Como a poluição do ar afeta a saúde?
Como a poluição do ar afeta a saúde1?
Resumidamente, a Organização Mundial de Saúde1 (OMS) se expressa sobre o assunto nos seguintes termos:
“O ar que respiramos está cada vez mais perigosamente poluído: nove em cada dez pessoas respiram ar poluído, que mata 7 milhões de pessoas todos os anos. Os efeitos da poluição do ar para a saúde1 são sérios. Esses efeitos são equivalentes ao do tabaco e muito maior do que, por exemplo, os efeitos de comer muito sal. É difícil de escapar da poluição do ar, não importa quão rica seja a área em que a pessoa vive. A poluição está ao nosso redor e poluentes microscópicos2 no ar podem passar pelas defesas do nosso corpo, penetrando em nosso sistema respiratório3 e circulatório, danificando nossos pulmões4, coração5 e cérebro6. A poluição do ar está intimamente ligada à mudança climática e o principal propulsor da mudança climática é a combustão de combustíveis fósseis. A falta de poluição visível não é indicação de ar saudável. Em todo o mundo, tanto as cidades quanto as aldeias estão expostas a poluentes tóxicos no ar que excedem os valores médios recomendados pela OMS”.
Quais partículas poluem o ar?
As principais partículas que poluem o ar são:
- Carbono Negro: o carbono negro vem da queima de combustível (especialmente diesel, madeira, carvão e outros). As pessoas com maior exposição ao carbono negro por um longo período correm maior risco de ataques cardíacos e derrames cerebrais. Além disso, o carbono negro está associado à hipertensão arterial7, asma8, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), bronquite e uma variedade de tipos de câncer9.
- Óxidos de nitrogênio: o óxido de nitrogênio e o dióxido de nitrogênio são produzidos principalmente pelo setor de transportes. Por isso, é encontrado em altas concentrações ao redor das estradas e pode resultar em desenvolvimento e exacerbações de asma8 e bronquite, bem como levar a um maior risco de doença cardíaca.
- Ozônio: o ozônio no alto da atmosfera pode nos proteger da radiação ultravioleta. Mas o ozônio no nível do solo é um irritante respiratório bem estabelecido. O ozônio é formado na atmosfera através de reações de compostos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio, ambos formados como resultado da combustão de combustíveis fósseis. A exposição a curto prazo ao ozônio pode causar dor no peito10, tosse e irritação na garganta11, enquanto a exposição a longo prazo pode levar à diminuição da função pulmonar e causar doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Além disso, a exposição ao ozônio pode agravar doenças pulmonares existentes.
- Dióxido de enxofre: o dióxido de enxofre é emitido no ar pela queima de combustíveis fósseis que contêm enxofre. Causa irritação nos olhos12, piora a asma8, aumenta a suscetibilidade a infecções13 respiratórias e afeta o sistema cardiovascular14. Quando o dióxido de enxofre combina com água, forma ácido sulfúrico, que é o principal componente da chuva ácida, um conhecido contribuinte para o desmatamento.
Saiba mais sobre "Hipertensão arterial7", "Asma8", "Doença pulmonar obstrutiva crônica", "Bronquite" e "Tosse".
Quais são as doenças causadas pela poluição do ar?
A poluição do ar proveniente do tráfego de veículos e da indústria está levando à morte prematura mais pessoas que a malária e a AIDS combinadas. Poluentes provenientes da queima de combustíveis fósseis têm sido associados ao pequeno crescimento dos pulmões4 em crianças, asma8, doenças cardíacas e o aparecimento de diabetes15 mellitus tipo 2.
A exposição de mulheres grávidas à poluição do ar também pode afetar o crescimento do cérebro6 do feto16. Mesmo a exposição a curto prazo à poluição pode agravar doenças pulmonares, aumentar a suscetibilidade a infecções13 respiratórias e causar ataques cardíacos em pessoas com doença cardíaca.
As pessoas que permanecem saudáveis também podem sofrer impactos do ar poluído, incluindo irritação e/ou dificuldades respiratórias durante o exercício ou atividades ao ar livre, tosse, aperto no peito10 e falta de ar. O risco real de efeitos adversos depende do estado de saúde1 atual da pessoa, do tipo e concentração de poluentes e da duração da exposição ao ar poluído. A exposição a longo prazo ao ar poluído pode ter efeitos permanentes sobre as condições de vida das pessoas, tais como: envelhecimento acelerado dos pulmões4, diminuição da função pulmonar e vida útil encurtada.
As pessoas mais suscetíveis a problemas graves de saúde1 causados pela poluição do ar são indivíduos com doença cardíaca, indivíduos com doenças pulmonares, grávidas, trabalhadores ao ar livre, idosos, crianças com menos de 14 anos e atletas que se exercitam vigorosamente ao ar livre.
O que se pode fazer para diminuir os efeitos da poluição?
Num nível global, a OMS tem promovido conferências envolvendo diferentes países destinadas a discutir como combater a poluição do ar e seus efeitos. Essas conferências ajudam os países a prevenir a morbidade17 e a mortalidade18 prematura advindas da poluição. Também aconselham sobre atividades de monitoramento e modelagem para melhorar a qualidade das avaliações do ar.
No nível individual, a exposição à poluição do ar livre pode ser reduzida verificando-se o Índice de Qualidade do Ar, evitando o tráfego pesado, quando possível, e evitando o fumo passivo do tabaco. Em muitas cidades onde a poluição é muito alta, o uso de máscaras pode reter algumas partículas poluentes.
A poluição do ar interior das residências pode ser reduzida certificando-se de que o local é bem ventilado e limpo, para evitar o acúmulo de agentes como poeira e/ou mofo. Ao mesmo tempo, deve-se remover quaisquer poluentes e/ou irritantes conhecidos, como aerossóis, suprimentos de limpeza rigorosos, etc. As pessoas que trabalham com gases ou poeiras tóxicas ou poluentes devem usar máscaras protetoras adequadas.
Leia sobre "Diabetes mellitus19", "Oxigenioterapia", "Fumo passivo" e "Parar de fumar".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.