Banda amniótica e Síndrome da Banda Amniótica
O que é banda amniótica?
A condição chamada banda amniótica refere-se às situações que ocorrem quando faixas de âmnio (o revestimento interno do saco amniótico ou "bolsa de água") se desprendem do saco amniótico e passam a flutuar no líquido amniótico1 junto com o feto2. Essas faixas podem dar origem à “Síndrome da Banda Amniótica”, um termo amplo que engloba um grupo de anormalidades congênitas3 que ocorrem quando faixas flutuantes do âmnio prendem ou envolvem partes do corpo do bebê (braços, pernas e dedos, dentre outras), interrompendo seu desenvolvimento normal. É uma condição rara, cuja taxa de incidência4 varia de 1:875 a 1:15000.
Quais são as causas da banda amniótica?
Ainda não se sabe com certeza o que causa a banda amniótica, mas que a sua ocorrência parece esporádica, não havendo um componente genético associado à sua incidência4. Existem várias teorias a respeito; a mais aceita postula que haja uma ruptura do âmnio no início da gestação e que as bandas (faixas) fibrosas do âmnio, que resultam dessa ruptura, podem envolver e comprimir os membros, de forma semelhante a torniquetes.
Isso também pode ocorrer numa gravidez5 como resultado de uma amniocentese6, trauma abdominal ou cirurgia fetal, especialmente quando ocorrem no primeiro trimestre de gestação. Quando a banda amniótica ocorre mais tarde na gravidez5 e o bebê já se encontra mais formado, muitas vezes não tem efeitos sobre ele.
Outras possíveis causas de bandas amnióticas são a exposição a drogas teratogênicas, amnionite infecciosa (inflamação7 do âmnio) e diminuição excessiva do líquido amniótico1 nas primeiras semanas de gestação.
Saiba mais sobre "Rompimento da bolsa das águas", "Líquido amniótico1", "Amniocentese6" e "Pré-natal".
Quais são as principais características clínicas da banda amniótica?
A banda amniótica acomete igualmente bebês8 do sexo feminino e masculino e pode causar uma ampla e variada gama de distúrbios. A faixa desprendida pode envolver uma parte do corpo e impedir que ela se forme completamente, embora ainda possa estar funcionante. Os defeitos do membro referem-se à amputação9 ou malformação10 de parte ou de todo um membro.
Pode também haver defeito no membro, deformidade amniótica, aderências, mutilações e malformação10 amniótica. Essas deformidades podem ser fatais. Ao que parece, elas ocorrem principalmente no início da gravidez5 e alteram o desenvolvimento de vários sistemas do corpo.
Como o médico diagnostica a banda amniótica?
A detecção precoce das bandas amnióticas por ultrassonografia11 ocorre por volta da 12ª semana de gestação. As bandas em si são difíceis de se ver ao ultrassom e o diagnóstico12 geralmente é feito ao detectar-se defeitos congênitos13 causados por elas. Assim, o médico pode suspeitar da Síndrome14 da Banda Amniótica, mesmo que ele não consiga visualizar as bandas.
Leia sobre "Ultrassonografia11 na gravidez5" e "Malformações15 fetais".
Como o médico trata os bebês8 vítimas da banda amniótica?
Um exame físico completo após o nascimento deve avaliar a natureza e a gravidade dos problemas causados pela Síndrome14 da Banda Amniótica. A maioria dos bebês8 afetados requer tratamento imediato após o parto. Muitos têm defeitos menores de um ou mais membros, que não terão impacto na sobrevida16.
O diagnóstico12 da Síndrome14 da Banda Amniótica pode ser feito ainda no útero17, mas raramente algumas crianças são candidatas a uma cirurgia fetal. Normalmente, os médicos só realizam cirurgias fetais em casos raros, quando as bandas estão comprimindo o cordão umbilical18 e ameaçando interromper a circulação19 do bebê. Outras vezes, a cirurgia fetal tem sido usada para salvar um membro que as bandas estão ameaçando amputar.
O uso deste procedimento para um problema que não ameaça a vida é controverso, devido ao potencial de complicações graves para a mãe e para o bebê. Além disso, há uma chance de os resultados não serem tão bons quanto o esperado.
Como evolui em geral a banda amniótica?
O prognóstico20 a longo prazo depende da gravidade dos problemas causados pela Síndrome14 da Banda Amniótica. Há um excelente resultado a longo prazo para bebês8 com apenas os membros afetados, mesmo no caso de amputação9. Os recentes avanços na cirurgia pediátrica proporcionam bons resultados e prognóstico20 para distúrbios craniofaciais, como fissuras21 labiopalatinas, por exemplo.
No entanto, alguns bebês8 podem permanecer desfigurados apesar desses avanços. Defeitos da parede abdominal22 geralmente apresentam excelentes resultados, mas nos casos em que outros órgãos internos são expostos, o prognóstico20 é mais reservado.
Veja também sobre "Descolamento prematuro de placenta", "Prolapso23 do cordão umbilical18" e "Prematuridade".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte do site do Children’s Hospital of Wisconsin e, em parte, do site da Revista de Pediatria da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.