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Cifose e escoliose

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O que são cifose e escoliose1?

A coluna vertebral2 tem algumas curvas naturais que são muito suaves e ajudam a coluna em sua função adequada. Estas curvas naturais são formadas devido à forma das vértebras individuais que compõem a coluna vertebral2.

Cifose e escoliose1 são curvaturas anormais da coluna vertebral2. A cifose é uma curvatura anormal que afeta sua parte torácica, com concavidade para dentro. A escoliose1 é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco.

Quais são as causas da cifose e da escoliose1?

As curvaturas anormais da coluna vertebral2 podem resultar de doenças da coluna, incluindo trauma ou desequilíbrio do sistema neuromuscular. Existem outras muitas causas, incluindo deformidades congênitas3, problemas genéticos, problemas neuromusculares e desigualdade de comprimento dos membros inferiores. Muitas vezes, a cifose surge para compensar a lordose4 (condição em que há uma curvatura interna aumentada da coluna vertebral2) e, em alguns casos, a cifose cervical é acompanhada de escoliose1.

A cifose em adultos muitas vezes está relacionada com a osteoporose5, mas em crianças é mais comum que esteja relacionada com lesão6 ou tumor7 sobre a coluna vertebral2 ou uma desordem genética. Cerca de 80% das escolioses são idiopáticas (sem causa definida).

Leia sobre "Instabilidade da coluna vertebral2", "Artrose8 da coluna vertebral2", "Desvios da coluna" e "Alterações posturais".

Quais são as características clínicas da cifose e da escoliose1?

A cifose leve é assintomática na maioria dos casos, mas à medida que a deformidade se acentua pode aparecer dor. Ela pode ser a manifestação secundária de enfermidades como a osteoporose5 ou a osteocondrose9 espinhal, que afeta adolescentes na fase do pico de crescimento, espondilite anquilosante, poliomielite10 e tuberculose11, por exemplo. A cifose dorsal ou torácica leva a que as costas12 fiquem em posição "corcunda" e, normalmente, o pescoço13, ombros e cabeça14 ficam inclinados para frente. A cifose em adolescentes é mais comumente devida à má postura e, em mulheres após a menopausa15, causada pela osteoporose5.

Os desvios ocasionados pela escoliose1 ocorrem em cerca de 60% dos meninos entre os 10 anos de idade e a maturidade sexual. Entre os adolescentes, as meninas representam 90% dos casos. A escoliose1 idiopática16 do adolescente ocorre em cerca de 2-3% da população em geral. A escoliose1 para a direita é muito mais comum do que para a esquerda, exceto a do tipo infantil, onde uma curvatura para o lado esquerdo é mais comum. A escoliose1 torácica direita tem a face17 convexa voltada para a esquerda e vice versa. Pode começar no início da puberdade ou tornar-se evidente durante o pico de crescimento do adolescente. A escoliose1 adulta ocorre após a maturidade sexual e as mulheres estão em maior risco que os homens, muitas vezes necessitando de tratamento cirúrgico.

Como o médico diagnostica a cifose e a escoliose1?

Em lesões18 mais nítidas, o médico pode constatar a alteração no exame físico, examinando19 posição da coluna vertebral2 alterada e realizar a medida de ângulo da cifose, definindo o diagnóstico20 se ele é maior de 50 graus. A confirmação do diagnóstico20, contudo, pode ser feita por meio de uma radiografia simples da coluna vertebral2.

O médico pode diagnosticar a escoliose1 a partir da observação do desvio da coluna e complementá-lo com uma radiografia, tomografia computadorizada21 ou ressonância magnética22 da coluna vertebral2. A escoliose1 em crianças ou adolescentes, quando assintomática, muitas vezes só é detectada em exames de rotina.

Como o médico trata a cifose e a escoliose1?

