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Hipertensão pulmonar: o que devo saber sobre ela?

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O que é hipertensão1 pulmonar?

O sangue2 venoso, rico em gás carbônico, chega da periferia do corpo à metade direita do coração3, de onde é bombeado para os pulmões4, para que seja feita a troca desse gás pelo oxigênio. O sangue2 oxigenado então chega à metade esquerda do coração3 e daí é novamente bombeado para a periferia do corpo, completando a circulação5. Hipertensão1 pulmonar é o aumento da pressão na árvore vascular6 pulmonar, situada entre as metades direita e esquerda do coração3, devido a um conjunto de alterações que dificultam a passagem do sangue2 por ela. Normalmente, a pressão sanguínea nos vasos pulmonares é baixa quando comparada à pressão arterial7 sistêmica e quase metade do sangue2 de uma pessoa é mantida nos vasos pulmonares. Na hipertensão1 pulmonar, por alguma razão, o sangue2 não consegue fluir bem pelos pulmões4, aumentando a pressão que fazem nos vasos sanguíneos8, sobrecarregando a metade direita do coração3, que tem de fazer cada vez mais força para impulsioná-lo adiante.

Quais são as causas da hipertensão1 pulmonar?

Existem várias causas de hipertensão1 pulmonar, mas o elemento comum a todas elas é algum tipo de dificuldade de circulação5 do sangue2 pelos pulmões4, geralmente causada por algum tipo de estreitamento vascular6. Muitas situações clínicas podem fazer com que a pressão do sangue2 dentro dos pulmões4 esteja aumentada. Elas podem ser causadas por doenças autoimunes9, defeitos no coração3 já ao nascimento, embolia10 pulmonar, HIV11, insuficiência cardíaca congestiva12, doenças das válvulas cardíacas, fibrose13 pulmonar, apneia14 do sono, esquistossomose15 e anemia falciforme16, entre outras causas. Em algumas pessoas não se consegue identificar a causa da doença e, então, ela costuma ser chamada de hipertensão1 pulmonar primária e as outras de hipertensão1 pulmonar secundária.

Quais são os principais sinais17 e sintomas18 da hipertensão1 pulmonar?

Com o tempo, o lado direito do coração3, submetido a um trabalho maior que o comum, aumenta de tamanho e o fluxo de sangue2 que chega aos pulmões4 para ser oxigenado já não é suficiente às necessidades orgânicas. Surge uma insuficiência cardíaca19 envolvendo o lado direito do coração3, gerando uma condição denominada cor pulmonale.

Os principais sintomas18 da hipertensão1 pulmonar são: cansaço, que piora com o tempo, fraqueza, falta de ar, desmaios, inchaço20 dos tornozelos e pernas, lábios cianóticos21 (azulados), dor ou pressão no peito22, geralmente na frente do tórax23. Os sinais17 mais ostensivos são: sons anormais no coração3, sopro cardíaco24 do lado direito do coração3, veias25 do pescoço26 ingurgitadas (maiores que o normal), inchaço20 nas pernas, no fígado27 e no baço28. Pessoas com hipertensão1 pulmonar costumam relatar que seus sintomas18 são oscilantes e que têm dias bons e dias ruins.

hipertensao pulmonar

Como o médico diagnostica a hipertensão1 pulmonar?

Muitas vezes o diagnóstico29 da hipertensão1 pulmonar é feito no curso da investigação de sintomas18 como cansaço ou falta de ar inexplicável. O ecocardiograma30 ajuda muito no diagnóstico29 da hipertensão1 pulmonar, que também pode produzir alterações mais ou menos típicas na radiografia de tórax23, na tomografia computadorizada31 do tórax23, no eletrocardiograma32, nos testes de funcionamento dos pulmões4, na arteriografia pulmonar e nos exames de sangue2. Casos mais severos podem exigir um cateterismo33 da artéria pulmonar34.

Como o médico trata a hipertensão1 pulmonar?

