Miocardite: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é miocardite1?
Miocardite1 é a inflamação2 do miocárdio3, a camada muscular do coração4, a qual pode perder sua força contrátil natural e prejudicar a ação de bombeamento de sangue5 para o resto do corpo. Como resultado de certa estase6 sanguínea podem se formar coágulos no coração4, conduzindo potencialmente a um acidente vascular cerebral7 ou a um ataque cardíaco.
Quais são as principais causas da miocardite1?
A miocardite1 acontece em pessoas de qualquer idade, com mais frequência em homens do que em mulheres. Muitas vezes não se encontra uma causa determinante, mas geralmente é uma complicação de doença infecciosa, quase sempre causada por vírus8. Outras causas menos comuns de miocardites são infecção9 pelo HIV10, difteria11, doença de Chagas12, doença de Lyme (transmitida por picadas de carrapatos), timoma (crescimento anormal do timo13), lúpus14 eritematoso15 sistêmico16 ou tireotóxicos. Causas ainda mais raras podem ser efeito colateral17 de medicamentos, agentes prejudiciais como álcool, radiação, substâncias químicas como hidrocarboneto e arsênico, por exemplo.
Quais são os principais sinais18 e sintomas19 da miocardite1?
Os quadros leves de miocardite1 podem não produzir sintomas19 ou eles são confundidos com os sintomas19 gerais de uma infecção9 viral. Uma pessoa acometida pode nunca perceber que o coração4 está afetado e pode recuperar-se sem saber que teve uma miocardite1. Mas quando há sinais18 e sintomas19, os principais deles dependerão da causa da enfermidade. Os sinais18 e sintomas19 mais comuns são:
- Dores no peito20.
- Arritmias21 (batidas rápidas ou anormais do coração4).
- Dificuldades de respiração, principalmente durante atividade física.
- Inchaço22 das pernas devido à retenção de fluidos.
- Aumento de tamanho do fígado23.
- Edema24 periférico.
- Fadiga25 excessiva.
A insuficiência cardíaca26, quando há, pode ser direita e/ou esquerda, na dependência da região acometida do miocárdio3. Em alguns casos graves pode ocorrer choque27 cardiogênico e/ou edema pulmonar28 agudo29. Eventualmente pode ocorrer uma perda súbita da consciência, associada a ritmos irregulares do coração4 e outros sintomas19 próprios de uma infecção9 viral, como cefaleia30, dores no corpo e nas articulações31, febre32, dores de garganta33 e diarreia34. A miocardite1 pode causar pericardite35 ou as duas condições podem existir conjuntamente (perimiocardite). A pericardite35 pode causar dores agudas no peito20.
Como o médico diagnostica a miocardite1?
Além da história clínica e dos sintomas19, o diagnóstico36 e a determinação da severidade da miocardite1 podem valer-se de alguns exames complementares: eletrocardiograma37, radiografia do tórax38, ecocardiograma39, a ressonância magnética40, exames de sangue5 (pesquisa de enzimas cardíacas) e, eventualmente, cateterismo41 cardíaco. A ausculta42 cardíaca atenta identificará os sons anormais característicos. A cintilografia43 cardíaca com marcadores radioativos é um bom exame para esclarecer a existência e a extensão de uma miocardite1. Embora seja o melhor exame para firmar o diagnóstico36, a biópsia44 do músculo cardíaco45 só deve ser usada em situações extremas, por apresentar alguns riscos importantes.
Como o médico trata a miocardite1?
O tratamento da miocardite1 dependerá de sua causa subjacente, quando essa puder ser determinada, a qual deve, sempre, ser tratada. As miocardites por vírus8 nem sempre contam com uma terapia específica, mas deve-se instituir um tratamento para aliviar a dor e os demais sintomas19, além de ser recomendado o repouso e em alguns casos poderão ser prescritos antivirais e diuréticos46. Se a infecção9 for bacteriana, o médico prescreverá antibióticos. Os casos autoimunes47 parecem responder aos corticosteroides ou a outros medicamentos para suprimir o sistema imune48, embora não exista consenso a respeito. Podem ser dados, ainda, medicamentos para fortalecer o bombeamento de sangue5 e para reduzir eventuais arritmias21 cardíacas. Medidas de ordem geral são a diminuição de sal nas refeições e a diminuição da ingestão de líquidos.
Como evolui a miocardite1?
Quase sempre a recuperação é completa, sem sequelas49. Alguns casos severos, no entanto, podem exigir uma intervenção médica agressiva, como medicações intravenosas, colocação de uma bomba na artéria50 aorta51, uso temporário de um coração4 artificial ou até mesmo um transplante de coração4.
Geralmente, mesmo nas pessoas com outras enfermidades concomitantes, o coração4 melhora espontaneamente, mas alguns casos podem deixar como sequelas49 um dano irreversível no músculo cardíaco45 que requererá medicamentos compensatórios pelo resto da vida.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.