Câncer de vesícula
O que é o câncer1 de vesícula biliar2?
A vesícula biliar2 é um pequeno órgão em forma de pera, localizado na porção superior direita do abdômen, logo abaixo do fígado3. Se destina a armazenar a bile4, que é um "fermento" utilizado no processo digestivo. A vesícula biliar2 lança a bile4 no trato digestivo apenas quando o alimento ingerido contém lipídeos, que estimulam a secreção de colecistoquinina.
Este órgão, como quase todos os órgãos do corpo humano5, é susceptível a experimentar o desenvolvimento de um câncer1. No entanto, o câncer1 de vesícula biliar2 é raro e difícil de diagnosticar, seja porque a vesícula biliar2 é um órgão um tanto escondido, seja porque ele é assintomático durante algum tempo e quando aparecem sintomas6 eles são inespecíficos.
Cerca de 90% dos tumores malignos de vesícula biliar2 são do tipo adenocarcinoma7. Entre eles, o adenocarcinoma7 papilar merece especial destaque, pois não é intensamente propenso a se disseminar, tendo melhor prognóstico8 do que a maioria dos outros tipos de adenocarcinomas da vesícula biliar2. No entanto, ele representa apenas cerca de 6% dos cânceres da vesícula9 e os outros tipos de tumores são mais frequentes, como os carcinomas adenoescamosos, os carcinomas de células10 escamosas, os carcinomas de pequenas células10 e os sarcomas.
Saiba mais sobre "Adenocarcinoma7", "Cálculos biliares" e "Colelitíase11 ou Pedras na Vesícula Biliar2".
Qual é a causa do câncer1 de vesícula biliar2?
Ainda não está esclarecido o que causa o câncer1 de vesícula biliar2. Como em todo câncer1, o da vesícula9 se forma quando as células10 saudáveis daquele órgão desenvolvem mutações em seu DNA que fazem com que elas cresçam fora de controle e formem um pequeno tumor12 que pode ir além da vesícula9 e se espalhar para outras áreas do corpo.
O câncer1 de vesícula biliar2 é mais comum em mulheres que em homens, aumenta a sua probabilidade de ocorrência com a idade, é mais comum em pessoas obesas e nas que têm uma história prévia de cálculos biliares. Outras condições que podem aumentar o risco de câncer1 de vesícula biliar2 incluem vesícula9 de porcelana, cisto do colédoco e infecção13 crônica.
Quais são as principais características clínicas do câncer1 de vesícula biliar2?
Muito geralmente, o câncer1 de vesícula biliar2 evolui sem sintomas6 num período inicial e só se manifesta quando a doença já está em estágio evoluído. Em alguns poucos casos, no entanto, pode aparecer mais precocemente. Os sintomas6 mais comuns do câncer1 de vesícula biliar2 são dor localizada na parte superior direita do abdome14, náuseas15, vômitos16, icterícia17 (quando o tumor12 bloqueia o ducto biliar) e nódulos no abdômen. Se o tumor12 obstruir o ducto biliar, a vesícula biliar2 pode inchar, tornando-se aumentada de tamanho e palpável.
O câncer1 de vesícula biliar2 também pode se disseminar para partes próximas e para o fígado3, o que pode ser percebido pelo médico como nódulos no lado direito do abdome14, os quais também podem ser detectados por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia18, por exemplo. Outros sintomas6 menos comuns podem ser perda de apetite e de peso, inchaço19 abdominal, febre20, prurido21 intenso e fezes e urina22 escuras.
Esses sinais23 e sintomas6, no entanto, podem também ser causados por outras patologias e, por isso, não são patognomônicos24.
Como o médico diagnostica o câncer1 de vesícula biliar2?
Alguns sinais23 e sintomas6 podem sugerir que uma pessoa tenha um câncer1 na vesícula biliar2, mas serão necessários exames complementares e eventualmente anatomopatológicos para confirmá-lo.
Da história clínica do paciente deverão constar o histórico clínico completo, os sintomas6 apresentados, fatores de risco, histórico familiar, e outras condições clínicas complementares. Deve ser realizado também um exame físico completo, incluindo especialmente uma avaliação cuidadosa da região abdominal. Deve ser verificada a existência de sinais23 de icterícia17 (mesmo sendo leves) e examinados os gânglios linfáticos25 acima da clavícula26 e de outras regiões próximas.
Se o quadro apresentado sugerir que possa haver câncer1 de vesícula biliar2, exames de laboratório, de imagem e biópsia27 serão solicitados, para confirmação do diagnóstico28 e avaliação do estadiamento da doença. Poderão ser solicitados exames para determinar as taxas de bilirrubina29, fosfatase alcalina30, albumina31, TGO e TGP, que avaliam o funcionamento do fígado3 e/ou da vesícula biliar2.
Altos níveis dos marcadores tumorais CEA e CA 19-9 são geralmente encontrados em pessoas com câncer1 de vesícula biliar2, embora eles não sejam específicos para esse tipo de câncer1. Os níveis dos marcadores também são úteis para mostrar a resposta do paciente ao tratamento instituído.
Os exames de imagem, tais como a ultrassonografia18, a laparoscopia32, a tomografia computadorizada33, a ressonância magnética34 e a colangiografia35 ajudam a localizar e determinar a extensão da doença. A laparoscopia32 combinada ao ultrassom proporciona uma melhor imagem do tumor12 e também é frequentemente utilizada para retirar a vesícula biliar2.
A biópsia27, que também pode ser feita por laparoscopia32, é um procedimento no qual uma amostra de tecido36 é removida e encaminhada para análise de um patologista37. Ela permite não só diagnosticar a doença como determinar o grau em que ela se encontra. A cirurgia é indicada, como último recurso, para remover a vesícula9.
Leia sobre "Biópsia27", "Exames do fígado3", "Marcadores tumorais", "Colecistectomia", "Colangiografia35" e "Laparoscopia32".
Como o médico trata o câncer1 de vesícula biliar2?
As opções de tratamento do câncer1 de vesícula9 dependem do estágio da doença, da saúde38 geral do paciente a até mesmo de suas preferências. O objetivo primário é remover o câncer1, mas quando isso não é possível, outras terapias podem ajudar a controlar a propagação da doença e manter o paciente o mais confortável possível.
Se o câncer1 estiver em estágio inicial, a opção mais radical consiste em cirurgia para remover a vesícula biliar2. Se o câncer1 já se estende para além da vesícula9 e para o fígado3, a cirurgia deve remover também porções do fígado3 e dos canais biliares39. Tratamentos adicionais, em casos de câncer1 avançado, incluem quimioterapia40 e radioterapia41. O câncer1 avançado da vesícula biliar2 pode causar obstruções dos ductos biliares42, ocasionando complicações adicionais e podem ser necessários procedimentos extras para aliviar esses bloqueios.
Como evolui em geral o câncer1 da vesícula biliar2?
Muitas pessoas com câncer1 da vesícula biliar2 são definitivamente curadas. A sobrevida43 depois de 5 anos é muito alta. Essas taxas, no entanto, são baseadas em um grande número de pacientes, não sendo possível prever-se o que vai acontecer com cada paciente individualmente.
Outros fatores que podem afetar o prognóstico8 de um determinado paciente são idade, estado geral de saúde38 e a maneira como a doença responde ao tratamento. Entretanto, com os avanços e melhorias recentes das opções terapêuticas, o prognóstico8 vem se tornando cada vez mais favorável.
Veja também sobre "Quimioterapia40", "Radioterapia41", "Pólipos44 da vesícula biliar2" e "Colecistite45".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da da Mayo Clinic, American Gastroenterological Association e American College of Gastroenterology.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.