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Desmaios. Conheça mais sobre eles.

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Desmaios (ou Síncopes1) são interrupções bruscas e ligeiras da consciência, com rápida recuperação da mesma. Em geral, são causados pela inadequação de suprimento de oxigênio ao cérebro2 devido a uma insuficiência3 circulatória transitória que afeta o sistema nervoso4. São muito mais comuns em idosos que em crianças, adolescentes e adultos jovens. É comum que antes ou logo depois da perda de consciência os pacientes sintam sintomas5 tais como náuseas6, tonteiras, sudorese7, palidez e visão8 borrada.

Quais as causas dos desmaios?

Os desmaios podem ser devido a causas simples, como ansiedade, ou a outras mais graves, como um transtorno cerebral orgânico ou doenças sistêmicas sérias, passando pelas epilepsias. Mesmo assim, cerca de 40% dos casos de desmaios permanecem com suas causas desconhecidas. Os médicos de pronto atendimento frequentemente têm que fazer o diagnóstico9 diferencial entre o Grande Mal Epilético e a Histeria.

Quais os sintomas5 dos desmaios?

O sintoma10 mais típico de todos os desmaios é a perda momentânea da consciência. De importância crucial é saber se essa perda é ou não acompanhada de convulsões.

Os desmaios não convulsivos são precedidos ou sucedidos por palidez, sudorese7, tremores, náuseas6, vômitos11 e visão8 borrosa.

Embora alguns desmaios possam ocorrer repentinamente e sem qualquer aviso, outros são precedidos por sensações ou sintomas5 que os anunciam, a ponto de podermos adotar atitudes para preveni-los, como deitar ou sentar com a cabeça12 abaixada, entre os joelhos.

Como diferenciar os desmaios devido ao grande mal epiléptico e à histeria?

Nos desmaios epilépticos, a perda da consciência geralmente é mais brusca e rápida que nas histerias. A duração dos desmaios tende a ser mais rápida nas epilepsias e mais longa nas histerias.

Nos desmaios epilépticos, a queda ao chão é abrupta e desprotegida, com possibilidade de ferimentos. Nos desmaios histéricos, os pacientes procuram proteger-se e, em geral, não se machucam. Ao invés de caírem bruscamente ao solo, os histéricos escorregam até ele.

Logo em seguida aos desmaios epilépticos ocorrem violentas contrações musculares generalizadas que duram alguns segundos, bem como torção13 da cabeça12 e dos olhos14 para um dos lados. Nos desmaios histéricos, essas contrações ou não existem ou são menos violentas, regulares e rítmicas que nas epilepsias.

Nos desmaios epilépticos, há a possibilidade de mordedura da língua15 em virtude de potentes contrações dos maxilares16. A língua15 torna-se flácida e pode cair para trás, impedindo a passagem do ar. Nos desmaios histéricos isso nunca ocorre.

No início das crises epilépticas pode ocorrer a emissão de um grito agudo17, resultante da eliminação brusca do ar retido nos pulmões18. Isso não ocorre nos desmaios histéricos.

Nos desmaios epilépticos pode ocorrer eliminação involuntária19 de urina20 e incapacidade de deglutir21 saliva, com acumulação dela na boca22 e eliminação sob a forma de “baba”. Se houver ferimento da língua15, a saliva eliminada pode estar sanguinolenta23. Isso geralmente não ocorre nos desmaios histéricos.

Após os desmaios epilépticos, o despertar é confuso e desorientado e o paciente se recupera aos poucos. De início ele não reconhece o lugar onde se encontra, nem as pessoas ao seu redor. O despertar dos desmaios histéricos em geral é mais rápido e não há essa fase de confusão ou desorientação.

Após os desmaios epilépticos há verdadeira e completa amnésia24 do episódio, o que geralmente não ocorre nos desmaios histéricos.

Geralmente o paciente acorda dos desmaios epilépticos com dor de cabeça12 e sensação de fadiga25, o que não ocorre nos desmaios histéricos.

Quais os primeiros socorros que devem ser dispensados a um desmaiado?

O ideal é que sejam tratadas as causas dos desmaios, mas alguns cuidados imediatos, comuns a todos, podem ser adotados emergencialmente:

  • Desmaios convulsivos (geralmente epilépticos):

Afrouxar as vestes que estejam justas: cintos, gravatas, colarinhos, etc. Retirar possíveis adereços ou próteses que o paciente esteja usando.

Proteger a cabeça12 do paciente e colocá-la de lado, evitando que a língua15 caia para trás e obstrua a passagem da respiração.

Colocar uma proteção entre os dentes: um rolo de pano, por exemplo. Isso tanto evita o ranger violento dos dentes como a mordedura da língua15. Evitar colocar os dedos, que também podem ser feridos.

