Medicina alternativa
O que é medicina alternativa?
A Organização Mundial da Saúde1 (OMS) define a Medicina Alternativa (MA), também chamada pseudomedicina, como “um conjunto amplo de práticas de atenção à saúde1 que fazem parte da própria tradição do país e estão integradas no sistema sanitário principal”. A medicina alternativa engloba várias abordagens e tratamentos não incluídos no âmbito da medicina convencional dominante.
A medicina tradicional pretende basear suas práticas apenas nas melhores evidências científicas disponíveis e a MA tende a basear suas práticas na filosofia e não depende de padrões rigorosos baseados em evidências. No entanto, essa caracterização de cada uma não é estritamente precisa.
Na realidade, a medicina oficial encontra-se permeada de práticas da MA e algumas práticas e produtos da MA passaram por avaliações científicas. A própria OMS tem insistido em conseguir que cada vez mais países adotem políticas de saúde1 que incluam a MA na sua assistência.
No Brasil, algumas práticas da MA são atualmente oferecidas em hospitais oficiais, dificultando estabelecer os limites entre os dois tipos de prática médica. Em Goiânia existe, desde 1985, um Hospital de Medicina Alternativa credenciado pelo SUS. Algumas escolas tradicionais de medicina também fornecem educação sobre MA, mas o assunto é controverso: para o Conselho Federal de Medicina (CFM), os médicos não devem praticar qualquer forma de terapia não reconhecida pela comunidade científica.
A maioria das terapias da MA ainda não foi validada cientificamente – embora o uso de alguns complementos nutricionais tenham sido – e nisso consiste a diferença entre os dois tipos de medicina.
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Quais são os tipos existentes da medicina alternativa?
São consideradas como práticas de medicina alternativa e, portanto, “não científicas”, entre outras: acupuntura, aromaterapia, arte terapia, Ayurveda, biodança, cromoterapia, fitoterapia, florais de Bach, homeopatia, medicina natural, medicina ortomolecular, musicoterapia, osteopatia, quiropraxia, reflexologia, tratamento espiritual e outras, estruturadas em cinco categorias reconhecidas:
- Sistemas médicos alternativos integrais: sistemas teoricamente completos, com explicação da doença, diagnóstico2 e tratamento. Eles incluem Ayurveda (medicina indiana), homeopatia, neuropatia3 e medicina tradicional chinesa.
- Técnicas de corpo e mente: a medicina de corpo e mente baseia-se na teoria de que fatores mentais e emocionais regulam a saúde1 física por meio de um sistema de conexões neuronais, hormonais e imunológicas interdependentes através do corpo. As principais técnicas corpo-mente são: biofeedback, imagística direcionada, hipnoterapia, meditação, relaxamento.
- Tratamentos com base biológica: práticas com bases biológicas usam substâncias naturais que afetam a saúde1. Essas práticas incluem terapia de quelação, tratamentos com dieta, fitoterapia, terapias ortomoleculares e terapias biológicas.
- Métodos manipulativos e corporais: práticas de manipulação baseadas no corpo enfatizam primariamente estruturas e sistemas corporais. Essas práticas baseiam-se na crença de que o corpo pode se regular e se curar a partir da ideia de que suas partes são interdependentes. Incluem quiropraxia, massoterapia, reeducação postural, reflexologia e integração estrutural.
- Medicina energética: as terapias energéticas pretendem manipular os campos de energia sutis que acreditam existir dentro e ao redor do corpo e, assim, afetar a saúde1. Com o avanço da ciência, contudo, a energia vital foi descartada como conceito. Nenhuma evidência científica corrobora a existência de uma tal energia vital. As terapias energéticas incluem acupuntura, magnetos, toque terapêutico e Qi4 gong externo. No Qi4 gong externo, os curandeiros usam a energia de seu próprio biocampo para trazer a energia do paciente ao estado de equilíbrio. Qi4 gong é utilizado na medicina chinesa tradicional.
Quais são os riscos da medicina alternativa?
De um modo geral, a maioria das técnicas têm um bom índice de segurança. Vários tratamentos, como, por exemplo, plantas não tóxicas, técnicas de corpo e mente, como meditação e ioga e práticas corporais como massagens, têm sido utilizados há milhares de anos, sem efeitos lesivos. Entretanto, há algumas considerações de segurança que devem ser tidas em conta.
O maior perigo talvez esteja no uso de uma abordagem alternativa para tratar doenças com risco de vida, que podem ser tratadas com eficácia de forma convencional, como, por exemplo uma meningite5, cetoacidose diabética6 ou leucemia7 aguda. Também deve-se tomar em conta a hepato e a nefrotoxicidade8 de algumas ervas. Deve-se observar se há a possibilidade de contaminação dos produtos utilizados por metais pesados, assim como as interações entre tratamentos da MA e outros suplementos alimentares ou drogas resultando em diminuição e atividade de outros medicamentos, particularmente quando têm um índice terapêutico estreito.
Cuidados devem ser tomados com qualquer manipulação física do corpo que possam causar contusão9 ou lesão10 de nervos ou de medula11. No entanto, as taxas de complicações da manipulação do corpo são muito baixas quando a quiropraxia ou a acupuntura são realizadas por indivíduos credenciados.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do National Cancer Institute, US National Library of Medicine e World Health Organization (WHO).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.