Características clínicas da Fibromatose colli
O que é fibromatose?
O termo fibromatose refere-se a um crescimento da derme1 e do tecido conjuntivo2 subcutâneo3, gerando tumores benignos de tecidos moles (fibromas) em diferentes partes do corpo, que têm certas características em comum, incluindo fibroblastos4 bem diferenciados, um padrão de crescimento infiltrante, comportamento clínico agressivo e recorrência5 frequente.
Existe uma superproliferação de tecidos fibroblásticos que lembram aquele tecido6 que constitui as cicatrizes7. Os tumores da fibromatose não dão metástases8, mas podem se infiltrar em estruturas adjacentes e/ou comprimir vasos sanguíneos9, nervos, ureteres10 e outros órgãos ocos do abdômen.
Este tumor11 é mais comum em pacientes entre 15 e 60 anos e tem uma pequena predominância no sexo feminino. Os locais mais comuns de aparecimento são coxa12, braço, pés e região abdominal.
O que é fibromatose colli?
A fibromatose colli, também conhecida como tumor11 do esternocleidomastoideo13 da infância, ou pseudotumor da infância, é uma condição benigna rara que afeta o músculo esternocleidomastoideo13 em bebês14, que se apresenta como uma massa cervical (em latim, colli = pescoço15), frequentemente associada a torcicolo16 congênito17. O termo “tumor” se refere, aqui, apenas a uma fibrose18 congênita19, e nada tem a ver com uma doença cancerosa.
Geralmente se apresenta como uma massa firme e indolor no músculo, com medidas variando entre 1 e 3 centímetros, que muitas vezes é notada logo após o nascimento ou nos primeiros meses de vida. Embora a fibromatose colli seja benigna e autolimitante, outras condições mais graves podem apresentar sinais20 e sintomas21 semelhantes, motivo pelo qual é importante que seja feita uma avaliação adequada por um profissional de saúde22.
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Quais são as causas da fibromatose colli?
As causas exatas da fibromatose colli não são completamente compreendidas, mas algumas teorias sugerem que ela pode ser resultado de um trauma durante o parto, onde a pressão sobre o músculo esternocleidomastoideo13 pode causar inflamação26 e/ou lesões27, levando à formação do nódulo28.
Outras teorias incluem fatores genéticos, já que a condição pode ocorrer em famílias. Também fatores hormonais podem desempenhar um papel importante.
Qual é o substrato fisiopatológico da fibromatose em geral?
A fisiopatologia29 da fibrose18 é complexa e pode variar dependendo da causa subjacente e do órgão afetado. No entanto, alguns dos mecanismos básicos envolvidos incluem, muitas vezes, uma resposta inflamatória persistente em um determinado tecido6 ou órgão, produzindo componentes da matriz extracelular, como colágeno30, fibras elásticas31 e proteoglicanos. Em condições normais, a síntese e a degradação da matriz extracelular são cuidadosamente equilibradas. No entanto, durante a fibrose18, esse equilíbrio é perturbado, resultando em uma produção aumentada de componentes da matriz e/ou uma diminuição na sua degradação.
Observa-se uma ativação de vias de sinalização pró-fibróticas, incluindo a via do fator de crescimento transformador beta (TGF-β), vias de sinalização de citocinas32 pró-inflamatórias e vias de sinalização associadas a danos teciduais, como a via do receptor de angiotensina II.
Durante a fibrose18, pode ocorrer também uma angiogênese33 anormal, resultando em uma vascularização excessiva do tecido6 fibroso. Isso pode contribuir para a manutenção da inflamação26 e do processo fibrótico. As células34 do sistema imunológico35, como macrófagos36 e linfócitos, também desempenham um papel na fisiopatologia29 da fibrose18, contribuindo para a produção de citocinas32 pró-inflamatórias e pró-fibróticas.
Esses processos interagem de maneira integrada e complexa e podem levar à progressão da fibrose18, resultando em disfunção tecidual, perda da função do órgão afetado e, em alguns casos, comprometimento grave da saúde22.
Quais são as características clínicas da fibromatose colli?
Essa doença tem uma incidência37 de 0,4% em bebês14. Em 75% dos casos é unilateral, afetando com mais frequência o lado direito, e tem frequências significativamente mais altas em pacientes do sexo masculino do que no feminino. Histórico de parto complicado e com traumas ao nascimento estão associados em mais de 50% dos casos.
Muitas vezes, a fibromatose colli é assintomática e inaparente, sendo descoberta durante um exame físico de rotina, mas algumas manifestações clínicas associadas a essa condição podem ser:
- massa palpável firme e móvel em relação aos tecidos circundantes, geralmente encontrada no terço médio do músculo esternocleidomastoideo13;
- assimetria visível do pescoço15, especialmente quando a criança está virando a cabeça38 para o lado oposto ao da lesão39;
- limitação nos movimentos do pescoço15, especialmente quando a cabeça38 é virada para o lado afetado.
Como o médico diagnostica a fibromatose colli?
A fibromatose colli pode ser diagnosticada com precisão utilizando a ultrassonografia40, que elimina as suspeitas de um edema41 facial. O diagnóstico42 correto por ultrassonografia40 pode evitar investigações e intervenções médicas inadequadas, as quais podem, inclusive, ser prejudiciais.
Embora a fibromatose colli seja geralmente benigna, é essencial que qualquer massa no pescoço15 seja avaliada por um profissional de saúde22 para excluir outras condições mais graves e estabelecer o diagnóstico42 correto.
Como o médico trata a fibromatose colli?
A maioria dos casos de fibromatose colli se resolve espontaneamente dentro do primeiro ano de vida, sem qualquer intervenção. No entanto, em alguns casos, terapia física ou exercícios de alongamento podem ser recomendados para ajudar a melhorar a amplitude de movimento e prevenir quaisquer efeitos duradouros na posição da cabeça38 ou na mobilidade do pescoço15.
Como evolui a fibromatose colli?
A evolução da fibromatose colli é benigna e autolimitada. Em muitos casos, o nódulo28 desaparece por conta própria ao longo do tempo, dentro de alguns meses a alguns anos, à medida que a criança cresce e o músculo se desenvolve.
Quais são as complicações possíveis com a fibromatose colli?
As complicações associadas à fibromatose colli são muito raras, mas em alguns casos esparsos podem ocorrer complicações não graves. Existe o risco de infecção43 secundária se houver ruptura da pele44 sobre a massa ou se ocorrer manipulação inadequada. Em alguns poucos casos, uma fibromatose colli grande pode limitar a amplitude de movimento do pescoço15 do bebê, embora isso seja temporário. Em outros casos, também muito raros, se a fibromatose colli não diminuir de tamanho ou não desaparecer completamente, pode resultar em uma deformidade estética visível no pescoço15 do bebê.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Biblioteca Virtual em Saúde e da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.