Deitar a pessoa sobre um lugar espaçoso e contê-la para que ela não caia e não se fira, permitindo que os movimentos convulsivos se realizem até que terminem espontaneamente. Retirar objetos perigosos das proximidades.

Aguardar para que a pessoa recobre a respiração normal, o que em geral se dá após um período de apneia26 que termina por uma inspiração27 profunda.

Estar junto da pessoa até que esta recobre completamente sua orientação.

Salvo nos casos de status convulsivos, em que as convulsões se repetem sem intervalos, ou de complicações, nenhuma medicação precisa ser administrada imediatamente em seguida a uma convulsão28. Medicações ou outras medidas terapêuticas devem ser administradas com vistas a prevenir novas crises.

Em convulsões de causas ainda desconhecidas deve ser providenciada a assistência médica que esclareça a sua causa.

Raramente há complicações das convulsões, mas elas podem ocorrer: luxações articulares, fraturas ósseas, principalmente em pessoas com osteoporose29; deslocamentos de próteses, etc.

  • Desmaios não convulsivos:

Manter a pessoa em temperatura amena e em ambiente o mais confortável possível.

Afrouxar a roupa e proporcionar uma ventilação30 adequada.

Deitar a pessoa de barriga para baixo, com a cabeça12 voltada para um dos lados e num nível mais baixo que o tronco, para facilitar a circulação31 cerebral.

Providenciar ajuda médica adequada. Os desmaios podem ser situações simples e rapidamente reversíveis, mas podem também ser indicativos de situações graves.

Providenciar medidas destinadas a manter a pressão arterial32 sob controle, quando for o caso.

Procurar esclarecer as causas do desmaio. Se a causa for conhecida ou for reconhecida de imediato, atuar para saná-la momentaneamente (dando açúcar33 para o hipoglicêmico, sal para o hipotenso, etc.).

ABCMED, 2011. Desmaios. Conheça mais sobre eles.. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/251360/desmaios-conheca-mais-sobre-eles.htm>. Acesso em: 25 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Síncopes: Perda breve e repentina da consciência, geralmente com rápida recuperação. Comum em pessoas idosas. Suas causas são múltiplas: doença cerebrovascular, convulsões, arritmias, doença cardíaca, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar, hipoglicemia, intoxicações, hipotensão postural, síncope situacional ou vasopressora, infecções, causas psicogênicas e desconhecidas.
2 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
3 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
4 Sistema nervoso: O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e a porção periférica está constituída pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
7 Sudorese: Suor excessivo
8 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
9 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
10 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
12 Cabeça:
13 Torção: 1. Ato ou efeito de torcer. 2. Na geometria diferencial, é a medida da derivada do vetor binormal em relação ao comprimento de arco. 3. Em física, é a deformação de um sólido em que os planos vizinhos, transversais a um eixo comum, sofrem, cada um deles, um deslocamento angular relativo aos outros planos. 4. Em medicina, é o mesmo que entorse. 5. Na patologia, é o movimento de rotação de um órgão sobre si mesmo. 6. Em veterinária, é a cólica de alguns animais, especialmente a do cavalo.
14 Olhos:
15 Língua:
16 Maxilares: Estrutura óssea da boca (que fixa os dentes). É constituída pela MANDÍBULA e pela MAXILA.
17 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
18 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
19 Involuntária: 1.    Que se realiza sem intervenção da vontade ou que foge ao controle desta, automática, inconsciente, espontânea. 2.    Que se encontra em uma dada situação sem o desejar, forçada, obrigada.
20 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
21 Deglutir: Passar (o bolo alimentar) da boca para o esôfago e, a seguir, para o estômago.
22 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
23 Sanguinolenta: 1. Em que há grande derramamento de sangue; sangrenta. 2. Tinto ou misturado com sangue. 3. Que se compraz em ver ou derramar sangue; sanguinária.
24 Amnésia: Perda parcial ou total da memória.
25 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
26 Apnéia: É uma parada respiratória provocada pelo colabamento total das paredes da faringe que ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. No adulto, considera-se apnéia após 10 segundos de parada respiratória. Como a criança tem uma reserva menor, às vezes, depois de dois ou três segundos, o sangue já se empobrece de oxigênio.
27 Inspiração: 1. Ato ou efeito de inspirar(-se). 2. Entrada de ar nos pulmões através das vias respiratórias. 3. Conselho, sugestão, influência. 4. No sentido figurado, significa criatividade, entusiasmo. Pessoa ou coisa que inspira, estimula a capacidade criativa. 5. Ideia súbita e espontânea, geralmente brilhante e/ou oportuna.
28 Convulsão: Episódio agudo caracterizado pela presença de contrações musculares espasmódicas permanentes e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas). Em geral está associada à perda de consciência e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida a medicamentos ou doenças.
29 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
30 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
31 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
32 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
33 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
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