Pré-hipertensão: entenda a nova classificação da pressão arterial
O que é pré-hipertensão1?
No Brasil, desde 2025, valores de pressão arterial2 sistólica entre 120 e 139 mmHg e/ou diastólica entre 80 e 89 mmHg passaram a ser oficialmente classificados como pré-hipertensão1, reforçando a importância de detectar precocemente indivíduos sob risco cardiovascular. Embora não configure hipertensão arterial3, esses níveis já ultrapassam o limite considerado normal, que agora é inferior a 120/80 mmHg.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia também passou a considerar valores a partir de 120/80 mmHg como zona de atenção, indicando maior probabilidade de progressão quando presentes de forma contínua. Instituições internacionais, como a Cleveland Clinic, adotam faixa semelhante.
A pré-hipertensão1 é uma condição geralmente silenciosa, o que torna sua identificação ainda mais relevante no contexto da prevenção de doenças cardiovasculares4.
Quais são as causas da pré-hipertensão1?
A pré-hipertensão1 decorre de uma combinação de fatores hereditários e ambientais. Pessoas com histórico familiar de hipertensão1 apresentam maior predisposição, e hábitos como consumo excessivo de sal, ingestão elevada de álcool, tabagismo, sedentarismo5 e excesso de peso frequentemente contribuem para a elevação gradual da pressão arterial2.
Situações prolongadas de estresse também favorecem aumentos transitórios que, repetidos ao longo do tempo, podem se tornar sustentados. Além disso, doenças como diabetes6, dislipidemia e enfermidades renais frequentemente coexistem e aumentam ainda mais o risco.
A condição tende a ser particularmente comum em homens jovens e em idosos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.
Saiba mais sobre "O que vem a ser pressão arterial2" e "Sintomas7 da hipertensão arterial3".
Qual é o substrato fisiopatológico da pré-hipertensão1?
A pré-hipertensão1 traduz alterações importantes no sistema cardiovascular8, mesmo antes do surgimento da hipertensão1 propriamente dita. Uma das primeiras mudanças observadas é a disfunção endotelial, caracterizada por menor produção de óxido nítrico, o que compromete a capacidade dos vasos sanguíneos9 de se dilatarem adequadamente. Paralelamente, há um aumento da resistência vascular10 periférica e maior ativação do sistema nervoso11 simpático12, o que contribui para elevação tanto do tônus dos vasos quanto da frequência cardíaca.
Também se percebe a presença de inflamação13 crônica de baixo grau e estresse oxidativo, ambos capazes de iniciar danos silenciosos a órgãos-alvo como coração14, rins15 e vasos sanguíneos9.
Quais são as características clínicas da pré-hipertensão1?
Na maioria dos casos, a pré-hipertensão1 é assintomática. Algumas pessoas podem notar sintomas7 inespecíficos, como dor de cabeça16 leve, tonturas17 ou sensação de cansaço, mas esses sinais18 não são confiáveis para o diagnóstico19.
A ausência de sintomas7 não significa ausência de risco, pois a pré-hipertensão1 pode progredir de forma silenciosa, causando alterações funcionais e estruturais no sistema cardiovascular8 ao longo do tempo.
Como o médico diagnostica a pré-hipertensão1?
O diagnóstico19 é realizado por meio de medições repetidas da pressão arterial2, sempre seguindo técnicas padronizadas. É recomendável que os valores sejam obtidos em pelo menos duas consultas diferentes, com o paciente em repouso e utilizando-se a média de duas a três medidas por encontro.
Quando há suspeita de variações relacionadas ao ambiente clínico, como a hipertensão1 do avental branco ou a hipertensão1 mascarada, métodos como a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial2) ou a MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial2) se tornam especialmente úteis.
O médico também pode solicitar exames complementares, como glicemia20, função renal21 e lipidograma, para avaliar fatores de risco associados.
Como o médico trata a pré-hipertensão1?
O tratamento baseia-se principalmente em mudanças no estilo de vida, que se mostram suficientes na maior parte dos casos. Adotar uma alimentação no padrão DASH, composta por frutas, vegetais, leguminosas e grãos integrais, com pouca ingestão de sódio e gorduras saturadas22, contribui de forma eficaz para a redução da pressão arterial2.
A prática regular de atividade física, com pelo menos 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos, também desempenha papel importante. Redução do peso, manejo do estresse, moderação no consumo de álcool e cessação do tabagismo constituem pilares do manejo clínico.
Em situações específicas, como em indivíduos com alto risco cardiovascular, diabetes6 ou doença renal21, o uso de medicamentos anti-hipertensivos pode ser considerado, embora não seja a conduta padrão para todos os casos de pré-hipertensão1.
Como evolui a pré-hipertensão1?
A pré-hipertensão1 apresenta tendência significativa à progressão quando não tratada. Estima-se que cerca de 30% das pessoas evoluam para hipertensão arterial3 ao longo dos anos, especialmente quando fatores de risco não são adequadamente controlados. Esse processo, frequentemente silencioso, pode resultar em hipertrofia23 ventricular esquerda, alterações renais e aterosclerose24 acelerada.
Por outro lado, intervenções adequadas, especialmente aquelas relacionadas ao estilo de vida, podem manter a pressão arterial2 em níveis normais ou retardar substancialmente sua evolução.
Quais são as possíveis complicações da pré-hipertensão1?
Embora represente um estágio inicial, a pré-hipertensão1 aumenta o risco para uma série de problemas cardiovasculares. Ela pode evoluir para hipertensão1 franca, elevar a probabilidade de infarto25, acidente vascular cerebral26 e insuficiência cardíaca27, além de favorecer o desenvolvimento de doença renal21 crônica e aterosclerose24. Em estágios mais avançados, pode até contribuir para alterações oculares, como a retinopatia hipertensiva. Esses riscos reforçam a necessidade de vigilância contínua e intervenção precoce.
Leia também sobre "Mecanismos de ação dos anti-hipertensivos" e "15 estratégias para reduzir o sal na dieta".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic, do Jornal da USP, da Agência Brasil e da Biblioteca Virtual em Saúde.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.










