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“Fisioterapia” da mente: o que é e como é feita

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O que é “fisioterapia” da mente?

“Fisioterapia da mente” não é um termo técnico reconhecido formalmente, mas é frequentemente usado de forma metafórica para descrever práticas ou abordagens (geralmente exercícios) que promovem a saúde1 mental e o bem-estar cognitivo2, de maneira análoga à fisioterapia3 tradicional, que visa à reabilitação física.

Apesar de não se tratar de uma disciplina oficialmente estabelecida, o termo se refere a atividades que estimulam, fortalecem ou recuperam funções mentais, ajudando a “exercitar” ou “reabilitar” capacidades como memória, atenção, raciocínio e resiliência emocional, especialmente em casos de estresse, ansiedade, depressão ou declínio cognitivo2.

Qual é o impacto da fisioterapia3 tradicional na saúde1 mental?

Embora tradicionalmente voltada à reabilitação física, a fisioterapia3 convencional também pode exercer impactos positivos significativos na saúde1 mental. Os exercícios terapêuticos, massagens e técnicas de relaxamento frequentemente utilizados estimulam a liberação de endorfinas, promovendo uma sensação de bem-estar físico e emocional. Alongamentos e mobilizações articulares, por exemplo, ajudam a reduzir a tensão muscular associada ao estresse.

Ao melhorar a mobilidade, reduzir a dor e restaurar a funcionalidade, a fisioterapia3 contribui para a recuperação da autoestima, da autoconfiança e da autonomia funcional. Observações clínicas indicam que a atividade física promovida pela fisioterapia3, mesmo quando de intensidade moderada, está associada à redução dos sintomas4 de depressão. O exercício físico regular aumenta os níveis de serotonina e dopamina5 — neurotransmissores relacionados ao humor — e estimula a produção de endorfinas, frequentemente chamadas de “hormônios da felicidade”, que promovem sensações de prazer e relaxamento, contribuindo para o combate à ansiedade e à depressão.

Além disso, técnicas como a estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS), exercícios físicos e manipulações manuais ajudam a interromper o ciclo de dor crônica e sofrimento emocional. Práticas fisioterapêuticas que envolvem consciência corporal e respiração guiada favorecem o autoconhecimento e a regulação emocional, auxiliando os pacientes a lidar melhor com emoções negativas.

Leia sobre "Neuromodulação", "Como melhorar a sua memória" e "Quando a perda de memória não é normal"

Qual é o papel do exercício mental na vida humana?

O papel do exercício físico é amplamente reconhecido, incluindo benefícios físicos, mentais e emocionais, como a redução do estresse, o combate à depressão, o aumento da autoestima e a melhora da imagem corporal. E o exercício mental também é crucial, promovendo saúde1 cognitiva6, emocional e social. Dentre os principais efeitos, destacam-se:

  • Melhoria da função cognitiva6: aumento da memória e concentração, estimulação de conexões neurais e aprimoramento da capacidade de retenção e processamento de informações.
  • Prevenção do declínio cognitivo2: redução do risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer7, especialmente na terceira idade, por meio de atividades como leitura, quebra-cabeças, jogos de lógica (ex.: xadrez, sudoku) e aprendizado de novas habilidades.
  • Aprimoramento da resolução de problemas: estímulo ao pensamento crítico, criatividade e tomada de decisões (ex.: meditação, mindfulness e exercícios de atenção plena).
  • Redução do estresse e da ansiedade, melhora do humor e fortalecimento da resiliência emocional.
  • Promoção do aprendizado contínuo: aquisição de novos conhecimentos, como aprender um idioma, tocar um instrumento musical ou desenvolver uma nova habilidade.
  • Estímulo à criatividade: práticas como escrita, desenho ou solução de problemas complexos.
  • Fortalecimento de conexões sociais: por meio de jogos em grupo ou atividades colaborativas que promovem interação e engajamento social.
  • Desenvolvimento de habilidades sociais: atividades como discussões temáticas e jogos de simulação (role-playing) promovem empatia, comunicação e cooperação.

Além disso, essas atividades contribuem para a manutenção da independência funcional em idosos, preservando o desempenho em tarefas diárias e promovendo maior longevidade cognitiva6. A prática regular de exercícios mentais ajuda a manter o cérebro8 ativo e “jovem”, protegendo funções executivas como planejamento e organização ao longo da vida.

Game Therapy: uma modalidade de “fisioterapia” da mente

A Game Therapy (ou terapia por jogos) é uma abordagem terapêutica9 contemporânea que utiliza jogos — digitais, de tabuleiro, de cartas ou outras atividades lúdicas — como ferramenta para promover saúde1 mental, emocional, social e até física. Essa abordagem pode ser incorporada à “fisioterapia da mente” e aplicada a pessoas de todas as idades, incluindo crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Os jogos criam um ambiente seguro, envolvente e motivador, favorecendo a expressão emocional, a resolução de conflitos, a socialização e o desenvolvimento cognitivo2 e motor. Eles são escolhidos ou adaptados com objetivos específicos: melhorar a coordenação motora, estimular funções cognitivas (como memória, atenção e raciocínio), promover habilidades sociais, reduzir ansiedade ou auxiliar no tratamento de traumas psicológicos.

Entre as possibilidades, destacam-se:

  • Jogos narrativos para trabalhar emoções e tratar ansiedade ou depressão.
  • Jogos de realidade virtual com foco na reabilitação física e estímulo motor.
  • Jogos que promovem foco e interação social, especialmente em contextos terapêuticos grupais.
  • Jogos para estimulação cognitiva6, como memória e coordenação, úteis em quadros de Alzheimer7 e declínio cognitivo2 leve.

Ao tornar o processo terapêutico mais atrativo, sobretudo para crianças ou pacientes resistentes a abordagens tradicionais, a Game Therapy atua como uma ponte eficaz entre diversão e tratamento, promovendo benefícios integrados para mente e corpo.

Veja mais "Quatro maneiras de lidar com o estresse" e "Hereditariedade10 nas principais doenças mentais".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª região.

ABCMED, 2025. “Fisioterapia” da mente: o que é e como é feita. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1491475/fisioterapia-da-mente-o-que-e-e-como-e-feita.htm>. Acesso em: 3 jul. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Cognitivo: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
3 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
6 Cognitiva: 1. Relativa ao conhecimento, à cognição. 2. Relativa ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
7 Alzheimer: Doença degenerativa crônica que produz uma deterioração insidiosa e progressiva das funções intelectuais superiores. É uma das causas mais freqüentes de demência. Geralmente começa a partir dos 50 anos de idade e tem incidência similar entre homens e mulheres.
8 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
9 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
10 Hereditariedade: Conjunto de eventos biológicos responsáveis pela transmissão de uma herança a seus descendentes através de seus genes. Existem dois tipos de hereditariedade: especifica e individual. A hereditariedade especifica é responsavel pela transmissão de agentes genéticos que determinam a herança de características comuns a uma determinada espécie. A hereditariedade individual designa o conjunto de agentes genéticos que atuam sobre os traços e características próprios do indivíduo que o tornam um ser diferente de todos os outros.
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