Gostou do artigo? Compartilhe!

Rouquidão: definição, causas, diagnóstico, tratamento e prevenção

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é rouquidão?

Rouquidão (ou disfonia1) é a mudança aguda (de curta duração) ou crônica (de longa duração) no tom da voz, em geral para um tom mais áspero, o que por vezes resulta em falta de clareza do som emitido. A rouquidão é dita funcional quando se deve a um uso excessivo ou inadequado da voz e orgânica quando se deve a alterações do aparelho fonador. Na verdade, o termo disfonia1, embora usado neste sentido, não é totalmente adequado, uma vez que disfonia1 faz referência a toda e qualquer dificuldade na emissão vocal e não somente à rouquidão.

Qual é a fisiopatologia2 da rouquidão?

A voz é produzida quando o ar expelido pelos pulmões3 passa pelas cordas vocais4, provocando a vibração delas. O tom da voz varia de acordo com fatores como sexo, idade, inervação, tônus muscular5, etc. O som que produz a voz é amplificado na faringe6, boca7 e nariz8 e articulado na cavidade oral9. As cordas vocais4 ficam localizadas na laringe10, tubo que comunica a traqueia11 com a cavidade oral9. Quando o ar que sai dos pulmões3 passa por elas, faz vibrar essas pregas, produzindo o som que se tornará a voz normal. A rouquidão é, então, consequência de um mau funcionamento da laringe10 e, na grande maioria das vezes, acontece por alterações das cordas vocais4, mas sua causa pode também se localizar nas estruturas próximas.

Quais são as causas da rouquidão?

A rouquidão pode ter diversas causas, algumas simples e outras graves. Entre elas contam-se o refluxo gastresofágico, alergias, viroses, inalação de substâncias irritantes, câncer12 da garganta13, tosse persistente, infecções14 das vias aéreas superiores, fumo e álcool em excesso, abuso da voz, aneurismas da aorta15, broncoscopia16, danos aos nervos ligados à voz, objeto estranho na traqueia11, hipotireoidismo17, nódulos nas cordas vocais4 e fraqueza dos músculos18 em torno da laringe10. Entre as causas comuns de rouquidão aguda, a mais frequente é a laringite19 aguda, acompanhada ou não de tosse. Fisiologicamente, pode haver uma rouquidão quando das mudanças de voz na puberdade.

Quais são os principais sinais20 e sintomas21 da rouquidão?

O principal sinal22 e sintoma23 da rouquidão é um tom mais áspero e mais baixo da voz, por vezes tornando-a quase inaudível. Frequentemente, ela é acompanhada de outros sintomas21 devidos à situação causal, como dores de garganta13, febres, etc. Em alguns casos, ela é a primeira e única manifestação de uma doença. Assim, a rouquidão pode ser um sintoma23 inicial de doenças simples, mas pode também indicar doenças graves, como o câncer12 da laringe10, por exemplo. Geralmente, a rouquidão é um problema transitório, mas se for de longa duração e continuar por semanas ou meses, deve ser vista como um sinal22 de alerta e ser cuidadosamente investigada.

Como o médico diagnostica a rouquidão?

O diagnóstico24 da rouquidão é clinicamente evidente, mas a determinação de suas causas exige exames específicos e uma observação direta das cordas vocais4 por meio do laringoscópio para identificar eventuais lesões25 que possam estar presentes. Um exame ainda mais minucioso pode ser feito através da nasofibrolaringoscopia. Em casos de moléstias graves, quanto mais precoce for feito o diagnóstico24, melhores serão as chances de cura.

Como o médico trata a rouquidão?

Nos casos de rouquidão funcional, o principal tratamento é a fonoterapia. O repouso da voz é sempre indicado. Nos casos de rouquidão orgânica, deve-se tratar a causa subjacente. Quase sempre ela será tratada com medicações, mas certos casos demandarão cirurgia.

Como prevenir a rouquidão?

Nas situações que podem causar rouquidão, ela pode ser evitada ou minimizada por algumas providências como evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, moderação no consumo de café, não praticar a automedicação26, beber bastante líquido, evitar ambientes poluídos e evitar excessos no uso da voz, como gritar ou alterar o padrão de voz.

ABCMED, 2015. Rouquidão: definição, causas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/753337/rouquidao-definicao-causas-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Disfonia: Alteração da produção normal de voz.
2 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
3 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
4 Cordas Vocais: Pregas da membrana mucosa localizadas ao longo de cada parede da laringe extendendo-se desde o ângulo entre as lâminas da cartilagem tireóide até o processo vocal cartilagem aritenóide.
5 Tônus muscular: Estado de tensão elástica (contração ligeira) que o músculo apresenta em repouso e que lhe permite iniciar a contração imediatamente depois de receber o impulso dos centros nervosos. Num estado de relaxamento completo (sem tônus), o músculo levaria mais tempo para iniciar a contração.
6 Faringe: Canal músculo-membranoso comum aos sistemas digestivo e respiratório. Comunica-se com a boca e com as fossas nasais. É dividida em três partes: faringe superior (nasofaringe ou rinofaringe), faringe bucal (orofaringe) e faringe inferior (hipofaringe, laringofaringe ou faringe esofagiana), sendo um órgão indispensável para a circulação do ar e dos alimentos.
7 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
8 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
9 Cavidade Oral: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
10 Laringe: É um órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua que permite a passagem de ar para a traquéia. Consiste em uma série de cartilagens, como a tiroide, a cricóide e a epiglote e três pares de cartilagens: aritnoide, corniculada e cuneiforme, todas elas revestidas de membrana mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
11 Traqueia: Conduto músculo-membranoso com cerca de 22 centímetros no homem e de 18 centímetros na mulher. Da traqueia distingue-se uma parte que faz continuação direta à laringe (porção cervical) e uma parte que está situada no tórax (porção torácica). Possui anéis cartilaginosos em número variável de 12 a 16, unidos entre si por tecido fibroso. Destina-se à passagem do ar. A traqueia é revestida com epitélio ciliar que auxilia a filtração do ar inalado.
12 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
13 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
14 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
15 Aorta: Principal artéria do organismo. Surge diretamente do ventrículo esquerdo e através de suas ramificações conduz o sangue a todos os órgãos do corpo.
16 Broncoscopia: Método de diagnóstico que permite observar através dos brônquios utilizando um dispositivo óptico (fibroendoscópio), obter biópsias e realizar culturas de secreções.
17 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
18 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
19 Laringite: Inflamação da mucosa que recobre a laringe. É muito freqüente durante os meses frios, e é produzida por uma infecção viral. Apresenta-se com dor, alterações da fonação (disfonia), tosse e febre.
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
23 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
24 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
25 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
26 Automedicação: Automedicação é a prática de tomar remédios sem a prescrição, orientação e supervisão médicas.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.