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Artrose do joelho

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O que é artrose1 do joelho?

Artrose1 é uma doença degenerativa2 das articulações3 na qual as cartilagens4 que revestem a extremidade das junções dos ossos são corroídas parcial ou totalmente ao longo do tempo. Essa corrosão, se muito extensa ou total, permite um contato direto entre os ossos, gerando os sintomas5 próprios da enfermidade.

Como o joelho é uma das principais articulações3 do corpo e a que habitualmente suporta maiores cargas (as outras são a coluna vertebral6 e os quadris), a artrose1 é uma condição muito comum nessa articulação7.

Saiba mais sobre "Artrose1" e "Artrose1 da coluna vertebral6".

Quais são as causas da artrose1 do joelho?

A artrose1 do joelho é causada por um desgaste progressivo das cartilagens4 que recobrem as extremidades dos ossos que se articulam nessa articulação7, motivada pelo uso contínuo da mesma. Muitos fatores estão relacionados com o aparecimento da artrose1 do joelho. Entre eles o envelhecimento, o excesso de peso ou exercício excessivo da articulação7, exercícios que exijam impactos repetitivos (como saltos, por exemplo), anomalia de eixo dos membros inferiores, doenças inflamatórias da articulação7, sequelas8 de fraturas, lesões9 crônicas de meniscos10 e/ou ligamentos11, história familiar e tabagismo.

Também interferem fatores como obesidade12, fatores genéticos e desequilíbrios hormonais. Quando a artrose1 não é causada por uma patologia13 outra, é dita artrose1 primária. Quando há outra causa identificável, diz-se que é secundária.

Veja sobre "Cálculo14 do IMC15" e "Obesidade12".

Qual é o mecanismo fisiológico16 da artrose1 do joelho?

As cartilagens4 do joelho suportam uma grande tensão mecânica, oriunda do peso do próprio corpo e dos pesos que a ele são acrescentados. Além disso, o joelho está em constante movimento, durante toda a vida. Por esses motivos, suas cartilagens4 quase inevitavelmente sofrem um desgaste progressivo.

Se a cartilagem articular17 se desgasta num ritmo que excede o de reposição ou se há alguma doença que afeta o tecido18 cartilaginoso, a cartilagem19 será corroída. Enfraquecida, a cartilagem19 pode se romper em pedaços e fragmentos20 dela podem flutuar no espaço intra-articular.

Com o desgaste da cartilagem19, o tecido ósseo21 fica sujeito ao mesmo desgaste, mas não tem a mesma capacidade regenerativa que ela, sendo destruído com o tempo. Desde que a cartilagem19 normal seja bem lubrificada com líquido sinovial22, normalmente não há ruído na articulação7. No entanto, com a ocorrência da artrose1 a suavidade dos movimentos deixa de existir e o movimento é dificultado, dando origem a um som áspero.

A artrose1 do joelho desenvolve-se com maior frequência em pessoas que executam trabalho físico pesado ou naquelas que exigem muito de suas articulações3, como os atletas, por exemplo. A artrose1 também pode acontecer com mais probabilidade em pessoas que trabalham agachadas ou ajoelhadas. O desgaste das cartilagens4 diminui o espaço entre os ossos que se articulam e quando é completo pode mesmo permitir um contado direto entre eles.

Quais são as principais características clínicas da artrose1 do joelho?

As mulheres têm cerca do dobro de propensão em relação aos homens de sofrerem artrose1 do joelho e mulheres negras têm o dobro de propensão em comparação às mulheres brancas. Existem diferenças raciais tanto para a prevalência23 da artrose1 quanto para os tipos de articulações3 acometidas, mas ignora-se se essas diferenças são de natureza genética ou devido ao uso das juntas conforme o estilo de vida de cada grupo étnico.

A dor no joelho, de caráter progressivo, costuma ser o primeiro sintoma24 da artrose1. Em geral, ela se acentua com a atividade física e o excesso de peso. No início, o repouso alivia os sintomas5; depois, já não mais. Um segundo sintoma24 é a inchação do joelho, se houver um processo inflamatório da membrana sinovial25. Esse edema26 cria pressão sobre a membrana sinovial25 e acentua as dores. Outro sintoma24 marcante é a perda progressiva do movimento.

Nas artroses avançadas, a deformidade do membro inferior em posição varo27 ou valgo28 é outro sintoma24. Estes sintomas5 podem vir a impedir o doente de andar normalmente. A artrose1 fêmuro-patelar isolada é mais rara e acompanha-se de dores que incapacitam a subida e descida de escadas.

Leia sobre "Geno valgo28 ou geno varo27".

Como o médico diagnostica a artrose1 do joelho?

Não há um exame específico que comprove a presença de artrose1. Os exames de laboratório que o médico em geral solicita visam afastar a possibilidade de outros tipos de doença articular. As radiografias simples permanecem sendo os melhores exames para diagnosticar e classificar as artroses. As radiografias permitem visualizar a diminuição do espaço entre os ossos e uma artrose1 fêmuro-tibial interna ou externa ou fêmuro-patelar.

Exames como a tomografia computadorizada29, a ressonância magnética30 e a ultrassonografia31 auxiliam no diagnóstico32 diferencial de lesões9 por outras doenças reumáticas, mas pouco informam sobre a artrose1.

