Intoxicação por gás de cozinha
O que é o gás de cozinha?
O gás de cozinha, também conhecido como gás liquefeito de petróleo (GLP), é usado para cozinhar em residências, restaurantes e estabelecimentos comerciais. Ele é uma mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo ou gás natural, que é comprimida e armazenada em estado líquido para facilitar o transporte e o armazenamento.
Ele é composto principalmente por propano e butano, que são gases inodoros e incolores. Para tornar sua detecção mais fácil, em caso de vazamentos, um odorizante, como o mercaptano, é adicionado a ele, conferindo-lhe um cheiro característico desagradável.
O gás de cozinha é distribuído em botijões ou cilindros, geralmente feitos de metal, e é utilizado em fogões, fornos e outros aparelhos domésticos projetados para funcionar com GLP.
O que é intoxicação por gás de cozinha?
A intoxicação é uma das condições que podem ocorrer quando a pessoa é exposta ao gás de cozinha. As outras duas são a explosão e o envenenamento. Esses acidentes se dão quando há um vazamento do gás em ambiente fechado.
Entre a intoxicação e o envenenamento existe apenas uma questão de quantidade da substância inalada e de tempo de permanência em contato com ela. No primeiro caso, costuma haver sintomas1 e mesmo sequelas2, sem, contudo, levar à morte. Na segunda, é mais provável haver um desfecho fatal.
Como a substância é altamente inflamável, a explosão seguida de incêndio é uma ocorrência comum, vitimando as pessoas mais pelos traumas que ocasionam que propriamente pela inalação do gás, na maioria dos casos.
Leia sobre "Intoxicação por mercúrio", "Intoxicação por chumbo3" e "Intoxicação por monóxido de carbono4".
Quais são as causas de intoxicação por gás de cozinha?
A intoxicação pelo gás de cozinha pode ocorrer quando há vazamento do gás em um ambiente fechado e inadequadamente ventilado, porque sua inalação em altas concentrações pode ser perigosa para a saúde5 e mesmo mortal.
Qual é o substrato fisiopatológico da intoxicação por gás de cozinha?
O monóxido de carbono4 (CO), presente no gás de cozinha, é inodoro e incolor, mas é altamente inflamável e tóxico. Em contato com o organismo, se liga às moléculas de hemoglobina6 do sangue7, responsáveis por transportar oxigênio (O2) e outros nutrientes, substituindo o O2.
Essas características tornam a substância um poderoso asfixiante químico: quando há uma grande quantidade de CO no sangue7, o corpo não consegue processar oxigênio suficiente e a pessoa sofre a intoxicação, que pode variar de leve a até mortal. O quadro irá depender do tempo de contato com a substância e da quantidade de CO inalada.
Quais são as características clínicas da intoxicação por gás de cozinha?
Inalar gás de cozinha é perigoso e pode causar danos à saúde5 e até matar, dependendo do tempo de exposição e quantidade de substância ingerida. Os sintomas1 da intoxicação podem variar de leves a graves, dependendo da quantidade de gás inalado e do tempo de exposição.
A intoxicação leve pode provocar:
Já a exposição intensa gera:
- confusão mental;
- falta de ar severa;
- dor no peito11;
- convulsões;
- perda da consciência;
- e, por fim, coma12 e morte, caso não haja socorro.
Como manejar a intoxicação por gás de cozinha?
Se houver suspeita de intoxicação por gás de cozinha, é importante agir prontamente com medidas adequadas:
- evitar acender qualquer chama ou fonte de ignição (mesmo um interruptor comum!);
- abrir portas e janelas para permitir a entrada de ar fresco e a saída do gás acumulado;
- se possível, desligar os aparelhos a gás que possam vazar;
- sair imediatamente do local, levando consigo todas as pessoas e animais de estimação que consiga.
Casos leves de intoxicação pelo gás de cozinha costumam melhorar espontaneamente se a pessoa sai do local e toma ar fresco, embora possa demorar alguns minutos para se recuperar completamente. Se for facilmente accessível, a equipe de primeiros socorros pode oferecer uma máscara de oxigênio para acelerar a liberação do CO.
Em quadros graves, em que a vítima esteja inconsciente ou tendo convulsões, o atendimento médico requererá oxigênio suplementar ou hiperbárico, pois o corpo precisa eliminar a substância imediatamente.
De acordo com o estado do indivíduo, pode ser necessária a internação para avaliar se o monóxido de carbono4 prejudicou pulmões13, coração14 e outros órgãos vitais.
Como prevenir a intoxicação por gás de cozinha?
Sendo incolor e inodoro, o gás de cozinha é imperceptível. O cheiro de gás que as pessoas sentem quando há o vazamento é, na verdade, uma medida de segurança: uma substância odorífera é acrescentada ao gás de cozinha para advertir quanto ao seu vazamento.
Para prevenir a intoxicação por gás de cozinha, algumas medidas importantes devem ser tomadas, sendo elas:
- Certificar-se de que a instalação do sistema de gás esteja de acordo com as normas de segurança.
- Realizar inspeções regulares no sistema de gás para identificar possíveis vazamentos ou problemas de funcionamento.
- Manter o ambiente bem ventilado, abrindo portas, janelas ou utilizando exaustores.
- Usar o gás de cozinha apenas para os fins apropriados e nunca para aquecimento do ambiente ou em aparelhos não adequados.
- Armazenar os botijões de gás em locais adequados, ao ar livre, em áreas ventiladas e longe de fontes de calor ou chamas.
Quais são as complicações possíveis com a intoxicação por gás de cozinha?
Qualquer mínima chama ou fagulha num ambiente saturado com gás de cozinha pode gerar uma grande explosão e um grande incêndio.
A inalação de gás em grande quantidade pode levar a sequelas2 irreversíveis e mesmo à morte por asfixia15.
Veja também sobre "Intoxicações medicamentosas" e "Urgências e emergências médicas mais comuns".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.