Circulação linfática - como ela acontece no seu corpo?
O que é a linfa1?
A linfa1 é um fluido transparente, produzido quando o sangue2 atravessa os capilares3 sanguíneos e vaza para o espaço intercelular4 dos tecidos do corpo. Os poros desses capilares3 permitem a passagem do plasma sanguíneo5 contendo oxigênio, proteínas6, glicose7 e glóbulos brancos, mas não deixam passar os glóbulos vermelhos. Por isso, a linfa1 é incolor e não de um vermelho rutilante como o sangue2.
A circulação8 da linfa1 é responsável pela eliminação de impurezas que as células9 produzem durante seu metabolismo10 e, assim, faz parte do sistema de defesa do organismo. Embora possa não parecer, a linfa1 é mais abundante no corpo humano11 do que o sangue2.
Leia sobre "Filariose ou elefantíase" e "Ínguas ou linfadenopatias".
O que é circulação linfática12?
A circulação linfática12 é o caminho que a linfa1 percorre desde a sua constituição até seu retorno à circulação8 sanguínea. A linfa1 é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada pelos vários gânglios linfáticos13 (também conhecidos como linfonodos14 ou nódulos linfáticos) que existem ao longo da cadeia linfática, após o que é lançada de volta no sangue2, desembocando nas grandes veias15 torácicas.
Para que esse circuito se realize, o líquido que sai dos capilares3 sanguíneos e se dispersa pelo espaço intercelular4 é recolhido pelos capilares3 linfáticos e daí passam para os vasos linfáticos cada vez mais grossos, os quais convergem para dutos que se esvaziam nas veias15 subclávias.
Como se processa a circulação linfática12?
Os capilares3 linfáticos são dotados de alta permeabilidade16, permitindo que sejam captadas proteínas6, cristaloides e água. O sistema circulatório17 linfático18 carreia o material coletado e o faz circular até seu retorno à corrente sanguínea. Contudo, esse sistema circulatório17 não possui uma bomba central, como o coração19 e, portanto, a circulação8 da linfa1 depende da ação de agentes intrínsecos e extrínsecos.
A linfa1 move-se lentamente e sob baixa pressão: ao longo de 24 horas apenas cerca de 3 litros dela entram no sistema circulatório17 linfático18. No interior dos ductos linfáticos, a linfa1 é impulsionada adiante pela ação de estruturas anatômicas adjacentes ou de forças externas, sobretudo contrações musculares, pulsações das artérias20, gravidade, movimentos passivos, massagem, peristaltismo21 visceral e movimentos respiratórios.
A circulação linfática12, que se dá por vasos próprios, começa e termina na circulação8 sanguínea. Ao longo dos vasos linfáticos há válvulas unidirecionais e inúmeros gânglios linfáticos13, conglomerados de células9 nos quais se concentram sobretudo os linfócitos de defesa.
Quais são as funções da circulação linfática12?
Pode-se considerar que o sistema linfático22 cumpre três funções interdependentes:
- Remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais.
- Absorção dos ácidos graxos e subsequente transporte da gordura23 para o sistema circulatório17.
- Produção de células9 de defesa imunes, como linfócitos, monócitos24 e plasmócitos.
Se o sistema linfático22 não cumpre adequadamente a função de drenar o excesso de líquido intercelular ou se seus vasos estão obstruídos, um dos resultados é o edema25 da região por eles drenada. A linfa1 e a circulação linfática12, juntamente com os demais órgãos linfáticos, são responsáveis pela eliminação de impurezas que as células9 produzem durante seu metabolismo10 e, assim, fazem parte do sistema de defesa orgânica. Os gânglios linfáticos13, além de outros órgãos do sistema imunológico26, como as amígdalas27 e o baço28, por exemplo, produzem linfócitos, células9 de defesa que penetram na circulação8 principalmente através dos vasos linfáticos.
Quais são as consequências da obstrução da circulação linfática12?
Os vasos linfáticos periféricos são de muito pequeno calibre e podem, com relativa facilidade, serem obstruídos por uma série de razões. Quando isso ocorre, a consequência mais chamativa é um edema25 duro e frio da região drenada por eles, chamado linfedema. Isso ocorre mais frequentemente nos membros inferiores ou superiores, mas pode acontecer em outras partes do corpo.
A pessoa pode nascer com obstrução linfática (linfedema primário) ou adquiri-la secundariamente. A mastectomia29 [retirada da(s) mama30(s)] é uma causa comum de obstrução linfática dos membros superiores porque durante a maioria das cirurgias realizadas para a remoção do câncer31 de mama30, os cirurgiões também retiram tecido32 linfático18 das axilas, por onde passam os líquidos que drenam do braço. Se os linfonodos14 dessa área forem removidos, poderá haver obstrução linfática e inchaço33 no braço.
Outras causas de obstrução da circulação linfática12 podem ser infecções34 por parasitas (filariose, por exemplo), traumas, tumores, radiações, cirurgia, infecções34 da pele35 como a celulite36, etc. Em qualquer caso, a obstrução linfática é uma doença crônica na maioria das pessoas e é provável que demande necessário tratamento do inchaço33 por toda a vida.
Veja mais sobre "Massagem", "Edema25 ou inchaço33", "Linfedema ou elefantíase", "Celulite36" e "Drenagem37 linfática".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.