Laringoscopia: o que é? Como é realizada? Quem deve e quem não deve fazer?
O que é laringoscopia?
Laringoscopia é o exame da porção mais alta das vias aéreas (nariz1, laringe2 e faringe3) por meio de um aparelho endoscópico chamado laringoscópio. Há dois tipos de aparelhos para laringoscopia: um aparelho rígido, que normalmente é introduzido pela boca4, e um aparelho que consiste de um fino tubo flexível de fibras óticas, que é introduzido através do nariz1 (nasolaringoscopia), ambos portando em sua extremidade uma minicâmera que permite ao médico visualizar, por via direta ou através de um monitor de vídeo, o interior das vias aéreas superiores e gravar as imagens correspondentes, se desejar. No caso de visualização em vídeo, o exame recebe o nome de videolaringoscopia ou videonasolaringoscopia.
Como se realiza a laringoscopia?
O exame simples de laringoscopia não exige qualquer preparo prévio e permite ao paciente retornar às suas atividades logo após o procedimento. A laringoscopia pode ser feita em pacientes de qualquer idade, mas a laringoscopia feita pela boca4 geralmente precisa contar com alguma colaboração do paciente, o que só é possível a partir dos 12 ou 13 anos de idade. Em crianças menores o endoscópio flexível é mais aconselhável.
O exame de laringoscopia geralmente é feito em ambulatório e dura de 5 a 10 minutos. Normalmente, o paciente está assentado e apenas pede-se a ele que ponha língua5 para fora. A laringe2 e a faringe3 devem receber previamente uma anestesia6 tópica, geralmente sob a forma de spray, após o que o laringoscópio é introduzido pela boca4 ou por via nasal, conforme o caso, e direcionado às regiões que se deseja examinar. O exame não causa maiores incômodos que os decorrentes da introdução do aparelho, mas alguns pacientes podem reagir com espirros, tosse, náuseas7 e vômitos8. Outros podem ter uma maior reação ao exame necessitando, a critério médico, receber uma sedação9 venosa que os mantenha mais calmos e adormecidos, caso em que devem estar deitados em uma cama ou maca.

O endoscópio permite que seja feita uma biópsia10 de tecido11, para posterior exame em laboratório, nos casos em que ela for indicada. Quando isso ocorre, o procedimento é feito no bloco cirúrgico de um hospital.
Quem deve se submeter à laringoscopia?
A laringoscopia é uma importante ajuda no diagnóstico12 de lesões13 orgânicas ou funcionais da cavidade oral14, orofaringe15, hipofaringe16, laringe2 e, em especial, das cordas vocais17. Assim, deve se submeter ao exame quem apresente:
- Rouquidão ou disfonia18 por um longo período de tempo.
- Tosse crônica ou com sangue19.
- Dificuldade ou dor para engolir.
- Refluxo gastroesofágico20.
- Aftas frequentes.
- Sensação de globus faríngeo21 (sensação comum e desconfortável de um caroço na garganta22).
- Pacientes com antecedentes familiares de câncer23 de cabeça24 e pescoço25.
- Tabagistas crônicos, etc.
Além disso, a laringoscopia pode permitir que sejam realizados alguns tipos de intervenções terapêuticas, tais como retiradas de pólipos26 e nódulos, cauterização27 de lesões13 vasculares28, dilatações de estreitamentos, retiradas de corpos estranhos, etc. e permite o controle da evolução de algumas patologias e cirurgias.
Quem não deve se submeter à laringoscopia?
A laringoscopia é um exame que quase não tem contraindicações. Cabe ao médico avaliar cada caso específico, mas os pacientes que merecem maior atenção são aqueles portadores de cardiopatias graves, doenças pulmonares crônicas, com distúrbios neurológicos ou que sejam alérgicos aos medicamentos usados no exame, se for o caso.
E após a laringoscopia?
Quando se trata do exame simples, o paciente pode ser liberado em seguida, para retomar sua rotina diária. Quando recebe sedação9, ele deve aguardar pelo menos por trinta minutos para que o efeito da medicação se desfaça. Nesses casos, deve contar com um acompanhante, uma vez que não deve dirigir ou realizar tarefas complexas nas doze horas que se seguem à sedação9. Também há possibilidade, embora rara, da medicação da sedação9 causar agitação, amnésia29 prolongada ou sonolência excessiva. Nas horas que se seguem ao exame o paciente deve evitar tossir, espirrar ou assoar o nariz1. Pode ocorrer uma rouquidão após o exame, rapidamente passageira.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.