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Microplásticos: um novo perigo para a saúde

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O que são microplásticos?

Microplásticos são pequenas partículas de plástico, com até 5 milímetros de diâmetro, que surgem da fragmentação de plásticos maiores ou são fabricados diretamente nesse tamanho. Eles estão presentes em diversos ambientes, como na água, nos alimentos e até mesmo na cadeia alimentar humana.

Existem dois tipos principais de microplásticos:

  • Microplásticos primários: partículas fabricadas intencionalmente, como as usadas em cosméticos ou produtos industriais.
  • Microplásticos secundários: partículas que resultam da degradação de plásticos maiores.

Além disso, partículas ainda menores que 1 μm (micron) são chamadas de nanoplásticos. Devido ao seu tamanho, esses nanoplásticos podem atravessar membranas celulares, atingir o núcleo e interferir no funcionamento das células1.

Como os microplásticos entram no corpo humano2?

Os microplásticos podem ser ingeridos, inalados ou, em menor grau, absorvidos pela pele3. Eles podem estar presentes em alimentos como peixes, frutos do mar e até sal de cozinha. Também podem ser inalados através do ar, em poeira ou partículas suspensas. Dessa forma, chegam à corrente sanguínea e podem se acumular em diversos órgãos.

Quais os impactos dos microplásticos no organismo humano?

Os microplásticos, ao entrar no corpo, podem causar diversos danos:

  • Alteração do sistema imunológico4: afetam células1 de defesa, como os macrófagos5, levando a inflamações6 crônicas.
  • Danos celulares: nanoplásticos podem penetrar nas células1, gerando estresse oxidativo, danos ao DNA e alterações genéticas, associados ao desenvolvimento de câncer7.
  • Efeitos reprodutivos: estudos em animais mostram redução na qualidade do esperma8, cicatrizes9 ovarianas e problemas metabólicos na prole.
  • Exposição a substâncias tóxicas: microplásticos podem carregar compostos tóxicos, como metais pesados e disruptores endócrinos (por exemplo, ftalatos e bisfenol A), afetando sistemas hormonais e órgãos como fígado10 e rins11.
  • Interferência no microbioma12 intestinal: podem causar disbiose13, contribuindo para doenças metabólicas e inflamações6.

Pesquisadores já identificaram microplásticos em órgãos humanos, como fígado10, rins11, placenta e pulmões14, e até mesmo no leite materno. Os microplásticos também podem amplificar os efeitos de outras exposições tóxicas, como metais pesados, e carregar bactérias resistentes a antibióticos.

Leia também: "Limitar o consumo de álcool reduz o risco de câncer7" e "Ebook com informações e cuidados sobre o câncer7 de mama15".

Quais são os riscos ambientais dos microplásticos?

Além de ameaçarem a saúde16 humana, os microplásticos prejudicam o ambiente global. Eles poluem oceanos e interferem na capacidade de microrganismos marinhos de produzir oxigênio e sequestrar dióxido de carbono, contribuindo para as mudanças climáticas. A decomposição de plásticos libera gases de efeito estufa, agravando ainda mais a crise ambiental.

Qual é o mecanismo de ação dos microplásticos no organismo?

Os microplásticos são reconhecidos pelo sistema imunológico4 como partículas estranhas, desencadeando respostas inflamatórias persistentes que podem causar danos teciduais. O estresse oxidativo gerado por essas partículas compromete proteínas17, lipídios e DNA, aumentando o risco de mutações e doenças como câncer7.

Além disso, eles podem atravessar barreiras biológicas, como a intestinal e a hematoencefálica, acumulando-se em órgãos vitais e liberando compostos tóxicos que afetam funções celulares e hormonais.

Embora mais estudos sejam necessários, já se sabe que os microplásticos podem contribuir para doenças crônicas e alterações hormonais e metabólicas, além de inflamações6 sistêmicas.

O que podemos fazer para minimizar os impactos dos microplásticos?

A solução para o problema dos microplásticos exige esforços coletivos:

  • Indivíduos: reduzir o consumo de plásticos descartáveis, como canudos, copos e sacolas plásticas, e optar por produtos sustentáveis.
  • Governos e indústrias: promover a reciclagem, restringir a produção de microplásticos e incentivar pesquisas sobre alternativas ao plástico.
  • Cientistas: investigar formas de biodegradação de plásticos por microrganismos e desenvolver materiais mais sustentáveis.
  • Profissionais de saúde16: pressionar por maior sustentabilidade em hospitais e clínicas, além de conscientizar a população sobre os riscos.

A conscientização sobre o uso do plástico, aliada a políticas públicas e mudanças no estilo de vida, é essencial para reduzir os impactos dos microplásticos na saúde16 humana e no planeta.

Veja sobre "O que fazer para prevenir o câncer7" e "Cinco passos simples para proteger sua pele3 contra o câncer7".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da U.S. National Library of Medicine e da Harvard Medicine.

ABCMED, 2025. Microplásticos: um novo perigo para a saúde. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1481065/microplasticos-um-novo-perigo-para-a-saude.htm>. Acesso em: 20 fev. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
2 Corpo humano: O corpo humano é a substância física ou estrutura total e material de cada homem. Ele divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A anatomia humana estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano.
3 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
4 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
5 Macrófagos: É uma célula grande, derivada do monócito do sangue. Ela tem a função de englobar e destruir, por fagocitose, corpos estranhos e volumosos.
6 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
7 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
8 Esperma: Esperma ou sêmen. Líquido denso, gelatinoso, branco acinzentado e opaco, que contém espermatozoides e que serve para conduzi-los até o óvulo. O esperma é o líquido da ejaculação. Ele é composto de plasma seminal e espermatozoides. Este plasma contém nutrientes que alimentam e protegem os espermatozoides.
9 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
10 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
11 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
12 Microbioma: Comunidade ecológica de microrganismos comensais, simbióticos e patogênicos que compartilham nosso espaço corporal. Microbioma humano é o conjunto de microrganismos que reside no corpo do Homo sapiens, mantendo uma relação simbiótica com o hospedeiro. O conceito vai além do termo microbiota, incluindo também a relação entre as células microbianas e as células e sistemas humanos, por meio de seus genomas, transcriptomas, proteomas e metabolomas.
13 Disbiose: Desequilíbrio da flora intestinal.
14 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
15 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
16 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
17 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.

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