Poliarterite nodosa - como ela é?
O que é poliarterite nodosa?
Poliarterite nodosa, panarterite nodosa, periarterite nodosa ou doença de Kussmaul-Meier é uma doença rara, uma inflamação1 das artérias2 de médio e pequeno calibres que se tornam inchadas e danificadas devido a um ataque de células3 autoimunes4, levando à formação de nódulos nestes vasos que, quando na superfície, podem ser vistos ou palpados na pele5. Esses nódulos são, na verdade, pequenos aneurismas nodulares que podem romper e sangrar.
Quais são as causas da poliarterite nodosa?
A etiologia6 da poliarterite nodosa ainda não foi totalmente elucidada. Acredita-se que seja uma doença autoimune7 ou de hipersensibilidade. No entanto, foram descritas na literatura associações com o vírus8 da hepatite9 B e C, com o vírus8 HIV10, com a leucemia11 das células3 pilosas e reações a certos fármacos como a minociclina, a dapsona e o uso exacerbado de anfetaminas.
Qual é a fisiopatologia12 da poliarterite nodosa?
A poliarterite nodosa afeta o tecido conectivo13 das artérias2 de pequeno calibre, especificamente o colágeno14. O colágeno14 é uma proteína que constitui o grosso do tecido conjuntivo15. A poliarterite nodosa reduz o fornecimento de sangue16 para os tecidos alimentados pelos vasos sanguíneos17 afetados.

Quais são as principais características clínicas da poliarterite nodosa?
A poliarterite nodosa costuma afetar pessoas entre os 40 e 60 anos, sendo duas vezes mais comum em homens que em mulheres. O curso da doença pode ser agudo18 ou crônico19. Os órgãos mais comumente afetados são pele5, coração20, rins21 e sistema nervoso22. Os sintomas23 próprios a cada um dependem da amplitude dos danos vasculares24 e do órgão ou órgãos acometidos.
Os sintomas23 generalizados incluem febre25, fadiga26, fraqueza, perda de apetite e de peso e dores musculares e articulares. A pele5 pode mostrar erupções, úlceras27 e nódulos. A poliarterite nodosa também pode causar dor testicular ou abdominal, mononeuropatias ou polineuropatias. Na dependência do órgão afetado, pode haver dificuldade respiratória, presença de sangue16 na urina28, dormência29 nas mãos30 e pés e dores. Se a enfermidade atingir o rim31, induzirá uma hipertensão arterial32 diastólica e altos valores de ureia33 e creatinina34. Comumente a sorologia para hepatite9 será positiva.
Como o médico diagnostica a poliarterite nodosa?
O diagnóstico35 de poliarterite nodosa pode ser feito a partir do histórico clínico dos pacientes e do exame físico. Os exames laboratoriais podem mostrar leucocitose36, anemia37 normocrômica, trombocitose38, proteinúria39 e proteína C reativa elevada.
A arteriografia permitirá constatar oclusões arteriais, sinais40 de inflamação1, necrose41 endotelial e aneurismas. Já a angiografia42 do tronco celíaco e das artérias2 renais pode mostrar estenoses43 irregulares e microaneurismas característicos. Na biópsia44 de vasos, será observada uma vasculite45, com a presença de muitos neutrófilos46.
Como o médico trata a poliarterite nodosa?
A poliarterite nodosa é uma enfermidade considerada incurável, mas os sintomas23 podem ser aliviados ou controlados. O tratamento da poliarterite nodosa visa impedir a multiplicação das células3 responsáveis pelo processo inflamatório e deve ser baseado na extensão e grau de comprometimento do organismo. Quando se trata de formas limitadas e não progressivas ela habitualmente pode ser tratada apenas com corticoides. Nos outros casos, o tratamento normalmente é feito com uma associação de corticoides e imunossupressores. Nos casos associados à hepatite9 B, os corticoides associados a antivirais têm melhores resultados.
Como evolui a poliarterite nodosa?
Sem tratamento adequado, a sobrevivência47 à poliarterite nodosa em cinco anos é de 13%. Com tratamento, essa sobrevivência47 pode chegar a 80%. Muitos pacientes vivem muitos anos com esta doença e na literatura médica são citados exemplos de curas inexplicáveis.
Quais são as complicações possíveis da poliarterite nodosa?
Algumas complicações possíveis da poliarterite nodosa incluem a insuficiência renal48 e a morte.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.