Venografia - uma radiografia dos vasos com o uso de contraste
O que é venografia?
A venografia, também chamada flebografia1, é um procedimento no qual uma radiografia das veias2 (um venograma) é feita após a injeção3 de um corante especial no interior delas, para mostrar como o sangue4 flui por esses vasos.
Por que fazer venografia?
A venografia por contraste é o exame padrão ouro para o diagnóstico5 por imagem de trombose venosa profunda6, embora raramente seja realizado, em virtude da sua complexidade.
A venografia também pode ser usada com outras finalidades: avaliar o estado de uma veia ou sistema de veias2; distinguir coágulos sanguíneos de obstruções nas veias2; avaliar problemas congênitos7 das veias2; verificar o funcionamento das válvulas das veias2 profundas da perna; escolher uma veia para acesso à diálise8 ou identificar uma veia com boa qualidade para a cirurgia de revascularização do miocárdio9.
Saiba mais sobre "Trombose venosa profunda6", "Hemodiálise10", "Ponte de safena", "Varizes11" e "Escleroterapia12".
Como se realiza a venografia?
Os raios X atravessam a maioria dos objetos, incluindo os tecidos moles do corpo. Diferentes partes do corpo absorvem os raios X em vários graus. O osso denso em grande parte das vezes não é atravessado pela radiação e registra uma imagem em branco. Tecidos moles, como músculo, gordura13 e órgãos, permitem que mais raios-x passem por eles e gerem imagens em cinza. Veias2 não podem ser vistas em um raio-x; portanto, um material de contraste à base de iodo, impermeável aos raios X, é injetado no interior dos vasos para torná-los visíveis.
Deve ser observado um jejum de várias horas antes do procedimento. Antes do exame, quando trata-se de uma paciente mulher, ela deve informar ao médico se existe a possibilidade de estar grávida e comunicar a ele quaisquer doenças recentes, condições médicas, medicamentos que esteja tomando e eventuais alergias, especialmente para materiais de contraste iodados.
Este exame costuma ser feito em ambulatório, mas se o paciente estiver internado ele será feito em um departamento de radiografia hospitalar. Normalmente, um cateter é inserido numa veia para injetar o contraste. Onde essa agulha é colocada, depende da área do corpo em que as veias2 estejam sendo avaliadas. O mais comum é que o cateter seja inserido pela virilha e movido para o local apropriado, navegando através do sistema vascular14.
As extremidades inferiores, a veia cava inferior e as extremidades superiores são as áreas do sistema venoso15 que são investigadas com maior frequência. À medida que o material de contraste flui através das veias2 que estão sendo examinadas, várias radiografias são tomadas. A mesa em que o paciente está deitado pode ser movida para diferentes posições para que se possa obter radiografias em diferentes ângulos.
De modo geral, o exame apenas impõe alguns incômodos facilmente toleráveis. O paciente sentirá uma pequena picada quando a agulha for inserida em sua veia. Em caso da colocação de um cateter, a maior parte da sensação é no local da incisão16 da pele17, que é anestesiada com anestesia18 local. À medida que o material de contraste passa pelo corpo, o paciente pode sentir uma sensação de calor que desaparece rapidamente e pode experimentar um gosto metálico em sua boca19. Pode também sentir que seu braço ou perna estão ficando dormentes, sensação que desaparecerá quando o teste for concluído. No momento de serem disparadas as cargas de radiação para produção das imagens, o paciente será solicitado a não respirar por alguns segundos, para melhorar a qualidade das imagens.
Um venograma leva de 30 a 90 minutos para ser realizado. O paciente será instruído a beber muito líquido e mesmo fluidos intravenosos podem ser dados para remover mais rapidamente o material de contraste.
Quais são as complicações possíveis da venografia?
Executada com a técnica correta, os riscos da venografia são mínimos. Existe um pequeno risco de reação alérgica20 ao contraste. Em casos raros, um venograma pode causar uma trombose venosa profunda6.
Existe um risco de lesão21 nos rins22 devido à injeção3 do contraste. Pacientes com insuficiência renal23 devem receber uma atenção especial.
A colocação de um cateter num vaso sanguíneo acarreta os riscos de danos ao vaso, hematomas24 ou sangramento no local da punção e infecção25. No entanto, a precaução é tomada para mitigar26 esses riscos.
A excessiva exposição à radiação implica num pequeno (quase desprezível) risco de câncer27. O benefício de um diagnóstico5 preciso supera em muito este risco.
Leia sobre "Insuficiência renal23 aguda", "Insuficiência renal23 crônica", "Diálise peritoneal28" e "Prevenção de varizes11".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.