Reumatismo: é mesmo uma doença ou trata-se de um sintoma?
O que é “reumatismo”?
O termo “reumatismo” ou “doença reumática” é usado na linguagem coloquial para referir-se a uma vasta gama de sintomas1 deformantes e dolorosos que acometem os músculos2, ossos e tecidos conectivos, principalmente nas articulações3. Há mais de 100 doenças classificadas como reumatismo4 ou doenças reumáticas. Não há, pois, no contexto da Medicina, uma doença única chamada “reumatismo”, como em geral se faz supor. O termo “reumatismo” foi banido há muito tempo da maioria dos dicionários médicos, mas ainda é usado informalmente. Por outro lado, mesmo vulgarmente, o conceito de “reumatismo” é tão abrangente que a menção ao termo quase não se permite saber do que se trata. Em geral, o termo é aplicado para referir-se às artrites, mas entre as doenças incluídas neste rol estão, entre outras, a espondilite anquilosante, bursites e tendinites dos ombros, punhos, joelhos, etc., capsulites, osteoartrites, artrite reumatoide5, polimiosite, dermatomiosite.
Quais são os tipos de “reumatismos” existentes?
Há duas formas de “reumatismo”:
- “Reumatismo” articular: afeta as articulações3 e comumente inclui a artrite reumatoide5, o lúpus6, a gota7, a espondilite, etc.
- “Reumatismo” não-articular: afeta os tecidos moles e músculos2 e leva a dores regionais.
Quais são as causas do “reumatismo”?
As doenças reumáticas são consideradas doenças autoimunes8, o que significa dizer que o organismo está se voltando contra si mesmo, ou seja, produzindo anticorpos9 contra o próprio organismo. Antigamente, as dores do reumatismo4 eram consideradas como parte inerente do envelhecimento.
Quais são os sinais10 e sintomas1 do “reumatismo”?
O “reumatismo” ou doença reumática pode levar a comorbidades11 ou a outros sofrimentos associados. As mulheres sofrem duas a três vezes mais doenças reumáticas que os homens, sendo que no lúpus6 essa proporção chega a dez vezes. As doenças reumáticas afetam as capacidades de atividades diárias do paciente e comprometem muito sua qualidade de vida. De maneira geral, podem ser caracterizadas por:
1. Dor e desconforto nas articulações3 ou suas vizinhanças.
2. Dores ao movimentar as articulações3 afetadas.
3. Dor ao toque nas regiões atingidas.
4. Falta de flexibilidade articular, especialmente depois de um longo período de imobilidade, como costuma acontecer ao levantar-se.
5. Exercícios leves melhoram os sintomas1 e exercícios vigorosos os pioram.
6. Piora dos sintomas1 em resposta a mudanças climáticas para frio ou umidade e melhora deles nas mudanças para climas mais quentes e secos.
7. Melhora dos sintomas1, também, em resposta ao aquecimento das áreas afetadas.
Como o médico diagnostica o “reumatismo”?
O diagnóstico12 do “reumatismo” ou doença reumática é eminentemente13 clínico, dependente da história médica dos pacientes. Os exames de imagem podem confirmar o diagnóstico12 depois que a doença está bem evoluída. Um diagnóstico12 diferencial deve ser feito com grande parte das pessoas que sofrem diminuição da flexibilidade e dores nas articulações3, sem que isso seja “reumatismo” ou qualquer outra doença inflamatória.
Como o médico trata o “reumatismo”?
A Medicina reconhece que as diversas desordens ditas reumáticas são doenças diferentes, têm causas diferentes e requerem diferentes tipos de tratamentos. No entanto, na maioria das vezes são usadas drogas analgésicas e anti-inflamatórias. O diagnóstico12 precoce permite ao médico planejar um tratamento que ajude o paciente a reduzir a dor e preservar a mobilidade. Como o agravamento do “reumatismo” está associado com clima frio e úmido, é recomendável que o paciente habite em regiões ou locais mais quentes e secos, que melhorem seus sintomas1.
Como evolui o “reumatismo”?
As dores do “reumatismo” podem começar insidiosa ou abruptamente e persistirem apenas por um curto período de tempo ou então indefinidamente. Elas podem mudar de localização e de características ao longo do tempo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.