Síndrome de Pallister Hall - quais os sintomas e como devemos proceder?
O que é a síndrome1 de Pallister Hall?
A Síndrome1 de Pallister-Hall é uma doença genética extremamente rara, que acarreta muitas alterações no desenvolvimento neuropsicomotor já aparentes no momento do nascimento. Ela é caracterizada pela presença de hamartomas2 hipotalâmicos que podem ser vistos como uma massa no assoalho do terceiro ventrículo.
A síndrome1 de Pallister-Hall foi assim nomeada em homenagem a Philip Pallister e Judith Hall, que primeiro a descreveram em 1980.
Quais são as causas da síndrome1 de Pallister Hall?
A síndrome1 de Pallister-Hall é uma doença hereditária, autossômica3 dominante, causada por uma mutação4 no gene GLI3, localizado no braço curto do cromossomo5 7, que possui informações para a síntese de uma proteína que controla a expressão ou não de genes em vários tecidos do corpo humano6. O GLI3 é o único gene conhecido associado à síndrome1 de Pallister-Hall e 95% dos indivíduos afetados têm uma mutação genética7 identificável nesse gene.
Qual é o substrato fisiológico8 da síndrome1 de Pallister Hall?
Normalmente, as características genéticas são determinadas por dois genes, um recebido do pai e outro da mãe. Os distúrbios com herança autossômica3 dominante ocorrem quando apenas uma única cópia de um gene anormal é suficiente para o aparecimento da doença. No caso da síndrome1 de Pallister-Hall, a doença é causada pela presença de uma única cópia do gene GLI3. O gene anormal pode ser herdado de qualquer um dos pais ou pode ser o resultado de uma nova mutação4 no indivíduo afetado. O risco de transmitir o gene anormal do pai ou da mãe afetado(a) para a prole é de 50% a cada gravidez9, independentemente do sexo da criança resultante.
Em alguns pacientes com a síndrome1, a mutação4 no gene GLI3 não é herdada de nenhum dos pais e é uma nova mutação4. É mais provável que esses pacientes sejam severamente afetados do que uma criança nascida de um dos pais afetados.
Quais são as características clínicas da síndrome1 de Pallister Hall?
A síndrome1 de Pallister-Hall apresenta uma ampla gama de gravidade. Enquanto alguns indivíduos afetados podem ter apenas algumas anormalidades características, outros podem ter a maioria dos sintomas10 e características físicas associadas ao distúrbio.
A apresentação clínica em geral inclui:
- Anormalidades endócrinas que variam de assintomáticas a panpituitarismo, como resultado do hamartoma11 hipotalâmico e da ausência da glândula12 pituitária
- Malformações13 dos membros (polidactilia, sindactilia e membros curtos)
- Uma divisão anormal da epiglote14 (epiglote14 bífida)
- Atresia15 anal
- Anomalias renais
- Anomalias genitourinárias
- Anomalias da segmentação pulmonar
- Anormalidades craniofaciais
- Frênula bucal
- Orelhas16 baixas e/ou anguladas posteriormente
Alguns indivíduos com síndrome1 de Pallister-Hall podem ter anormalidades adicionais, como a presença de dentes já ao nascimento, braços e/ou pernas anormalmente curtos e/ou quadris deslocados, agenesia17 (ausência) e/ou displasia18 (desenvolvimento inadequado) dos rins19 e/ou defeitos cardíacos congênitos20 (presentes desde o nascimento).
Saiba mais sobre "Polidactilia", "Sindactilia", "Cardiopatias congênitas21" e "Hamartomas2".
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Pallister Hall?
O diagnóstico22 de síndrome1 de Pallister-Hall é feito com base em uma avaliação clínica completa, uma história familiar detalhada e uma variedade de testes especializados.
Certos exames de imagens permitem um diagnóstico22 preciso da síndrome1 de Pallister Hall. A ressonância magnética23 é a modalidade de imagem de escolha para detectar e detalhar o hamartoma11 hipotalâmico. Ele aparece como não calcificado, isointenso (homogeneamente) à substância cinzenta em T1 e hiperintenso em T2. Esses achados são úteis na distinção entre hamartoma11 hipotalâmico e lesões24 suprasselares mais comuns.
Como o médico trata a síndrome1 de Pallister Hall?
Bebês25 com síndrome1 de Pallister-Hall que apresentem função hipofisária diminuída ou ausente devem iniciar imediatamente terapia de reposição hormonal. Deve ocorrer um monitoramento rigoroso desses pacientes e tratamento imediato para evitar complicações com risco de vida.
Exames periódicos com equipamento especializado para monitorar a malformação26 hipotalâmica associada a esse distúrbio são essenciais. Muitas vezes, é necessário um exame de ressonância magnética23, uma vez que a tomografia computadorizada27 nem sempre pode detectar hamartomas2 hipotalâmicos. O hamartoma11, por sua vez, deve ser cuidadosamente diferenciado de um tumor28 hipofisário, porque cada um requer providências médicas diferentes.
As convulsões, quando existem, podem ser tratadas com um medicamento anticonvulsivante. O aconselhamento genético é recomendado para indivíduos afetados e seus familiares.
Como evolui em geral a síndrome1 de Pallister Hall?
O prognóstico29 naqueles casos sem histórico familiar conhecido é baseado na gravidade das malformações13 presentes. Embora a maioria dos indivíduos com síndrome1 de Pallister-Hall não tenha malformações13 com risco de vida, a morte precoce provavelmente estará associada ao panpituitarismo, malformação26 grave das vias aéreas, como fendas laringotraqueais, e/ou ânus30 não perfurado não reconhecido.
Veja também sobre "Malformações13 fetais", "Tumores da hipófise31" e "Hipopituitarismo".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da NORD – National Organization for Rare Disorders e do GARD – Genetic and Rare Diseases Information Center.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.