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Anticorpos anti-SARS-COV-2 (COVID-19)

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O que são anticorpos1?

Anticorpos1 são moléculas proteicas chamadas de imunoglobulinas2 (Ig), encontradas no plasma sanguíneo3, que atuam na defesa do organismo contra organismos invasores do corpo (bactérias e vírus4, principalmente). Essas moléculas são bastante específicas, ou seja, cada anticorpo5 atua apenas contra determinado antígeno6. A detecção de anticorpos1 é feita por teste sorológicos, denominados genericamente de sorologia, que é a mensuração da quantidade de anticorpos1 presentes no plasma sanguíneo3.

O que são anticorpos1 anti-covid-19?

Anticorpos1 contra a Covid-19 são anticorpos1 contra o vírus4 SARS-CoV-2 , detectado em 2019, também chamado de “novo” coronavírus, porque outras cepas7 já existiam anteriormente: o SARS (que causa síndrome8 respiratória aguda grave), desde 2002, e o MERS (síndrome8 respiratória do Oriente Médio), desde 2012.

O exame de sorologia para Covid-19 ajuda a saber se o organismo desenvolveu resposta imunológica em função da exposição ao coronavírus. Esse exame é realizado de forma bastante simples e o resultado dele pode ser conhecido em poucos minutos. A sorologia não diagnostica a presença Covid-19, mas apenas detecta a presença ou não de anticorpos1 produzidos em decorrência do contato com o vírus4, seja por doença anterior ou quadros assintomáticos.

Atualmente, a sorologia pode ser usada também para avaliar a resposta às vacinas. Mas cada uma das diferentes vacinas de que se dispõe têm composições distintas e induzem a produção de anticorpos1 direcionados contra diferentes partes do vírus4. Dessa forma, quando a intenção é avaliar a produção de anticorpos1 pós-vacina9, mesmo levando-se em consideração todas as limitações da interpretação desses resultados, é importante observar o tipo de teste de anticorpos1 que pode ser solicitado para avaliar cada vacina9.

Veja sobre "Permanência do coronavírus nas diferentes superfícies" e "Uso de máscara durante a pandemia10".

Quais são os anticorpos1 anti-SARS-CoV-2 (COVID-19)?

Os testes sorológicos de anticorpos1 são feitos a partir de amostras de sangue11 colhidas por punção venosa, sem a necessidade de jejum ou qualquer preparo especial. A partir daí, os anticorpos1 podem ser classificados como IgM (imunoglobulina12 da classe M) ou IgG (imunoglobulina12 da classe G). Para cada antígeno6 há um ou mais anticorpos1 específicos e, graças a essa especificidade, pode-se identificar a infecção13 por SARS-CoV-2.

A classificação em IgM ou IgG depende do momento da infecção13 em que são produzidos. Os anticorpos1 IgM são os que aparecem primeiro e, muitas vezes, sua presença sinaliza que o paciente está na primeira fase da doença, ou seja, ainda é portador do vírus4. Já os anticorpos1 IgG são produzidos mais tardiamente e indicam que a infecção13 se deu há algum tempo e que a pessoa deve ter adquirido imunidade14 ao novo coronavírus.

De maneira geral, o paciente com IgM e IgG negativas ainda não teve contato com o SARS-CoV-2. Já o paciente com IgM negativa e IgG positiva teve a infecção13 há, pelo menos, três semanas e supostamente está imune à Covid-19. Em pacientes com IgM positiva e IgG negativa, a infecção13 recente é bastante provável. Pacientes com IgM e IgG positivas tiveram a infecção13 recentemente, ocorrida, em média, há menos de três semanas.

Uma classe diferente de anticorpos1 são os chamados anticorpos1 neutralizantes. Eles são anticorpos1 que inibem a ação do vírus4 por impedirem a entrada dele no organismo, evitando, assim, a sua replicação. A sorologia que visa apurar a presença de anticorpos1 neutralizantes é destinada a detectar anticorpos1 com capacidade de bloquear a ligação do vírus4 ao receptor da célula15 humana, portanto impedindo a entrada dele na célula15. A produção desse tipo de anticorpo5 pode ocorrer tanto após infecção13 natural pelo vírus4 como após a vacinação contra Covid-19.

