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Mancha "Vinho do Porto" no rosto

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O que é mancha "Vinho do Porto" no rosto?

As manchas Vinho do Porto (nevus flammeus) são manchas vermelhas ou roxas, mais comuns no rosto, e que podem variar de alguns milímetros até centímetros de diâmetro. Essas manchas são assim nomeadas por sua coloração semelhante à cor de um vinho tinto fortificado em Portugal, principalmente na cidade do Porto. Segundo alguns estudos, a mancha vinho do Porto foi encontrada em 0,36% a 1,2% dos recém-nascidos.

Quais são as causas da mancha "Vinho do Porto" no rosto?

A etiologia1 da lesão2 ainda é desconhecida, especula-se a existência de fragilidade das paredes dos capilares3. Normalmente estão presentes já ao nascimento, raramente surgindo na primeira infância ou na fase adulta. As manchas vinho de Porto podem ser parte de uma síndrome4, como a síndrome4 de Sturge-Weber ou a síndrome4 de Klippel-Trénaunay-Weber.

Leia também sobre "Angioma5 cavernoso", "Dermatite6 ocre" e "Escleroterapia7".

Qual é a fisiopatologia8 da mancha "Vinho do Porto" no rosto?

Microscopicamente, as manchas vinho do Porto são compostas de capilares3 dilatados maduros na derme9, sem nenhuma evidência de proliferação celular. Portanto, elas são devidas à dilatação dos capilares3 sanguíneos (uma malformação10 capilar11) que se encontram mais próximos à superfície da pele12.

Quais são as principais características clínicas da mancha "Vinho do Porto" no rosto?

As manchas vinho do Porto ocorrem mais frequentemente no rosto, mas podem aparecer em qualquer lugar no corpo, particularmente no pescoço13 e no tronco superior, e normalmente persistem ao longo da vida. Geralmente é unilateral e quase sempre respeita a linha média. As manchas iniciais são na maioria dos casos planas, de aparência rósea na infância e vão escurecendo com a evolução da idade, até assumirem a cor de vinho do Porto, e se tornam, após a quarta década, espessadas e nodulares. A área de pele12 afetada cresce proporcionalmente ao crescimento geral.

Atriz norte-americana Paige Lauren Billiot criou um projeto de ensaios fotográficos exibindo sua mancha. Crédito da Foto: Caters News Agency

Como o médico diagnostica a mancha "Vinho do Porto" no rosto?

O diagnóstico14 da mancha vinho do Porto é feito simplesmente pela observação da lesão2, de aparência bastante típica.

Como o médico trata a mancha "Vinho do Porto" no rosto?

As manchas vinho do Porto tendem a escurecer com o passar do tempo, por isso a melhor idade para tratá-las é na primeira infância. Além do escurecimento e crescimento natural da mancha, proporcional à idade da pessoa, outra característica que reforça a importância de se tratar o quanto antes é o aspecto da pele12, que pode ficar rugosa com o passar do tempo.

Psicólogos alertam ainda que é interessante buscar uma solução antes que a criança inicie a vida escolar, evitando assim que ela sofra bullying.

Essas manchas podem ser bastante minimizadas com o uso da tecnologia laser, que pode ser aplicada a partir de dois meses de idade. O desconforto causado pelo procedimento pode ser minimizado com anestesia15 ou sedação16. Para crianças mais velhas e adultos, o uso de anestésico local é suficiente.

As manchas vinho do Porto podem ser dissimuladas por algumas técnicas tradicionais, tais como tatuagens e cosméticos que, no entanto, são de efeitos temporários. Mas atualmente há uma série de métodos cirúrgicos para remoção permanente deste tipo de mancha. Deles, a terapia com laser é, sem dúvida, o melhor e mais popular. O método dos enxertos cirúrgicos de pele12 consiste na substituição do local afetado por um remendo de pele12 saudável retirado de outra parte do corpo. A dermoabrasão (remoção da camada superior ou de camadas superiores da pele12) pode ser usada em alguns casos.

Como evolui a mancha "Vinho do Porto" no rosto?

A mancha vinho do Porto aumenta de tamanho proporcionalmente ao crescimento da criança e costuma escurecer à medida que a idade avança.

Saiba mais sobre "Laser tratando lesões17 de pele12", "Hemangiomas", "Pele12 com manchas" e "Sardas ou efélides".

 

ABCMED, 2019. Mancha "Vinho do Porto" no rosto. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/1335153/mancha-quot-vinho-do-porto-quot-no-rosto.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Etiologia: 1. Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. 2. Estudo das causas das doenças.
2 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
3 Capilares: Minúsculos vasos que conectam as arteríolas e vênulas.
4 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
5 Angioma: Tumor benigno derivado dos vasos sangüíneos (hemangioma) ou dos vasos linfáticos (linfangioma). Apesar de benigno pode ser destrutivo localmente, causando, dependendo do tamanho, deformidades e problemas importantes.
6 Dermatite: Inflamação das camadas superficiais da pele, que pode apresentar-se de formas variadas (dermatite seborreica, dermatite de contato...) e é produzida pela agressão direta de microorganismos, substância tóxica ou por uma resposta imunológica inadequada (alergias, doenças auto-imunes).
7 Escleroterapia: É um procedimento que consiste na injeção de determinados medicamentos “esclerosantes“ dentro de um capilar, vênula ou veia de modo a destruí-la. É usada principalmente para o tratamento de varizes e hemorroidas.
8 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
9 Derme: Camada interna das duas principais camadas da pele. A derme é formada por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, glândulas sebáceas e sudoríparas, nervos, folículos pilosos e outras estruturas. É constituída por uma fina camada superior que é a derme papilar e uma camada mais grossa, mais baixa, que é a derme reticular.
10 Malformação: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
11 Capilar: 1. Na medicina, diz-se de ou tubo endotelial muito fino que liga a circulação arterial à venosa. Qualquer vaso. 2. Na física, diz-se de ou tubo, em geral de vidro, cujo diâmetro interno é diminuto. 3. Relativo a cabelo, fino como fio de cabelo.
12 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
13 Pescoço:
14 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
15 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
16 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
17 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.

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