Seroma - definição, causas, características clínicas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações
O que é seroma?
Um seroma é uma complicação comum que ocorre após uma lesão1 ou, mais comumente, após uma cirurgia. É um acúmulo de fluido claro ou levemente turvo que se deposita em uma cavidade ou área do corpo, ou entre camadas de tecido2 separadas durante uma cirurgia ou trauma, onde o tecido2 foi danificado. Por vezes, trata-se de um acúmulo de líquido entre dois tecidos que foram descolados um do outro durante o evento em causa.
O seroma consiste em fluido linfático3 ou plasma sanguíneo4 que extravasa dos vasos sanguíneos5 ou linfáticos danificados.
Quais são as causas do seroma?
Quando o organismo é lesado, intencionalmente ou não, o corpo reage com mecanismos de defesa e de recuperação dos tecidos. Nesse sentido, os vasos que carregam o sangue6 e a linfa7 e que normalmente seguram esses líquidos em seu interior se tornam temporariamente permeáveis e permitem a passagem de líquido para o exterior, formando o seroma.
Esta é, na verdade, uma manifestação de um processo inflamatório do organismo e faz parte das reações para recuperar o tecido2 lesado. Por isso, ele é comum nas primeiras semanas de pós-operatório.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver seroma, como a extensão da cirurgia, a presença de infecção8, trauma nos tecidos, obesidade9 e distúrbios linfáticos preexistentes.
Qual é o substrato fisiopatológico do seroma?
A fisiopatologia10 do seroma envolve vários fatores:
- Durante uma cirurgia ou lesão1, ocorre dano aos tecidos, levando a uma resposta inflamatória natural do corpo. Essa resposta causa um aumento na permeabilidade11 dos vasos sanguíneos5, permitindo a liberação de fluido para o espaço entre os tecidos.
- Após a cirurgia ou trauma, o sistema linfático12 pode ser comprometido, resultando na diminuição da capacidade de drenagem13 do excesso de fluidos. Isso pode acontecer devido à remoção dos gânglios linfáticos14 durante a cirurgia ou à lesão1 direta no sistema linfático12.
- O seroma é absorvido pelo corpo ao longo do tempo, à medida que o sistema linfático12 se recupera e retoma sua capacidade de drenagem13. Mas, por vezes, essa reabsorção pode não ser suficiente. Por isso, em certos casos, pode ser necessária a drenagem13 do fluido por meio de procedimentos médicos, como aspiração com uma seringa15 ou colocação de drenos.
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Quais são as características clínicas do seroma?
O seroma é uma decorrência (complicação?) cirúrgica muito comum. Ele não é sinal18 de infecção8, mas pode causar desconforto na área afetada. Costuma surgir nas primeiras 2 semanas do pós-operatório e pode durar entre 2 a 3 semanas até ser reabsorvido. No entanto, esse tempo varia de acordo com a quantidade de líquido acumulado, o tipo de tecidos afetados e as possíveis complicações. Em casos mais graves, o seroma pode demorar vários meses para ser corrigido, especialmente se forem necessárias cirurgias corretivas.
Ele pode ser identificado a partir dos seguintes sinais19 e sintomas20
- saída de líquido pelas rupturas da pele21;
- inchaço22 local;
- flutuação no local da cicatriz23;
- dor na região da cicatriz23;
- pele21 avermelhada;
- e aumento da temperatura ao redor da cicatriz23.
O líquido que emerge da cicatriz23 é claro e transparente, mas pode ter coloração avermelhada ou marrom caso esteja misturado com sangue6, o que é mais comum logo após a cirurgia.
Como o médico diagnostica a presença de seroma?
O diagnóstico24 de seroma é feito com base na avaliação clínica. O sinal18 cardinal do seroma é o extravasamento de líquido. O médico examinará a área cirúrgica, procurando por sinais19 visíveis de inchaço22, sensação de fluidez sob a pele21 e/ou a presença de uma protuberância ou coleção de líquido. Ele pode realizar uma palpação25 suave da área afetada para identificar a presença de uma bolsa de líquido.
O paciente poderá relatar inchaço22, dor, sensibilidade ou uma sensação de pressão na área operada. Em alguns casos, o médico pode optar por realizar exames adicionais, como ultrassonografia26, tomografia computadorizada27 ou ressonância magnética28, por exemplo, para confirmar a presença do seroma e avaliar sua extensão.
Como o médico trata o seroma?
Em muitos casos, o próprio corpo reabsorve o fluido ao longo do tempo. No entanto, em situações em que o seroma causa desconforto significativo ou não desaparece naturalmente, pode ser necessário drenar o líquido para aliviar os sintomas20 e colocar um pequeno tubo para drenar a secreção.
O tratamento do seroma envolve a prevenção, quando possível, durante a cirurgia, garantindo uma técnica cirúrgica cuidadosa para minimizar lesões29 nos tecidos e preservar a integridade do sistema linfático12.
Além disso, pode-se usar compressão, drenagem13 e, em alguns casos, a aspiração para aliviar o acúmulo de fluido e promover a cicatrização mais facilmente.
O tratamento curativo para o seroma envolve a drenagem13 do fluido acumulado por meio de aspiração com uma agulha e/ou colocação de drenos. Em casos mais graves, pode ser necessária a remoção cirúrgica do seroma. Se houver sinais19 de infecção8, como vermelhidão, inchaço22, calor ou febre30, o tratamento deverá incluir antibióticos.
Quais são as complicações possíveis com a presença do seroma?
O seroma em si já pode ser considerado uma complicação pós-operatória. Enquanto na maioria dos casos ele se resolve sozinho e não causa problemas, em alguns casos podem surgir complicações secundárias, tais como infecções31, dor, inchaço22, desconforto, retardo na cicatrização e aumento do tempo necessário para a recuperação completa da cirurgia.
Em casos raros, se o seroma não for tratado, pode exercer pressão sobre os tecidos circundantes, o que pode resultar em danos aos tecidos ou nervos próximos. Em alguns casos, mesmo após a drenagem13 ou tratamento adequado, o seroma pode reaparecer, exigindo intervenções adicionais.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.