A simples detecção de um tipo de anticorpo5 não significa afirmar sua capacidade de neutralização do agente viral. Essa é a diferença essencial entre os testes inicialmente disponíveis (IgM e IgG) e o teste de anticorpos1 neutralizantes. O resultado do teste de anticorpos1 neutralizantes é expresso como reagente ou não reagente. O resultado reagente vem acompanhado de um resultado numérico em percentagem. Acima de 20%, o teste é considerado positivo. Entretanto, até o momento, não se sabe com exatidão qual percentual é necessário para uma eficaz proteção imunológica contra a infecção13, contra formas graves da doença, nem contra as novas variantes circulantes, e nem se existe esta relação. Por outro lado, se o resultado for negativo, isso não significa necessariamente que o indivíduo não tenha desenvolvido imunidade14, pois existem outros mecanismos de defesa além da produção de anticorpos1, como a imunidade14 celular.

Apesar da sorologia de anticorpos1 neutralizantes ter resultados muito mais correlacionados com o ensaio de neutralização em placa16 (ensaio padrão ouro para determinar a capacidade de neutralizar o vírus4), ainda não temos trabalhos que demonstrem na prática qual é o nível de proteção dos anticorpos1 neutralizantes e nem por quanto tempo essa proteção dura. Portanto, mesmo com resultado positivo, devem ser seguidas todas as orientações dos órgãos de saúde17 sobre distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos18, enquanto surgem novas evidências e recomendações.

Leia também sobre "Isolamento domiciliar de casos suspeitos ou confirmados da COVID-19", "Nova cepa19 do coronavírus" e "Vacinas contra o coronavírus".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do CDC – Centers for Disease Control and Prevention (USA) e do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.

ABCMED, 2021. Anticorpos anti-SARS-COV-2 (COVID-19). Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/covid-19/1394380/anticorpos-anti-sars-cov-2-covid-19.htm>. Acesso em: 11 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
2 Imunoglobulinas: Proteína do soro sanguíneo, sintetizada pelos plasmócitos provenientes dos linfócitos B como reação à entrada de uma substância estranha (antígeno) no organismo; anticorpo.
3 Plasma Sanguíneo: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
4 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
5 Anticorpo: Proteína circulante liberada pelos linfócitos em reação à presença no organismo de uma substância estranha (antígeno).
6 Antígeno: 1. Partícula ou molécula capaz de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substância que, introduzida no organismo, provoca a formação de anticorpo.
7 Cepas: Cepa ou estirpe é um termo da biologia e da genética que se refere a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas e/ou fisiológicas.
8 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
9 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
10 Pandemia: É uma epidemia de doença infecciosa que se espalha por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pandemia pode se iniciar com o aparecimento de uma nova doença na população, quando o agente infecta os humanos, causando doença séria ou quando o agente dissemina facilmente e sustentavelmente entre humanos. Epidemia global.
11 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
12 Imunoglobulina: Proteína do soro sanguíneo, sintetizada pelos plasmócitos provenientes dos linfócitos B como reação à entrada de uma substância estranha (antígeno) no organismo; anticorpo.
13 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
14 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
15 Célula: Unidade funcional básica de todo tecido, capaz de se duplicar (porém algumas células muito especializadas, como os neurônios, não conseguem se duplicar), trocar substâncias com o meio externo à célula, etc. Possui subestruturas (organelas) distintas como núcleo, parede celular, membrana celular, mitocôndrias, etc. que são as responsáveis pela sobrevivência da mesma.
16 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
17 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
18 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
19 Cepa: Cepa ou estirpe é um termo da biologia e da genética que se refere a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas e/ou fisiológicas.
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