Reações às vacinas contra a covid-19
Quase tudo que se diz atualmente a respeito do Coronavírus deve ter o caráter de provisoriedade. Trata-se de um vírus1 novo e, por mais que esteja sendo pesquisado com afinco em várias partes do mundo, há certos aspectos que ainda não foram exaustivamente estudados e alguns que ainda nem puderam ser abordados. Por exemplo: quais os efeitos da infecção2 a longo prazo (cinco anos, dez anos, etc.)? Nesse rol estão também as vacinas, embora elas sejam, até o momento, um dos aspectos mais pesquisados sobre o vírus1.
A vacinação contra a Covid-19 ajuda a proteger contra a doença, mas trata-se de introduzir no organismo uma substância estranha que gera alguns efeitos colaterais3 que, no entanto, são sinais4 normais de que o corpo está construindo a proteção adequada. Nesse sentido, efeitos colaterais3 podem até ser considerados como bem-vindos. Alguns deles podem até afetar sua capacidade de realizar as atividades diárias, mas a maioria é simples e banal. Em todos os casos, eles geralmente desaparecem em alguns dias, ou mesmo em algumas horas, e algumas pessoas nem sequer os apresenta.
Embora falte muito a conhecer sobre as vacinas, a segurança e a eficácia delas parecem bem estabelecidas e elas devem ser consideradas com o principal meio de combater a pandemia5 em curso.
Veja sobre "Anafilaxia6", "Eventos trombóticos7 na Covid-19" e "Excreção viral e transmissibilidade da COVID-19".
Qual é o substrato fisiológico8 das reações às vacinas contra a covid-19?
Como qualquer vacina9, as vacinas contra a Covid-19 podem causar efeitos colaterais3, a maioria dos quais são leves ou moderados e desaparecem por conta própria em alguns dias ou mesmo horas. As reações às vacinas contra a Covid-19 são mais ou menos comuns a todas elas e são um sinal10 de que o sistema imunológico11 está instruindo o corpo a reagir, aumentando o fluxo sanguíneo para que mais células12 imunológicas possam circular e aumentando a temperatura corporal para matar o vírus1. As vacinas contra a Covid-19 protegem apenas contra o vírus1 SARS-CoV-2 (coronavírus), por isso ainda é importante manter-se saudável e bem em outros aspectos.
Os efeitos colaterais3 típicos, mais comuns, incluem:
- dor no local da injeção13
- aumento da sensibilidade
- febre14
- fadiga15
- dor de cabeça16
- dor muscular
- calafrios17
- diarreia18
As chances de qualquer um desses efeitos colaterais3 ocorrerem após a vacinação variam de acordo com a vacina9 específica. Os efeitos colaterais3 menos comuns relatados para algumas vacinas incluem reações alérgicas graves, como anafilaxia6; no entanto, essa reação é extremamente rara. Por isso, ao receber a vacina9, a pessoa deve permanecer por 15 a 30 minutos no local da vacinação para que os profissionais de saúde19 estejam disponíveis em caso de qualquer reação imediata. Essa reação é mais provável de acontecer em pessoas que já se sabem alérgicas e muito dificilmente ocorrerá em pessoas que nunca tenham tido qualquer tipo de reação alérgica20.
Os efeitos colaterais3 geralmente ocorrem nos primeiros dias após a vacinação e, desde o início do primeiro programa de vacinação em massa no início de dezembro de 2020, centenas de milhões de doses de vacina9 foram administradas em todo o mundo, sem eventos sérios devidos exclusivamente a elas. Nenhuma das vacinas aprovadas até aqui contém o vírus1 vivo que causa Covid-19 e, por isso, não podem deixar uma pessoa doente com Covid-19.
Após a vacinação, leva-se algumas semanas para o corpo desenvolver imunidade21 contra o vírus1 que causa a Covid-19. Portanto, é possível que uma pessoa possa ser infectada com ele imediatamente depois da vacinação e ainda ficar doente. Experimentar efeitos colaterais3 após ser vacinado significa que a vacina9 está funcionando e que o sistema imunológico11 está respondendo como deveria.
Reações específicas a cada uma das vacinas contra a covid-19 aplicadas no Brasil até o momento
No Brasil, atualmente, estão sendo aplicadas três tipos de vacinas: a Coronavac, a AstraZeneca/Oxford e a vacina9 da Pfizer/BioNtech. Todas as três têm efeitos colaterais3 leves e que passam rapidamente. Eles são resultado da resposta do sistema imunitário22 da pessoa à vacina9.
- Reações à Coronavac: as reações mais comuns da Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan, são em geral simples, e incluem dor no local da aplicação, cansaço, febre14, dor no corpo, diarreia18, náusea23 e dor de cabeça16.
- Reações à AstraZeneca/Oxford: a vacina9 da AstraZeneca e da Universidade de Oxford costuma apresentar reações mais intensas por causa da forma que foi produzida. Ela usa como vetor um vírus1 vivo modificado, que estimula com mais intensidade o sistema imunológico11. Ela é uma vacina9 superior à Coronavac mas, por conta disso, ela vai induzir uma resposta imunológica mais intensa do corpo. Segundo a Anvisa, entre as reações comuns da vacina9 AstraZeneca/Oxford estão um aumento de sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematomas24, cansaço, calafrios17, dor de cabeça16, enjoos, dores musculares e nas articulações25, diarreia18 e sintomas26 semelhantes aos de um resfriado, como dor de garganta27, coriza28 e tosse.
- Reações à Pfizer/BioNtech: as vacinas de RNA mensageiro, como a da Pfizer, são as mais reatogênicas, ou seja, as que causam mais efeitos colaterais3. Em geral, não são efeitos colaterais3 graves, porém, eles podem ser incômodos e durar por um ou dois dias, embora normalmente durem apenas algumas horas. Em compensação, essa vacina9 oferece uma proteção de cerca de 95% contra casos sintomáticos de Covid-19 e de 100% contra casos graves. Os efeitos colaterais3 mais comuns foram um pouco de dor e vermelhidão ou inchaço29 no local da injeção13, sensação de cansaço, dor de cabeça16, dor muscular e febre14.
Leia também sobre "Variantes do coronavírus", "Isolamento domiciliar de casos suspeitos ou confirmados da COVID-19" e "Covid-19, gravidez30 e parto".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Governo de São Paulo, do CDC – Centers for Disease Control and Prevention e da WHO - World Health Organization.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.