garganta10 ou dos pulmões1, a sinusite11, as alergias, o refluxo estomacal, tumores, corpos estranhos, causas psicogênicas, etc.

Nos não-fumantes, a tosse crônica quase sempre (mais de 90% dos casos) é devido à asma8, ao refluxo gastroesofágico12 ou ao gotejamento pós-nasal (secreção do nariz13, que fica gotejando na garganta10, indo na direção dos pulmões1).

Os fumantes costumam ter uma forte tosse seca que geralmente resulta na expectoração14.

A tosse psicogênica15 pode ser usada por razões psicológicas ou sociais, como quando as pessoas tossem antes de fazer um discurso, e pode aumentar de frequência em situações em que o indivíduo esteja mais ansioso. Todos nós conhecemos pessoas que tossem ou limpam a garganta10 como meio de receber atenção ou de aliviar seu nervosismo.

Quais são as complicações possíveis da tosse?

As complicações da tosse podem ser agudas ou crônicas.

As agudas incluem o desmaio, quando as tosses são muito prolongadas; diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro16 e pressão intratorácica aumentada. Também pode haver insônia, vômitos17, dor peitoral e ruptura de uma bolha18 pulmonar causando pneumotórax19. Em outros casos severos a tosse pode causar fadiga20 dos músculos intercostais21 inferiores e inflamação22 do tecido conjuntivo23 entre o esterno24 e as costelas25.

As complicações crônicas podem resultar até mesmo em hérnias26 abdominais ou pélvicas27, por aumento da pressão intra-abdominal. Em mulheres com prolapso28 do útero29 a tosse pode ocasionar micção30 involuntária2, o que é um fator de embaraço social. A defecação também pode ocorrer durante a tosse.

Como a tosse pode ser tratada?

O tratamento de base da tosse é o tratamento da doença que a esteja causando. Por isso, um médico (clínico geral, pneumologista ou alergologista) deve ser consultado para investigar este sintoma31.

Sintomaticamente, as tosses secas podem ser tratadas com supressores do reflexo da tosse (antitussígenos), enquanto as tosses produtivas devem ser tratadas com expectorantes. Não é recomendável fazer o bloqueio da tosse produtiva com antitussígenos, pois ela ajuda a eliminar as substâncias nocivas que estejam na árvore respiratória, diminuindo o risco de se contrair bronquite ou pneumonia32.

Uma atitude simples que pode ajudar a aliviar a tosse é beber bastante líquido, ajudando a fluidificar as secreções.

ABCMED, 2012. Tosse. Ela também te incomoda? O que fazer?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/288890/tosse-ela-tambem-te-incomoda-o-que-fazer.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
2 Involuntária: 1.    Que se realiza sem intervenção da vontade ou que foge ao controle desta, automática, inconsciente, espontânea. 2.    Que se encontra em uma dada situação sem o desejar, forçada, obrigada.
3 Intermitentes: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
6 Enfisema: Doença respiratória caracterizada por destruição das paredes que separam um alvéolo de outro, com conseqüente perda da retração pulmonar normal. É produzida pelo hábito de fumar e, em algumas pessoas, pela deficiência de uma proteína chamada Antitripsina.
7 Bronquite crônica: Inflamação persistente da mucosa dos brônquios, em geral produzida por tabagismo, e caracterizada por um grande aumento na produção de muco bronquial que produz tosse e expectoração durante pelo menos três meses consecutivos durante dois anos.
8 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
9 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
11 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
12 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
13 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
14 Expectoração: Ato ou efeito de expectorar. Em patologia, é a expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões; escarro.
15 Psicogênica: 1. Relativo à psicogenia ou psicogênese, ou seja, relativo à origem e desenvolvimento do psiquismo. 2. Relativo a ou próprio de fenômenos somáticos com origem psíquica.
16 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
17 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
18 Bolha: 1. Erupção cutânea globosa entre as camadas superficiais da epiderme, cheia de serosidade, líquido claro, pus ou sangue, causada por inflamação, queimadura, atrito, efeito de certas enfermidades, etc. Deve ter mais de 0,5 cm. Quando tem um tamanho menor devem ser chamadas de “vesículasâ€. 2. Bola ou glóbulo cheio de gás, ar ou vapor que se forma (ou se formou) em alguma substância líquida ou pastosa, especialmente ao ser agitada ou por ebulição ou fermentação. 3. Saliência oca em uma superfície.
19 Pneumotórax: Presença de ar na cavidade pleural. Como o pulmão mantém sua forma em virtude da pressão negativa existente entre a parede torácica e a pleura, a presença de pneumotórax produz o colapso pulmonar, podendo levar à insuficiência respiratória aguda. Suas causas são traumáticas (ferida perfurante no tórax, aumento brusco da pressão nas vias aéreas), pós-operatórias ou, em certas ocasiões, pode ser espontâneo.
20 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
21 Músculos Intercostais: Músculos respiratórios que se originam da borda inferior de uma costela e se insere na borda superior da costela abaixo; e se contrai durante a inspiração e a expiração. (Stedman, 25ª ed)
22 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
23 Tecido conjuntivo: Tecido que sustenta e conecta outros tecidos. Consiste de CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO inseridas em uma grande quantidade de MATRIZ EXTRACELULAR.
24 Esterno: Osso longo e achatado, situado na parte vertebral do tórax dos vertebrados (com exceção dos peixes), e que no homem se articula com as primeiras sete costelas e com a clavícula. Ele é composto de três partes: corpo, manúbrio e apêndice xifoide. Nos artrópodes, é uma placa quitinosa ventral do tórax.
25 Costelas:
26 Hérnias: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
27 Pélvicas: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
28 Prolapso: Deslocamento de um órgão ou parte dele de sua localização ou aspecto normal. P.ex. prolapso da válvula mitral, prolapso uterino, etc.
29 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
30 Micção: Emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga.
31 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
32 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
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