O simbolismo dos cabelos
O que é o simbolismo dos cabelos?
Além do papel fisiológico1, os cabelos assumem diversos outros sentidos na existência pessoal. O simbolismo dos cabelos pode variar de cultura para cultura e ao longo da história, indo desde aspectos religiosos e mitológicos a cortes e arranjos bizarros, quase sempre visando efeitos midiáticos. Seja por que motivo for, os cabelos têm sido frequentemente associados a diversos significados simbólicos, como proteção, identidade, status social, beleza, poder e até espiritualidade.
Os cabelos muitas vezes são vistos como uma expressão da identidade individual e, sem dúvidas, podem refletir a personalidade, estilo e preferências de uma pessoa. Em algumas culturas antigas e até mesmo em sociedades contemporâneas, o comprimento, a cor e o estilo dos cabelos podem indicar a maneira de inserção social de uma pessoa. Por exemplo:
- cabeleiras longas e às vezes em desalinho podem ser associadas a líderes espirituais ou figuras de autoridade;
- cabelos saudáveis e bem-cuidados são frequentemente associados à beleza e atratividade;
- a perda de cabelo2, seja por razões médicas ou naturais, pode ser um símbolo de luto e vulnerabilidade;
- em algumas culturas, raspar a cabeça3 é uma prática associada ao luto;
- e mudanças no estilo ou cor do cabelo2 também podem ser uma forma de expressar beleza e feminilidade.
Em algumas culturas, o corte de cabelo2 pode ser parte de rituais de passagem, marcando transições importantes na vida, como a entrada na adolescência ou a chegada à idade adulta. Cortar o cabelo2 ou mudar de penteado pode simbolizar uma mudança significativa na vida de alguém, representando a ideia de renovação e um novo começo.
O cabelo2 nas religiões
O cabelo2 tem significados simbólicos em várias religiões ao redor do mundo. Em algumas tradições cristãs, o cabelo2 é considerado um adorno natural dado por Deus e deve ser cuidado e preservado como tal. Especialmente entre os grupos mais conservadores, o cabelo2 é associado à modéstia e pureza e não deve ser cortado. Em algumas igrejas cristãs, especialmente entre os ortodoxos, as mulheres são incentivadas a cobrir seus cabelos durante a oração, muitas vezes usando véus ou lenços.
No Antigo Testamento, há referências ao voto de Nazireu, no qual uma pessoa se compromete, entre outras coisas, a não cortar os cabelos. Na tradição judaica, algumas mulheres casadas são incentivadas a cobrirem seus cabelos como um sinal4 de modéstia e o cabelo2 muitas vezes é mantido privado mesmo após o casamento. No Islã, as mulheres muçulmanas são frequentemente encorajadas a cobrir seus cabelos em público como parte da modéstia que devem observar.
No Hinduísmo, muitos devotos fazem oferendas de cabelo2 em templos como um gesto de devoção. Em alguns casos, os devotos raspam a cabeça3 como uma forma de renúncia ou purificação espiritual. No sikhismo, é tradicional para os homens sikh deixarem seus cabelos crescerem sem cortes, como uma expressão de respeito pelo criador e como um símbolo de sua fé. Em algumas tradições africanas e nas religiões afro-diaspóricas, como o Candomblé, o cabelo2 é frequentemente visto como um meio de expressão espiritual e conexão com os ancestrais.