Para tratar a cifose leve pode bastar manter uma boa postura no dia-a-dia e fazer exercícios que fortaleçam as musculaturas das costas12 e do abdômen, mas nos casos mais graves, quando há hipercifose moderada ou grave, são recomendadas sessões de fisioterapia23 ou mesmo cirurgia para corrigir a coluna. O tratamento para a cifose dorsal acentuada deve ser definido pelo médico, de acordo com a gravidade e os sintomas24 de cada caso, mas as primeiras opções são: exercícios gerais como musculação, exercícios localizados para fortalecer os músculos25 abdominais, natação, hidroginástica ou remo. Estes exercícios alcançam ótimos resultados, mas além deles também é importante a manutenção da boa postura no dia-a-dia. Exercícios de alongamento são indicados no final de cada treino para promover a flexibilidade da coluna vertebral2 e aliviar dores nas costas12 devido à má postura. O uso de coletes para postura só deve ser feito quando indicados pelo ortopedista. Quando a cifose é muito severa e incomodativa, o médico pode indicar cirurgia da coluna para fazer a correção do desvio.

Ao tratar a escoliose1, o médico levará em consideração a gravidade da curvatura, a idade do indivíduo e outros fatores como, por exemplo, sua condição física. A mera observação e monitoramento pode ser uma opção de tratamento para curvaturas menores, que podem terminar com o fim do crescimento. Se a curvatura precisar ser corrigida, um tratamento não cirúrgico, tal como o uso de uma cinta, é, geralmente, a primeira opção. Para pessoas com curvatura na coluna de 25 a 40 graus e que ainda se encontram em fase de crescimento, o médico pode recomendar o uso da cinta, a finalidade é impedir que a curva da coluna aumente enquanto a pessoa cresce. Algumas pessoas podem ter uma escoliose1 muito severa e altamente sintomática26, o que torna a cirurgia necessária. No entanto, muitas curvas de escoliose1 nunca avançam até o ponto em que haja a necessidade de uma cirurgia.

Veja também sobre "Má postura", "Osteoporose5", "Espondilite anquilosante", "Lombalgia27 ou dor nas costas12" e "Dor na coluna".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic, da Cleveland Clinic e da American Academy of Orthopaedic Surgeons.

ABCMED, 2020. Cifose e escoliose. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-saude/1376123/cifose-e-escoliose.htm>. Acesso em: 2 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Escoliose: Deformidade no alinhamento da coluna vertebral, que produz uma curvatura da mesma para um dos lados. Pode ser devido a distúrbios ósteo-articulares e a problemas posturais.
2 Coluna vertebral:
3 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
4 Lordose: 1. Convexidade anterior, normal, da coluna vertebral na região lombar. 2. Na ortopedia, é uma acentuação excessiva de tal convexidade.
5 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
6 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
8 Artrose: Também chamada de osteoartrose ou processo degenerativo articular, resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma. Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos que possuem algum grau de movimentação entre eles, sua função básica é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque. O estado de hidratação da cartilagem e a integridade da mesma, é fator preponderante para o não desenvolvimento da artrose.
9 Osteocondrose: Distúrbio em um ou mais centros de ossificação de crianças, caracterizado por degeneração seguida por recalcificação.
10 Poliomielite: Doença viral que afeta as raízes anteriores dos nervos motores, produzindo paralisia especialmente em crianças pequenas e adolescentes. Sua incidência tem diminuído muito graças ao descobrimento de uma vacina altamente eficaz (Sabin), e de seu uso difundido no mundo inteiro.
11 Tuberculose: Doença infecciosa crônica produzida pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Produz doença pulmonar, podendo disseminar-se para qualquer outro órgão. Os sintomas de tuberculose pulmonar consistem em febre, tosse, expectoração, hemoptise, acompanhada de perda de peso e queda do estado geral. Em países em desenvolvimento (como o Brasil) aconselha-se a vacinação com uma cepa atenuada desta bactéria (vacina BCG).
12 Costas:
13 Pescoço:
14 Cabeça:
15 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
16 Idiopática: 1. Relativo a idiopatia; que se forma ou se manifesta espontaneamente ou a partir de causas obscuras ou desconhecidas; não associado a outra doença. 2. Peculiar a um indivíduo.
17 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
18 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
19 Examinando: 1. O que será ou está sendo examinado. 2. Candidato que se apresenta para ser examinado com o fim de obter grau, licença, etc., caso seja aprovado no exame.
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
22 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
23 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
24 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
25 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
26 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
27 Lombalgia: Dor produzida na região posterior inferior do tórax. As pessoas com lombalgia podem apresentar contraturas musculares, distensões dos ligamentos da coluna, hérnias de disco, etc. É um distúrbio benigno que pode desaparecer com uso de antiinflamatórios e repouso.
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