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Diarreia por vírus

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As diarreias consistem no aumento do número de evacuações, geralmente com fezes amolecidas ou líquidas. Os vírus1 que mais causam diarreia2 são os Rotavírus (50% dos casos) e os Adenovírus (30% dos casos).

Quais são os principais sinais3 e sintomas4 da diarreia2 por vírus1?

A diarreia2 por vírus1 é mais comum na faixa etária entre os 3 meses e 2 anos de vida, mas ela pode acometer todas as idades, inclusive os adultos, e dura de 3 a 7 dias. A criança pode ter diarreia2 por vírus1 mais de uma vez, pois existem vários "sorotipos" de vírus1. O sinal5 capital da diarreia2 por vírus1 é o número aumentado de evacuações, de consistência amolecida ou líquida, normalmente sem sangue6.

Nas diarreias por vírus1, pode também haver câimbras7, náuseas8, vômitos9, dor de cabeça10 e febre11. Algumas diarreias acompanham-se de cólicas12, mais ou menos intensas. Uma das consequências mais temida da diarreia2 é a desidratação13, devido à perda acentuada de água e sais minerais e que é acentuada pela presença de vômitos9. A desidratação13 pode provocar olhos14 encovados, rachadura dos lábios, secura da boca15 e da pele16, saliva espessa, sede excessiva, pulso fino, letargia17, depressão sensorial, sonolência e confusão mental, na dependência da sua intensidade.

Como o médico diagnostica a diarreia2 por vírus1?

Em geral, o diagnóstico18 é feito clinicamente, pelo relato dos sintomas4. A inspeção19 das fezes ajuda a afastar outras causas de diarreias. Existem métodos complexos de detecção dos vírus1 nas fezes, mas quase nunca eles chegam a ser usados.

Como o médico trata a diarreia2 por vírus1?

Grande número das diarreias por vírus1 não chega a demandar intervenção médica. No entanto, quando elas são mais intensas e duradouras ou quando se acompanham de determinados sintomas4 como cólicas12, vômitos9 intensos e desidratação13, merecem cuidados médicos e às vezes demandam reidratação venosa em hospitais.

No caso dos bebês20, deve-se diminuir a ingestão de leite (com exceção do leite materno, que deve continuar a ser oferecido sem restrições para os bebês20 em aleitamento materno21 exclusivo) e oferecer papas com água fervida. Para as crianças mais velhas e os adultos, são permitidos alimentos sólidos e mais secos (arroz, batatas, cereais sem açúcar22, etc.), bolachas salgadas e torradas. Alimentos ricos em amido auxiliam na redução do distúrbio (sopa de arroz ou cenoura e canja de galinha).

O paciente deve tomar bastante líquidos e hidratantes. Também podem ser consumidas bananas, maçãs sem a casca, frango, iogurte, água de coco, etc. Medicamentos frequentemente usados sem supervisão médica para diminuir os movimentos intestinais não devem ser tomados porque eles dificultam ou impedem a eliminação dos microrganismos e das toxinas23 e podem levar ao agravamento e complicação do quadro.

Quais são as recomendações e os cuidados úteis em caso de diarreia2 por vírus1?

  • Beber 2 a 3 litros de líquidos por dia. Repor a perda de sódio e potássio com soro24 caseiro.
  • Preferir arroz, caldos de carne magra, bananas, maçãs e torradas.
  • Evitar saladas, bagaço de frutas e fibras.
  • Chás de camomila, erva-doce e hortelã podem ajudar a aliviar os sintomas4 e melhoram a hidratação. Evite café, leite, sucos de frutas com muitas fibras e álcool.
  • Evitar alimentos com alto teor de gordura25 (frituras, carnes, embutidos, chocolate, etc.) e açúcar22.
  • Não fazer uso de adoçantes à base de sorbitol26.
  • Lavar bem as mãos27, especialmente antes das refeições e após cada evacuação.
  • Usar copos e utensílios limpos.
  • Se precisar, faça gelo com água tratada ou fervida.
  • Evitar leite e derivados.

Como evolui a diarreia2 por vírus1?

Embora possam ser muito incômodas, as diarreias por vírus1 em geral cedem espontaneamente. Uma das piores complicações dela é a desidratação13.

Bebês20, crianças pequenas, idosos e pessoas debilitadas tendem a se desidratar com mais facilidade, o que exige cuidados rápidos para a contenção da crise de diarreia2.

Leia também nossos artigos sobre "Desidratação13" e "Soro24 caseiro - como fazer? Como ele age?".

Como prevenir a diarreia2 por vírus1?

As diarreias por vírus1 são muito contagiosas e os cuidados higiênicos são fundamentais para evitar a disseminação da infecção28.

Nas praias, evite tomar banho em águas impróprias para uso.

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e da Harvard Health Publishing (Harvard Medical School).

ABCMED, 2016. Diarreia por vírus. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1268668/diarreia-por-virus.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
2 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
3 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
6 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
7 Câimbras: Contrações involuntárias, espasmódicas e dolorosas de um ou mais músculos.
8 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
9 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
10 Cabeça:
11 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
12 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
13 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
14 Olhos:
15 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
16 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
17 Letargia: Em psicopatologia, é o estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir. Por extensão de sentido, é a incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse.
18 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
19 Inspeção: 1. Ato ou efeito de inspecionar; exame, vistoria, inspecionamento. 2. Ato ou efeito de fiscalizar; fiscalização, supervisão, observação. 3. Exame feito por inspetor (es).
20 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
21 Aleitamento Materno: Compreende todas as formas do lactente receber leite humano ou materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio à esta cultura. Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
22 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
23 Toxinas: Substâncias tóxicas, especialmente uma proteína, produzidas durante o metabolismo e o crescimento de certos microrganismos, animais e plantas, capazes de provocar a formação de anticorpos ou antitoxinas.
24 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
25 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
26 Sorbitol: Adoçante com quatro calorias por grama. Substância produzida pelo organismo em pessoas com diabetes e que pode causar danos aos olhos e nervos.
27 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
28 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
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