Poliangeíte microscópica
O que é poliangeíte microscópica?
A poliangeíte microscópica é uma doença rara, resultante da inflamação1 dos vasos sanguíneos2 (vasculite3), que pode danificar os sistemas circulatórios de alguns órgãos mais comumente afetados (rins4, pulmões5, nervos, pele6 e articulações7).
Em geral, chama-se vasculite3 à inflamação1 de qualquer vaso sanguíneo, o qual pode se tornar enfraquecido e dilatar formando um aneurisma8, ou ficar tão fino que se rompe, dando origem a um sangramento no interior do tecido9. A vasculite3 também pode causar o estreitamento do vaso sanguíneo até o ponto de o fechar completamente, o que pode danificar o órgão em causa pela falta de oxigênio e nutrientes.
A poliangeíte microscópica afeta apenas vasos sanguíneos2 de pequeno e médio portes, o que se reflete diretamente sobre o tipo de lesão10 tecidual observada nesta doença.
Quais são as causas da poliangeíte microscópica?
A causa é desconhecida. Sabe-se mais sobre o que ela não é: a poliangeíte microscópica não é uma forma de câncer11, não é contagiosa12 e geralmente não ocorre repetidamente na linhagem familiar. Evidências de laboratórios apoiam firmemente a ideia de que o sistema imunológico13 desempenha um papel decisivo na sua etiologia14.
Quais são as principais características clínicas da poliangeíte microscópica?
Ela pode ocorrer em todas as idades e afeta igualmente ambos os sexos. Uma extensa gama de sinais15 e sintomas16 são possíveis, já que diferentes órgãos ou sistemas podem estar envolvidos. De modo geral, os pacientes podem se sentir fatigados, ter febre17, perda de apetite e de peso corporal. Eles também têm sintomas16 relacionados às áreas envolvidas, como erupções cutâneas18, dores musculares e/ou dores nas articulações7.
Quando a poliangeíte microscópica afeta os pulmões5, os pacientes podem ter falta de ar ou tosse com eliminação de sangue19. Se afeta os nervos, pode causar sensações anormais, seguidas de dormência20 ou perda de força nos membros.
A doença renal21 causada pela poliangeíte microscópica muitas vezes não produz sintomas16 até que os rins4 comecem a parar de funcionar, quando então aparecem os sintomas16 de insuficiência renal22. Portanto, é muito importante, quando o médico lida com qualquer forma de vasculite3, sempre examinar a urina23 para detectar precocemente sinais15 de comprometimento renal21.
Saiba mais sobre "Insuficiência renal22 crônica".
Como o médico diagnostica a poliangeíte microscópica?
A suspeita de poliangeíte microscópica é baseada em informações coletadas de uma variedade de fontes, incluindo a história clínica, o exame físico, exames de sangue19 e de urina23, testes de imagem, como radiografias, tomografia computadorizada24 ou ressonância magnética25. Uma vez que o diagnóstico26 de poliangeíte microscópica tenha sido suspeitado, uma biópsia27 da área afetada pode confirmar a presença da vasculite3.
Como o médico trata a poliangeíte microscópica?
O tratamento básico para a poliangeíte microscópica são os medicamentos que mitigam ou suprimem o sistema imunológico13. Os pacientes são tratados com corticoides, às vezes combinados a outro medicamento imunossupressor28. O objetivo do tratamento é paralisar todas as lesões29 que estão ocorrendo em decorrência da poliangeíte microscópica.
Uma vez que a doença esteja melhorando, os médicos podem reduzir lentamente a dose de corticoide e, eventualmente, descontinuá-lo. A duração do tratamento com medicação imunossupressora de manutenção pode variar entre os indivíduos. Na maioria dos casos, é administrado por um período mínimo de 1 a 2 anos.
O tratamento para recaídas é semelhante ao da doença originalmente diagnosticada. Tendo-se em vista que os medicamentos utilizados enfraquecem o sistema imunológico13, há um risco aumentado do paciente desenvolver infecções30 graves.
Como evolui a poliangeíte microscópica?
Em média, após cinco anos de doença, mais de 80% das pessoas sobrevivem à poliangeíte microscópica. O prognóstico31 está diretamente relacionado à gravidade da doença. Os danos aos órgãos podem ser minimizados pelo início imediato do tratamento, seguido de um monitoramento cuidadoso.
Mesmo os pacientes que têm uma poliangeíte microscópica mais grave podem conseguir a remissão quando tratados prontamente e seguidos de perto, embora a enfermidade possa recorrer, tendo recaídas semelhantes às crises iniciais ou diferentes delas. A probabilidade de sofrer uma recaída grave pode ser minimizada por uma rápida intervenção médica.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.