Amputação de membros
O que é amputação1 de membros?
A amputação1 de membros é a remoção cirúrgica necessária de todo ou parte de um membro ou extremidade, como braço, perna, pé, mão2, dedo ou artelho3. É de se imaginar o grande impacto que isso tem na vida de uma pessoa.
Por que a amputação1 de um membro pode tornar-se necessária?
São várias as causas pelas quais uma amputação1 de membros pode tornar-se necessária. A mais comum é a má circulação4 que se estabelece nas pernas, devido a uma doença arterial periférica que cause estreitamento ou obstrução de artérias5 e leve à gangrena6 das extremidades.
Outras causas de amputação1 podem incluir ferimentos graves devidos a acidentes de trânsito, explosão, esmagamento, queimadura, tumor7 canceroso no osso ou músculo do membro, infecção8 grave que não consegue ser debelada com antibióticos ou outro tratamento e espessamento do tecido nervoso9, chamado neuroma10.
Leia sobre "Má circulação4 nos membros inferiores" e "Doença arterial periférica".
Como é feita uma amputação1?
Membro superior
A maioria das amputações do membro superior se deve a lesões11 por acidentes e só raramente para tratar um distúrbio como o câncer12, por exemplo. Da mesma forma como pode ser amputado apenas um ou mais dedos ou a mão2, um braço também pode ser amputado abaixo ou acima do cotovelo ou mesmo na altura do ombro.
Após a amputação1 de um braço, as pessoas podem receber uma prótese13 de membro superior, adaptada individualmente e de acordo com a amputação1 realizada. O controle de uma prótese13 acima do cotovelo é mais complicado do que abaixo do cotovelo, no entanto, as próteses desenvolvidas mais recentemente permitem que a pessoa controle seus movimentos com mais precisão e que, assim, vivam melhor.
A reabilitação da amputação1 compreende exercícios de condicionamento, exercícios para alongar o ombro e o cotovelo e, eventualmente, também exercícios de resistência, e devem ser dirigidos por um fisioterapeuta.
O programa de exercício específico depende de se ter amputado um ou ambos os braços e de quanto do braço foi amputado. Um terapeuta ocupacional14 ajudará as pessoas a aprenderem a realizar as atividades rotineiras com o uso da prótese13, de dispositivos adaptativos ou de outras partes do corpo, como a boca15 e os pés.
Membro inferior
Se a amputação1 não for de emergência16, o paciente deverá ser avaliado e preparado para essa cirurgia. A avaliação deve incluir um exame médico para verificar sua condição física geral, com especial atenção para estado e funcionamento do membro que permanecerá, porque a remoção do membro correspondente geralmente sobrecarregará o membro restante. A avaliação deve ainda incluir o aspecto psicológico do paciente, para ajudá-lo a lidar com o impacto emocional da amputação1.
As amputações de membros inferiores podem ser feitas sob anestesia17 geral ou espinhais, as quais entorpecem apenas a metade inferior do corpo. A maioria das amputações de membro inferior são restritas a uma seção do membro e não à totalidade dele. Uma vez feita essa amputação1, técnicas adicionais podem ser adotadas para melhorar a função da parte restante do membro e reduzir o risco de complicações. Logo após a operação, o local pode ficar algo doloroso, mas o paciente poderá receber analgésicos18, em caso de necessidade. O curativo precisará ser mantido no local por alguns dias para reduzir o risco de infecção8.
Um fisioterapeuta deve ser envolvido ainda nos primeiros momentos do período pós-operatório. De início, ele ensinará ao paciente alguns exercícios para ajudar a prevenir coágulos e melhorar o suprimento sanguíneo local. Logo após a amputação1 de uma perna, a maioria das pessoas precisará de uma cadeira de rodas para se locomover, mas posteriormente pode receber uma prótese13 substitutiva. Um especialista em próteses deverá aconselhar o paciente sobre o tipo e a função dos membros protéticos e informá-lo sobre outros dispositivos disponíveis. Uma prótese13 permanente só deve ser fabricada várias semanas após a amputação1, para dar tempo ao coto de se retrair para uma condição definitiva. Atualmente, há próteses que permitem que as pessoas controlem os movimentos com grande precisão.
Saiba mais sobre "Reabilitação funcional" e "Fisioterapia19".
Quais são as complicações possíveis da amputação1 de membros?
Como qualquer cirurgia, a amputação1 implica em riscos de complicações e de outros problemas diretamente relacionados com a perda do membro. As complicações possíveis são dependentes da idade do paciente, do seu estado geral de saúde20 e do tipo de amputação1. As complicações das amputações, embora pouco frequentes, podem incluir: ataques cardíacos, tromboses21 venosas profundas, pneumonia22 e “membro fantasma”. Por vezes, uma segunda cirurgia pode tornar-se necessária para corrigir problemas ou aliviar dores.
A questão do “membro fantasma”
Muitas pessoas que passam por uma amputação1 sofrem o fenômeno do “membro fantasma”, isto é, sentem dor ou outras sensações referidas ao membro agora inexistente (daí a adjetivação de “membro fantasma”). As causas do membro fantasma não são inteiramente conhecidas, mas acredita-se que possam dever-se ao atrito entre o coto cirúrgico e a prótese13, a lesões11 a nervos durante a cirurgia e ao desenvolvimento de neuromas23.
O fato de se falar em “membro fantasma” não significa, contudo, que as sensações sejam imaginárias. As dores são reais, conforme confirmado por neuroimagens cerebrais. Elas podem ser leves ou severas, transitórias ou permanentes e tendem a se aliviar ou desaparecer com o tempo. Os tratamentos tentados para ajudar a aliviar esses sintomas24 baseiam-se em anti-inflamatórios, anticonvulsivantes, antidepressivos, opioides, corticoides e injeções de anestésicos locais.
Veja também sobre "Membro fantasma", "Osteossarcoma" e "Osteomielite25".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites Johns Hopkins Medicine e National Health Services do Reino Unido (NHS).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.