Em geral, não há cura para a hipertensão1 pulmonar de longa duração, mas algumas vezes a sua causa pode ser removida como, por exemplo, na apneia obstrutiva do sono35, em certas condições pulmonares e nos distúrbios de válvulas cardíacas. O primeiro objetivo do tratamento é prevenir danos aos pulmões4. Algumas situações exigem anticoagulantes36, diuréticos37, vasodilatadores e medicamentos que ajudam o coração3 a trabalhar melhor. Em casos extremos, um transplante de pulmão38 pode ser necessário.

Como evolui a hipertensão1 pulmonar?

Nem todo aumento da pressão intrapulmonar significa uma doença grave e muitas vezes reverte-se espontaneamente.

A asma39 e outras doenças pulmonares podem causar sintomas18 semelhantes à hipertensão1 pulmonar e devem ser descartadas.

Em casos muito graves, pode haver necessidade de internação e de transplante pulmonar.

Como prevenir a hipertensão1 pulmonar?

Não há como prevenir a hipertensão1 pulmonar, mas há como minimizar seus efeitos:

 

  • Evite a gravidez40, as atividades pesadas e o levantamento de peso que fazem mais exigências ao coração3 e demandam mais oxigênio.
  • Não faça viagens para altitudes elevadas, onde o oxigênio na atmosfera é mais rarefeito.
  • Não fume ou se já fuma, pare de fumar.
ABCMED, 2014. Hipertensão pulmonar: o que devo saber sobre ela?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/525724/hipertensao-pulmonar-o-que-devo-saber-sobre-ela.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
2 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
3 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
4 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
5 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
6 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
7 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
8 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
9 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
10 Embolia: Impactação de uma substância sólida (trombo, colesterol, vegetação, inóculo bacteriano), líquida ou gasosa (embolia gasosa) em uma região do circuito arterial com a conseqüente obstrução do fluxo e isquemia.
11 HIV: Abreviatura em inglês do vírus da imunodeficiência humana. É o agente causador da AIDS.
12 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
13 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
14 Apnéia: É uma parada respiratória provocada pelo colabamento total das paredes da faringe que ocorre principalmente enquanto a pessoa está dormindo e roncando. No adulto, considera-se apnéia após 10 segundos de parada respiratória. Como a criança tem uma reserva menor, às vezes, depois de dois ou três segundos, o sangue já se empobrece de oxigênio.
15 Esquistossomose: Doença produzida no homem por vermes do gênero Schistosoma, especialmente S. mansoni, S. haematobium e S. japonicum. No Brasil, há apenas a espécie Schistossoma mansoni, que causa diarreia, hepatomegalia e esplenomegalia.
16 Anemia falciforme: Doença hereditária que causa a má formação das hemácias, que assumem forma semelhante a foices (de onde vem o nome da doença), com maior ou menor severidade de acordo com o caso, o que causa deficiência do transporte de gases nos indivíduos que possuem a doença. É comum na África, na Europa Mediterrânea, no Oriente Médio e em certas regiões da Índia.
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
19 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
20 Inchaço: Inchação, edema.
21 Cianóticos: Relativo à cianose, ou seja, à coloração azul violácea da pele e das mucosas devida à oxigenação insuficiente do sangue e ligada a várias causas (distúrbio de hematose, insuficiência cardíaca etc.).
22 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
23 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
24 Sopro cardíaco: Som produzido pela alteração na turbulência dos fluxos cardíacos, devido a anormalidades nas válvulas e divisões cardíacas. Também pode ser auscultado em pessoas normais sem doença prévia (sopro benigno ou inocente).
25 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
26 Pescoço:
27 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
28 Baço:
29 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
30 Ecocardiograma: Método diagnóstico não invasivo que permite visualizar a morfologia e o funcionamento cardíaco, através da emissão e captação de ultra-sons.
31 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
32 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
33 Cateterismo: Exame invasivo de artérias ou estruturas tubulares (uretra, ureteres, etc.), utilizando um dispositivo interno, capaz de injetar substâncias de contraste ou realizar procedimentos corretivos.
34 Artéria Pulmonar: Vaso curto e calibroso que se origina do cone arterial do ventrículo direito e transporta sangue venoso para os pulmões. DF
35 Apnéia obstrutiva do sono: Pausas na respiração durante o sono.
36 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
37 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
38 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
39 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
40 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.

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