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Molusco contagioso - conheça essa infecção de pele

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O que é molusco contagioso1?

O molusco contagioso1 é uma infecção2 viral de pele3, comum e altamente contagiosa4, que ocorre principalmente em crianças, especialmente naquelas com eczema5 atópico, mas também pode surgir em adultos, especialmente se houver comprometimento imunológico ou contato sexual com parceiros infectados.

O nome da doença, apesar de sugerir associação com moluscos (animais de corpo mole), refere-se apenas ao vírus6 que a causa.

Quais são as causas do molusco contagioso1?

O molusco contagioso1 é causado por um vírus6 da família Poxviridae, do gênero Molluscipoxvirus, similar ao vírus6 da varíola e exclusivo dos seres humanos. A transmissão ocorre por contato direto e por autoinoculação, além do contato com objetos como toalhas e esponjas de banho que possam estar contaminados.

Em adultos, a infecção2 pode ser adquirida por contato pele3 a pele3, incluindo relações sexuais e atividades físicas que envolvem contato próximo.

Qual é o substrato fisiopatológico do molusco contagioso1?

O vírus6 entra na pele3 através de pequenas lesões7 ou abrasões e pode se transmitir tanto por contato direto com a pele3 infectada quanto por objetos contaminados, como roupas ou brinquedos. Uma vez dentro das células8 epiteliais da pele3, o vírus6 se replica, formando as lesões7 características da infecção2.

O sistema imunológico9 do corpo eventualmente responde, levando à eliminação espontânea das lesões7, geralmente entre 6 e 12 meses. Em pessoas imunocomprometidas, as lesões7 podem durar mais tempo e apresentar maior extensão.

Veja sobre "Nevos10 cutâneos", "Foliculite" e "O que são acrocórdons?"

Quais são as características clínicas do molusco contagioso1?

O molusco contagioso1 geralmente causa uma infecção2 crônica localizada, benigna e autolimitada, mais comum em crianças de 2 a 5 anos, mas que também pode afetar adultos imunocomprometidos. O período de incubação11 varia, sendo de dois a três meses nos adultos e até três anos em crianças.

As lesões7 típicas são pápulas12 firmes, arredondadas, indolores e com depressão central, às vezes lembrando "verrugas". Elas variam de 1 a 5 mm de diâmetro, com cores esbranquiçadas, rosadas ou cor de pele3. As lesões7 podem se espalhar por todo o corpo, exceto nas palmas das mãos13 e plantas dos pés, sendo comuns no rosto, tronco, braços e pernas em crianças, e na área genital em adultos. As lesões7 raramente coçam, mas podem inflamar-se durante o processo de eliminação do vírus6 pelo organismo.

Como o médico diagnostica o molusco contagioso1?

O diagnóstico14 do molusco contagioso1 geralmente é baseado na observação clínica das lesões7. Em alguns casos, uma biópsia15 de pele3 ou análise do material extraído da lesão16, que mostra corpos de inclusão específicos (chamados corpos de Henderson-Patterson), pode ser realizada se houver dúvidas diagnósticas. O diagnóstico14 diferencial inclui foliculite, milium, verrugas, lesões7 atípicas de herpes simples, xantogranuloma infantil e nevo17 de Spitz.

Como o médico trata o molusco contagioso1?

O molusco contagioso1 tende a desaparecer naturalmente em 1 a 2 anos, embora algumas lesões7 possam persistir por até 3 anos. O tratamento geralmente é indicado por razões estéticas ou para evitar a disseminação da infecção2.

As opções de tratamento incluem métodos mecânicos, como curetagem18 e criocirurgia, além de agentes tópicos irritantes, como cantaridina e tretinoína. Em crianças, recomenda-se o uso de métodos que causam mínima dor, como a aplicação de anestésico tópico19 antes da curetagem18 ou nitrogênio líquido. Em adultos, a curetagem18 é eficaz, mas pode ser dolorosa sem anestesia20. Outras opções terapêuticas incluem injeção21 intralesional22, terapia fotodinâmica, antivirais e imunomoduladores.

Como prevenir o molusco contagioso1?

A prevenção envolve medidas de higiene, como evitar o compartilhamento de objetos pessoais, usar preservativos em relações sexuais e evitar contato direto com as lesões7 de pessoas infectadas. Crianças podem frequentar a escola, desde que as lesões7 estejam cobertas para reduzir o risco de transmissão.

Leia também sobre "Verrugas", "Cicatrização e cicatrizes23" e "Acne24".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e da Mayo Clinic.

ABCMED, 2024. Molusco contagioso - conheça essa infecção de pele. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1478545/molusco-contagioso-conheca-essa-infeccao-de-pele.htm>. Acesso em: 13 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Molusco contagioso: Infecção viral da pele, caracterizada por pequenas lesões elevadas, com uma umbilicação central, sem alterações de coloração da pele, que é transmitida por contato interpessoal. Comum em crianças tem evolução benigna, podendo involuir espontaneamente. Por motivos estéticos, podem ser removidas por eletrocoagulação após anestesia local.
2 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
3 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
4 Contagiosa: 1. Que é transmitida por contato ou contágio. 2. Que constitui veículo para o contágio. 3. Que se transmite pela intensidade, pela influência, etc.; contagiante.
5 Eczema: Afecção alérgica da pele, ela pode ser aguda ou crônica, caracterizada por uma reação inflamatória com formação de vesículas, desenvolvimento de escamas e prurido.
6 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
7 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
8 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
9 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
10 Nevos: Popularmente conhecidos como “pintas“ ou sinais de nascença“. São manchas na pele que podem ser uma lesão plana ou elevada, pigmentada (de cor marrom, cinza, azul ou preto) ou não e podem apresentar potencial de malignização dependendo do tipo.
11 Incubação: 1. Ato ou processo de chocar ovos, natural ou artificialmente. 2. Processo de laboratório, por meio do qual se cultivam microrganismos com o fim de estudar ou facilitar o seu desenvolvimento. 3. Em infectologia, é o período que vai da penetração do agente infeccioso no organismo até o aparecimento dos primeiros sinais da doença.
12 Pápulas: Lesões firmes e elevadas, com bordas nítidas e diâmetro que varia de 1 a 5 milímetros (até 1 centímetro, segundo alguns autores).
13 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
14 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
15 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
16 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
17 Nevo: Popularmente conhecido como “pinta“ ou sinal de nascença“. É uma mancha na pele que pode ser uma lesão plana ou elevada, pigmentada (de cor marrom, cinza, azul ou preto) ou não e pode apresentar potencial de malignização dependendo do tipo.
18 Curetagem: Operação ou cirurgia que consiste em esvaziar o interior de uma cavidade natural ou patológica com o auxílio de uma cureta; raspagem.
19 Tópico: Referente a uma área delimitada. De ação limitada à mesma. Diz-se dos medicamentos de uso local, como pomadas, loções, pós, soluções, etc.
20 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
21 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
22 Intralesional: Dentro da lesão.
23 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
24 Acne: Doença de predisposição genética cujas manifestações dependem da presença dos hormônios sexuais. As lesões começam a surgir na puberdade, atingindo a maioria dos jovens de ambos os sexos. Os cravos e espinhas ocorrem devido ao aumento da secreção sebácea associada ao estreitamento e obstrução da abertura do folículo pilosebáceo, dando origem aos comedões abertos (cravos pretos) e fechados (cravos brancos). Estas condições favorecem a proliferação de microorganismos que provocam a inflamação característica das espinhas, sendo o Propionibacterium acnes o agente infeccioso mais comumente envolvido.
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