Como o médico trata a artrose1 do joelho?

O tratamento da artrose1 do joelho deve visar três objetivos: (1) aliviar a dor, o inchaço33 e a rigidez articular, (2) impedir ou delongar a piora da doença e (3) corrigir as deformidades que tiverem se instalado.

O alívio dos sintomas5 pode ser conseguido com analgésicos34, anti-inflamatórios e fisioterapia35. Atualmente, existem também medicamentos que contribuem para impedir a piora do desgaste das cartilagens4. A infiltração da cavidade articular com um líquido desenvolvido em laboratório protege a cartilagem19 e melhora a dor e a mobilidade articular.

Saiba como é a "Fisioterapia35".

A rigidez articular total pode ser um sintoma24 mais tardio. Nos casos em que há dores incapacitantes, quando já há desgaste total da cartilagem19 ou quando já existe uma deformidade com desvio do joelho (“perna torta”), o tratamento pode ter de ser feito com cirurgia. Em alguns casos, a cartilagem19 deteriorada do joelho tem de ser substituída por uma prótese36 total. A utilização de bengalas pode se tornar indispensável.

Como evolui a artrose1 do joelho?

A incidência37 da artrose1 aumenta com a idade. A maioria das pessoas acima dos 65 anos tem algum sinal38 de artrose1. Mais de 80% das pessoas acima dos 75 anos são nitidamente acometidos pela artrose1.

Como prevenir a artrose1 do joelho?

A artrose1 pode ser prevenida por meio de um controle adequado do peso, mudança frequente de postura, evitando aquelas que sobrecarregam as articulações3 e a prática de exercícios suaves tais como caminhar, nadar, pedalar e fazer ginástica a um ritmo moderado também contribuem para a prevenção.

Leia também sobre "Atividade física" e "Caminhada".

 

ABCMED, 2016. Artrose do joelho. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/ortopedia-e-saude/1276988/artrose-do-joelho.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Artrose: Também chamada de osteoartrose ou processo degenerativo articular, resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma. Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos que possuem algum grau de movimentação entre eles, sua função básica é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque. O estado de hidratação da cartilagem e a integridade da mesma, é fator preponderante para o não desenvolvimento da artrose.
2 Degenerativa: Relativa a ou que provoca degeneração.
3 Articulações:
4 Cartilagens: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Coluna vertebral:
7 Articulação: 1. Ponto de contato, de junção de duas partes do corpo ou de dois ou mais ossos. 2. Ponto de conexão entre dois órgãos ou segmentos de um mesmo órgão ou estrutura, que geralmente dá flexibilidade e facilita a separação das partes. 3. Ato ou efeito de articular-se. 4. Conjunto dos movimentos dos órgãos fonadores (articuladores) para a produção dos sons da linguagem.
8 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
9 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
10 Meniscos: 1. Figura composta por uma parte côncava e outra convexa; objeto em forma de crescente, de meia-lua. 2. Na anatomia geral, é uma lâmina fibrocartilaginosa, em forma de crescente, interposta entre duas superfícies articulares (como o joelho) para facilitar seu deslizamento. 3. Na física dos fluidos, é a superfície de um líquido contido em um tubo capilar, côncava ou convexa segundo a tensão superficial. 4. Em óptica, é uma lente de forma convexo-côncava ou côncavo-convexa, cujas bordas têm espessura menor que a parte central.
11 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
12 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
13 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
14 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
15 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
16 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
17 Cartilagem Articular:
18 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
19 Cartilagem: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
20 Fragmentos: 1. Pedaço de coisa que se quebrou, cortou, rasgou etc. É parte de um todo; fração. 2. No sentido figurado, é o resto de uma obra literária ou artística cuja maior parte se perdeu ou foi destruída. Ou um trecho extraído de uma obra.
21 Tecido Ósseo: TECIDO CONJUNTIVO especializado, principal constituinte do ESQUELETO. O componente celular básico (principle) do osso é constituído por OSTEOBLASTOS, OSTEÓCITOS e OSTEOCLASTOS, enquanto COLÁGENOS FIBRILARES e cristais de hidroxiapatita formam a MATRIZ ÓSSEA.
22 Líquido sinovial: Gel viscoso e transparente que lubrifica as estruturas que banha, minorando o atrito entre elas. Ele é encontrado na cavidade da cápsula articular.
23 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
24 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
25 Membrana Sinovial: Membrana interna de uma cápsula articular, que reveste uma articulação móvel e livre. É frouxamente ligada à cápsula fibrosa externa e secreta LÍQUIDO SINOVIAL. Sinônimos: Sinovium; Sinóvio
26 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
27 Varo: Que se desvia para dentro, em relação ao eixo do corpo (diz-se de membro ou segmento de membro).
28 Valgo: Que se desvia para fora, em relação ao eixo do corpo (diz-se de membro ou segmento de membro).
29 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
30 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
31 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
32 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
33 Inchaço: Inchação, edema.
34 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
35 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
36 Prótese: Elemento artificial implantado para substituir a função de um órgão alterado. Existem próteses de quadril, de rótula, próteses dentárias, etc.
37 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
38 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
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