Fratura do colo do fêmur: o que acontece quando se fratura o fêmur? Como são o diagnóstico e o tratamento? Quais são os cuidados pós-cirúrgicos?
O fêmur1
O fêmur1 é o osso mais longo, mais volumoso e mais resistente do corpo humano2, localizado na coxa3, entre o quadril e o joelho. Uma pessoa com 1,80 metro de altura normalmente tem um fêmur1 de aproximadamente 50 centímetros de extensão e pode, quando normal, suportar uma pressão de até 1.200 Kg por centímetro quadrado. Ele é formado por uma diáfise, a haste longa do osso, e duas epífises4, extremidades alargadas por meio das quais articula-se proximalmente com o osso do quadril e distalmente com a patela5 e a tíbia6. A extremidade proximal7, chamada cabeça8 do fêmur1, é lisa e arredondada e se liga ao corpo do fêmur1 (diáfise), através do colo do fêmur9, que forma um ângulo obtuso com a sua haste. No entanto, quando afetado pela osteoporose10 (doença que acomete uma grande percentagem de mulheres depois da menopausa11, mas que também pode afetar os homens e que consiste num enfraquecimento dos ossos), devido a uma desmineralização que ela acarreta aos ossos, o colo do fêmur9 pode sofrer fraturas com facilidade.
Fraturas do colo do fêmur9
A fratura12 da porção proximal7 do fêmur1 (colo do fêmur9) e da sua área articular é um dos problemas ortopédicos mais comuns nos idosos, sobretudo em mulheres. O osso pode tornar-se tão enfraquecido que um simples movimento de torção13 provoca uma fratura12 patológica. Uma pessoa idosa pode cair e quebrar o quadril, mas em muitos pacientes a queda deve-se a uma fratura12 precedente. Nesses casos, a pessoa não fratura12 porque cai, mas cai porque fratura12. Ocasionalmente, uma pessoa sadia também pode fraturar o colo do fêmur9 em razão de um traumatismo14 violento, mas isso é mais raro.
A fratura12 do colo do fêmur9 pode ser completa ou incompleta e a linha de fratura12 pode localizar-se em qualquer nível do osso. Quanto mais horizontal ela for, melhor será o prognóstico15 do tratamento.
Quais são os sinais16 e sintomas17 da fratura12 do colo do fêmur9?
Existe a história prévia de um traumatismo14 violento ou, pelo menos, a história de uma queda e de uma grande dificuldade ou mesmo impossibilidade de ficar de pé. A perna do lado atingido fica mais curta que a outra e em rotação para fora. Qualquer tentativa de movimentação causa dor intensa.
Como o médico diagnostica a fratura12 do colo do fêmur9?
Em primeiro lugar, o diagnóstico18 da fratura12 do fêmur1 é feito a partir do relato do paciente sobre o evento traumático que a precedeu e pelos sinais16 e sintomas17 físicos. A radiografia mostrará o tipo de fratura12 (se completa ou incompleta) e se houve ou não luxação19 da articulação20 coxofemoral.
Como o médico trata a fratura12 do colo do fêmur9?
O tratamento da fratura12 do colo do fêmur9 é cirúrgico, precedido de uma tração que visa recolocar no lugar as partes ósseas afetadas, as quais devem, em seguida, serem fixadas por meio de pinos ou parafusos. Desde o primeiro dia, o paciente pode assentar-se na cama ou numa poltrona e deve começar a andar o mais cedo possível, mesmo que de início usando muletas, as quais podem ser completamente abandonadas ao final da segunda semana. Pessoas idosas devem ser especialmente cuidadas quanto à possibilidade de ocorrerem trombose21 venosa da panturrilha22 (“batata” da perna), embolismo23 pulmonar, pneumonia24 ou úlceras25 de decúbito26. Se houver outros fatores de risco para essas ocorrências, os anticoagulantes27 podem ser usados, mas no geral elas podem ser evitadas por outros cuidados, tais como:
- Deambulação28 precoce (andar o mais cedo possível).
- Movimentação adequada das pernas e dos pés.
- Mudanças frequentes de posição, etc.
Em alguns casos é necessário colocar uma prótese29 de uma liga de titânio em substituição à cabeça8 do fêmur1.
Em crianças, se não ocorre deslocamento, a fratura12 do colo do fêmur9 pode ser tratada por redução fechada e engessamento, mas se há luxação19 deve-se preferir a fixação interna, com cirurgia.
Quais são as complicações que podem ocorrer nas fraturas do colo do fêmur9?
Pode ocorrer qualquer das complicações gerais próprias a todas as fraturas e cirurgias, no entanto são raras. Uma complicação especial que pode ocorrer em alguns casos é a necrose30 avascular da cabeça8 do fêmur1. Se a fratura12 interrompe o suprimento sanguíneo da cabeça8 do fêmur1, ela pode necrosar. Isto é especialmente frequente em fraturas com luxação19. O primeiro indício da necrose30 normalmente é a extrusão31 (exteriorização) do parafuso ou a sua separação da cabeça8 do fêmur1. O tratamento é o reposicionamento total da articulação20.
Quais são os cuidados a serem tomados após a cirurgia?
- Nas primeiras semanas após a cirurgia, sempre usar a perna não operada para apoio, ao levantar-se ou subir degraus.
- Procure usar cadeiras altas para sentar-se e manter sempre as pernas afastadas uma da outra. Não curvar o corpo para frente.
- Durante algum tempo, não calçar as próprias meias sozinho.
- Deitar-se do lado contrário ao fraturado e manter sempre um travesseiro entre as pernas.
- Fazer exercícios com os pés que levem à contração dos músculos32 das panturrilhas33, para ativar a circulação34 venosa dos membros inferiores, evitando as tromboses35.
- Fazer exercícios orientados por um fisioterapeuta, com o objetivo de conseguir que o paciente levante-se e se mova o mais rápido possível, evitando edema36, trombose21, atrofia37 muscular, contraturas de tecidos moles e osteoporose10.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Stanford Health Care e do National Health Service do Reino Unido.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.