O relato de Sansão e Dalila é uma história bíblica. Sansão era dotado de uma força física extraordinária, que provinha de seu voto de Nazireu. Um Nazireu era alguém que fazia um voto especial de consagração a Deus, comprometendo-se a seguir certas restrições durante um período determinado. Alguns dos votos incluíam abster-se de vinho e bebidas alcoólicas, evitar contato com os mortos e … não cortar o cabelo2. Diz a lenda que os líderes filisteus enviaram uma linda mulher filisteia, Dalila, para descobrir o segredo da força de Sansão e enfraquecê-lo. Sansão se apaixonou por Dalila e ela, então, tentou persuadi-lo a revelar o segredo de sua força. Após várias tentativas nulas, Sansão acabou cedendo e revelando que sua força vinha de seu cabelo2 não cortado. Então, enquanto Sansão dormia, Dalila cortou seus cabelos, tirando assim a sua força. Os filisteus, então, o prenderam, cegaram e escravizaram. Contudo, durante uma festa filisteia, Sansão pediu a Deus que, pela última vez, lhe devolvesse a força, no que foi atendido. Ao derrubar as colunas do templo onde estava, matou a si mesmo e a muitos filisteus, demonstrando uma última exibição de sua força.
As práticas e crenças podem variar significativamente de uma tradição religiosa para outra e mesmo dentro de cada uma delas. Porém, seja como for, o cabelo2 conserva sempre um grande simbolismo religioso.
Leia sobre "Calvície5 feminina", "Calvície5 masculina" e "Cabelos brancos".
Os cabelos na mitologia
A história mitológica mais emblemática do simbolismo atribuído aos cabelos é a de Medusa. Ela era uma bela mulher mortal que trabalhava como sacerdotisa no templo de Atena, a deusa da sabedoria e da guerra. No entanto, ela desonrou o templo ao ter relações íntimas com Poseidon, o deus do mar, dentro do templo de Atena. Atena ficou furiosa com a profanação do templo e transformou Medusa em uma criatura horrenda, com cabelos de serpente e o poder de petrificar quem olhasse diretamente para ela. Perseu, mais tarde, foi enviado em uma missão perigosa para decapitar Medusa. Para isso, ele recebeu ajuda dos deuses, incluindo presentes como um escudo polido como um espelho, sandálias aladas e uma bolsa mágica. Perseu evitava olhar diretamente para Medusa, vendo-a somente através do seu reflexo no escudo. Assim, conseguiu se aproximar dela e cortar sua cabeça3 enquanto ela dormia.
A história de Sansão e Dalila e o mito de Medusa têm sido interpretados de diversas maneiras ao longo dos séculos, mas ambos deixam muito claro que desde um tempo muito remoto os cabelos recebiam interpretações simbólicas.
Os cabelos na medicina e na sociedade
Na medicina, os cabelos podem ser indicativos das condições de saúde6 de uma pessoa. A queda de cabelos pode ocorrer por várias razões, como doenças autoimunes7, deficiências nutricionais e estresse, entre outras. Mudanças na aparência dos cabelos podem ser um sinal4 de doenças sistêmicas, como o hipotireoidismo8 ou hipertireoidismo9, etc.
A dermatologia trata uma variedade de condições do couro cabeludo, como dermatite seborreica10, psoríase11 e infecções12 fúngicas13. Alguns tratamentos médicos envolvem o cabelo2 e podem ser usados para estimular o crescimento do cabelo2 em casos de alopecia14 (perda de cabelos). Por outro lado, pacientes submetidos a certos tratamentos, como a quimioterapia15, frequentemente experimentam queda temporária de cabelo2 devida aos medicamentos utilizados.
A saúde6 do cabelo2 muitas vezes está associada à autoestima e ao bem-estar psicológico, e a perda de cabelo2 pode ter um impacto significativo na vida de uma pessoa. Por outro lado, quadros psíquicos ou mentais costumam ter o cabelo2 como alvo dos seus sintomas16. É conhecido o hábito da tricotilomania, que consiste na compulsão de uma pessoa por arrancar fios dos próprios cabelos.
Socialmente, os cabelos assumem diferentes sentidos, que vão desde motivos estéticos, afirmação de identidade pessoal e étnica, até meios de protesto político social, como o Black Power, por exemplo.
Veja mais em "Queda de cabelo2", "Caspas" e "Alopecia areata17".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da Biblioteca Virtual em Saúde – Brasil.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.